segunda-feira, maio 29, 2006
Uma notícia FANTÁSTICA!!!!!!
Hoje recebi isto no meu e-mail:
"Cara "GK":
Obrigado por ter participado no programa «A história devida». A sua história foi seleccionada e vai ser lida em antena pelo Miguel Guilherme na Quarta-feira, dia 7 de Junho. Pode ouvi-la às 17h20, 21h40 ou 01h20, na Antena 1, da RDP. Uma vez que estamos a programar a edição dos textos seleccionados em livro, agradecemos que assine adeclaração anexa. Como é necessário a assinatura, pedimos-lhe que preencha e envie o documento por correio para ..., Lisboa.
Cumprimentos,
(...)"
Este foi um BOM dia! :)
"Cara "GK":
Obrigado por ter participado no programa «A história devida». A sua história foi seleccionada e vai ser lida em antena pelo Miguel Guilherme na Quarta-feira, dia 7 de Junho. Pode ouvi-la às 17h20, 21h40 ou 01h20, na Antena 1, da RDP. Uma vez que estamos a programar a edição dos textos seleccionados em livro, agradecemos que assine adeclaração anexa. Como é necessário a assinatura, pedimos-lhe que preencha e envie o documento por correio para ..., Lisboa.
Cumprimentos,
(...)"
Este foi um BOM dia! :)
domingo, maio 28, 2006
Quando eu fui groupie
Dar “um concerto” no banco de trás do carro de dois desconhecidos, em pleno Pinhal de Leiria. Apanhar uma boleia do dono da Big Cancil para a estação de camionetas de Santa Maria da Feira, enquanto ele nos dava um sermão sobre “os perigos da noite”. Fingir que era uma jornalista furiosa, com um editor imaginário do outro lado da linha telefónica, só para conseguir um quarto “naquele” hotel, que, por acaso estava lotado de ciclistas da Volta a Portugal. Apanhar um comboio onde, além de um infindável número de soldados, só iam mais duas pessoas: nós, produzidas… Fazer uma inversão de marcha por cima de um duplo contínuo porque um telefonema nos chamou de volta…
As histórias sucedem-se. São tantas que algumas já as esqueci.
São de quando eu era groupie de algumas bandas famosas…
Não sei se groupie é o termo certo. Afinal, nunca dormi com ninguém na estrada e, ao contrário da maior parte dos fãs, passei muitas noites – Vá, algumas noites… Não, bastantes noites! – a ouvir as mágoas dos artistas, das bandas ou dos staffs…
Suponho que posso dizer que vi subir. E vi cair. E eu subi e cai com eles. E sem eles…
São muitas histórias e muitas pessoas que amo ainda profundamente. Por quem eram, por quem foram e por quem são. Por me terem feito a mais feliz das criaturas e a mais miserável. Sofri muito. Aprendi muito. Cresci tanto!
Não me arrependo de nada. Faria tudo outra vez. Acho que, a esta distância, já posso dizer, sem medo de errar, que foi o período mais incrível da minha vida.
Corri o país de ponta a ponta. Conheço praças, fontes, igrejas, cafés, hotéis e discotecas. E gente, muita gente!
Estive em festas populares e em festas privadas. Jantei em mesas corridas de madeira com bancos de pau e ao lado das maiores estrelas do momento.
Sorri e chorei. Por mim e por outros. Recebi carinhos e pontapés.
Foi fantástico!
Não recomendo o que fiz a ninguém…
Andar à boleia. Passar noites ao relento. Ser olhada como prostituta pelas criadas dos hotéis… Não. É insano! Mas é intenso…
É verdade que nessa altura VIVI. Sim, com maiúsculas. Vi de tudo e em todo o lado.
Ainda me lembro do dia em que o meu pai desistiu de mim…
Eram oito da manhã e eu estava a chegar a casa de mochila às costas, vinda de Leiria. Um telefonema e um banho depois, saí, novamente de mochila às costas. Os meus pais, estupefactos, sentados à mesa do pequeno-almoço, só tiveram tempo de me ouvir dizer: “Vou para Santa Maria da Feira. Volto amanhã.”…Nunca mais me perguntaram mais nada… A não ser a minha mãe: novidades sobre um elemento da banda…
E aquela outra vez, na Mealhada, em que a banda nos viu chegar? Saíram dos quartos e invadiram o carro novo da minha colega… Ela andou uns tempos sem conseguir pôr o banco no sítio…
Ou ainda aquela outra vez em que, saídas da Flashen, em Quiaios, no meio do mato, às 6 da manhã, não tínhamos como chegar à estação da Figueira da Foz, para voltar a Coimbra? Não há crise: o motorista leva o grupo ao hotel e depois vem buscar-nos e leva-nos à estação… Pois… mas no concerto seguinte o mesmo motorista decidiu vir trazer-me a casa… Simpático, não? O problema é que me fez a corte à porta de casa, com o Sol a raiar e os vizinhos a acordarem, durante horas…
São muitas, muitas as histórias…
O beijo à minha amiga em frente ao hotel… Ao que ela respondeu: “Então boa noite.”… A boleia ao membro descontente que culminou numa retirada estratégica do hotel, porque a banda “tinha de conversar”… A guerra de batatas fritas com o restaurante inteiro a olhar para uma das estrelas do momento… O “balecito”, dançado em grupo, na Scotch, numa noite que terminou com a minha colega sentada no chão da casa de banho a chorar…
As noites tão curtas. Os sound checks quase privados. Os abraços. Os sorrisos. As lágrimas. Muitas lágrimas. E muitos sorrisos. Mas nem um autógrafo!
O que guardo? …Além da maturidade conquistada a pulso? Recordações. Muitas. Alguns amigos. Alguns inimigos. Muitos conhecidos. E o desejo de que todas aquelas grandes e pequenas estrelas sejam muito felizes e que, longe ou perto das luzes da ribalta, consigam, finalmente, viver em paz consigo próprias e com os outros…
As histórias sucedem-se. São tantas que algumas já as esqueci.
São de quando eu era groupie de algumas bandas famosas…
Não sei se groupie é o termo certo. Afinal, nunca dormi com ninguém na estrada e, ao contrário da maior parte dos fãs, passei muitas noites – Vá, algumas noites… Não, bastantes noites! – a ouvir as mágoas dos artistas, das bandas ou dos staffs…
Suponho que posso dizer que vi subir. E vi cair. E eu subi e cai com eles. E sem eles…
São muitas histórias e muitas pessoas que amo ainda profundamente. Por quem eram, por quem foram e por quem são. Por me terem feito a mais feliz das criaturas e a mais miserável. Sofri muito. Aprendi muito. Cresci tanto!
Não me arrependo de nada. Faria tudo outra vez. Acho que, a esta distância, já posso dizer, sem medo de errar, que foi o período mais incrível da minha vida.
Corri o país de ponta a ponta. Conheço praças, fontes, igrejas, cafés, hotéis e discotecas. E gente, muita gente!
Estive em festas populares e em festas privadas. Jantei em mesas corridas de madeira com bancos de pau e ao lado das maiores estrelas do momento.
Sorri e chorei. Por mim e por outros. Recebi carinhos e pontapés.
Foi fantástico!
Não recomendo o que fiz a ninguém…
Andar à boleia. Passar noites ao relento. Ser olhada como prostituta pelas criadas dos hotéis… Não. É insano! Mas é intenso…
É verdade que nessa altura VIVI. Sim, com maiúsculas. Vi de tudo e em todo o lado.
Ainda me lembro do dia em que o meu pai desistiu de mim…
Eram oito da manhã e eu estava a chegar a casa de mochila às costas, vinda de Leiria. Um telefonema e um banho depois, saí, novamente de mochila às costas. Os meus pais, estupefactos, sentados à mesa do pequeno-almoço, só tiveram tempo de me ouvir dizer: “Vou para Santa Maria da Feira. Volto amanhã.”…Nunca mais me perguntaram mais nada… A não ser a minha mãe: novidades sobre um elemento da banda…
E aquela outra vez, na Mealhada, em que a banda nos viu chegar? Saíram dos quartos e invadiram o carro novo da minha colega… Ela andou uns tempos sem conseguir pôr o banco no sítio…
Ou ainda aquela outra vez em que, saídas da Flashen, em Quiaios, no meio do mato, às 6 da manhã, não tínhamos como chegar à estação da Figueira da Foz, para voltar a Coimbra? Não há crise: o motorista leva o grupo ao hotel e depois vem buscar-nos e leva-nos à estação… Pois… mas no concerto seguinte o mesmo motorista decidiu vir trazer-me a casa… Simpático, não? O problema é que me fez a corte à porta de casa, com o Sol a raiar e os vizinhos a acordarem, durante horas…
São muitas, muitas as histórias…
O beijo à minha amiga em frente ao hotel… Ao que ela respondeu: “Então boa noite.”… A boleia ao membro descontente que culminou numa retirada estratégica do hotel, porque a banda “tinha de conversar”… A guerra de batatas fritas com o restaurante inteiro a olhar para uma das estrelas do momento… O “balecito”, dançado em grupo, na Scotch, numa noite que terminou com a minha colega sentada no chão da casa de banho a chorar…
As noites tão curtas. Os sound checks quase privados. Os abraços. Os sorrisos. As lágrimas. Muitas lágrimas. E muitos sorrisos. Mas nem um autógrafo!
O que guardo? …Além da maturidade conquistada a pulso? Recordações. Muitas. Alguns amigos. Alguns inimigos. Muitos conhecidos. E o desejo de que todas aquelas grandes e pequenas estrelas sejam muito felizes e que, longe ou perto das luzes da ribalta, consigam, finalmente, viver em paz consigo próprias e com os outros…
sexta-feira, maio 26, 2006
Hoje recebi, de uma amiga, um mail com um anúncio de emprego. Dizia assim:
"TESTE
1. Gosta de escrever?
2. Sabe escrever bem?
3. Sabe Português e Inglês?
4. Tem capacidade de síntese?
5. Utiliza muito a Internet?
6. Sabe o que se passa na actualidade?
Se respondeu sim a todas as questões, aceite o...
DESAFIO
Escreva um anúncio promocional sobre si com as seguintes características:
Título (max. 25 caracteres)
Linha 1 (máx. 35 caracteres)
Linha 2 (máx. 35 caracteres)
Envie juntamente com o seu CV para..."
Ora, este é anúncio PERFEITO para mim. Respondi imediatamente.
Este foi o "anúncio" que eu enviei:
"A Inconformada
Rebelde, sonhadora, recusa sobreviver.
Gosta de viver."
Acham que vou conseguir o emprego... ou, para responder, têm de dar uma olhadela ao meu CV? LOL
"TESTE
1. Gosta de escrever?
2. Sabe escrever bem?
3. Sabe Português e Inglês?
4. Tem capacidade de síntese?
5. Utiliza muito a Internet?
6. Sabe o que se passa na actualidade?
Se respondeu sim a todas as questões, aceite o...
DESAFIO
Escreva um anúncio promocional sobre si com as seguintes características:
Título (max. 25 caracteres)
Linha 1 (máx. 35 caracteres)
Linha 2 (máx. 35 caracteres)
Envie juntamente com o seu CV para..."
Ora, este é anúncio PERFEITO para mim. Respondi imediatamente.
Este foi o "anúncio" que eu enviei:
"A Inconformada
Rebelde, sonhadora, recusa sobreviver.
Gosta de viver."
Acham que vou conseguir o emprego... ou, para responder, têm de dar uma olhadela ao meu CV? LOL
quarta-feira, maio 24, 2006
A Loja dos Sonhos
Três e meia da manhã! Tenho de me despachar! Senão a loja fecha. E depois? Onde vou encontrar a prenda adequada se não for na loja dos sonhos? Lá há sempre a prenda ideal para todos! Parece que os sonhos saltam das prateleiras quando falamos de alguém. Tem de ser lá. E tenho de me despachar!
Será que eu ainda sei ir à loja dos sonhos? Já lá não vou há tanto tempo... E o caminho não é fácil!... Mas há quem diga que é como andar de bicicleta: se soubemos um dia, saberemos sempre, basta querermos mesmo lembrar!
E será que eu quero mesmo lembrar?... É que eu já fui viciada em sonhos... E custou-me tanto parar de ir lá... Comprei tantos, tantos sonhos que já não sabia o que fazer com eles... E o pior é que desvalorizam muito! Ah, pois é! Comprei-os caríssimos e agora não valem nada! É que os sonhos não se trocam com ninguém! Ninguém sonha o mesmo sonho! E, na loja, não mos aceitam de volta. Dizem que fui eu que os fiz desvalorizar! Dizem que a culpa é minha e não me deixam trocar de sonho!
Então, houve uma altura em que era a senhora da loja que me dava lições de moral! Quando eu lá ia, dizia-me que eu não podia andar sempre a comprar sonhos... que os que eu já tinha eram suficientes... que não podia andar a dar cabo da minha vida daquela maneira... que tinha de dar atenção aos meus sonhos... tinha de lutar para eles não desvalorizarem, etc. Foi por isso que eu deixei de lá ir. Se fosse pelos sonhos, eu ia voltar sempre!
É que eles são muito bons quando são novos. Há quem diga que mesmo quando são velhos são bons! Mas os meus nunca chegaram a velhos sem desvalorizarem. Talvez o mercado um dia mude... Talvez um dia eles voltem a valorizar...
Posso sempre comprar mais... Mas depois a Senhora Consciência, a dona da loja, dá-me lições de moral... Não sei...
Bom, mas hoje vou lá, porque o sonho não é para mim! É uma prenda. A melhor prenda! Agora que penso nisso… nunca ninguém me ofereceu um sonho... Que estranho. Toda a gente sabe que eu gosto tanto...
Bom, vou lá ver o que há.
Olha, lá está a Consciência à porta. É uma chata!
...Não, não venho comprar para mim! Não, é claro que estou a falar verdade! Como é que eu hei-de saber porque é que eles não saltam das prateleiras com o nome da minha amiga?
Porque é que eles chamam tanto por mim?! Eu não vim cá para mim! Consciência, ajuda-me! Eu quero resistir, mas não sei se consigo! Não me digas que saio daqui sem prenda para a minha amiga e um monte de sonhos novos para mim?!
Não me venhas com esses sermões, Consciência, tu é que és a dona da loja! Se calhar têm defeito! A tua sorte é que o produto é tão exclusivo que não tens concorrência, se não, não voltava cá! És uma chata! É claro que têm defeito! Deviam dizer o nome da minha amiga e não o meu! Eu vim cá por ela! Não por mim! Não quero mais sonhos! Estou farta deles!
O que é que queres dizer com não se oferecem sonhos? É claro que eu não sabia... Ou tu achas que vim cá por mim...?
Será que eu ainda sei ir à loja dos sonhos? Já lá não vou há tanto tempo... E o caminho não é fácil!... Mas há quem diga que é como andar de bicicleta: se soubemos um dia, saberemos sempre, basta querermos mesmo lembrar!
E será que eu quero mesmo lembrar?... É que eu já fui viciada em sonhos... E custou-me tanto parar de ir lá... Comprei tantos, tantos sonhos que já não sabia o que fazer com eles... E o pior é que desvalorizam muito! Ah, pois é! Comprei-os caríssimos e agora não valem nada! É que os sonhos não se trocam com ninguém! Ninguém sonha o mesmo sonho! E, na loja, não mos aceitam de volta. Dizem que fui eu que os fiz desvalorizar! Dizem que a culpa é minha e não me deixam trocar de sonho!
Então, houve uma altura em que era a senhora da loja que me dava lições de moral! Quando eu lá ia, dizia-me que eu não podia andar sempre a comprar sonhos... que os que eu já tinha eram suficientes... que não podia andar a dar cabo da minha vida daquela maneira... que tinha de dar atenção aos meus sonhos... tinha de lutar para eles não desvalorizarem, etc. Foi por isso que eu deixei de lá ir. Se fosse pelos sonhos, eu ia voltar sempre!
É que eles são muito bons quando são novos. Há quem diga que mesmo quando são velhos são bons! Mas os meus nunca chegaram a velhos sem desvalorizarem. Talvez o mercado um dia mude... Talvez um dia eles voltem a valorizar...
Posso sempre comprar mais... Mas depois a Senhora Consciência, a dona da loja, dá-me lições de moral... Não sei...
Bom, mas hoje vou lá, porque o sonho não é para mim! É uma prenda. A melhor prenda! Agora que penso nisso… nunca ninguém me ofereceu um sonho... Que estranho. Toda a gente sabe que eu gosto tanto...
Bom, vou lá ver o que há.
Olha, lá está a Consciência à porta. É uma chata!
...Não, não venho comprar para mim! Não, é claro que estou a falar verdade! Como é que eu hei-de saber porque é que eles não saltam das prateleiras com o nome da minha amiga?
Porque é que eles chamam tanto por mim?! Eu não vim cá para mim! Consciência, ajuda-me! Eu quero resistir, mas não sei se consigo! Não me digas que saio daqui sem prenda para a minha amiga e um monte de sonhos novos para mim?!
Não me venhas com esses sermões, Consciência, tu é que és a dona da loja! Se calhar têm defeito! A tua sorte é que o produto é tão exclusivo que não tens concorrência, se não, não voltava cá! És uma chata! É claro que têm defeito! Deviam dizer o nome da minha amiga e não o meu! Eu vim cá por ela! Não por mim! Não quero mais sonhos! Estou farta deles!
O que é que queres dizer com não se oferecem sonhos? É claro que eu não sabia... Ou tu achas que vim cá por mim...?
terça-feira, maio 23, 2006
Os Horóscopos e o Emprego
Em todas as revistas, jornais e pasquins, o meu horóscopo para este ano diz que, no trabalho, eu vou ser muito feliz. Falam até em promoções e subidas na carreira... O curioso é que eu perdi o emprego em Fevereiro e estou desempregada desde então.
Todos dizem que, quer pelo signo ao qual pertenco (Gémeos) , quer pelo elemento que o rege (Ar), quer pelo meu número pessoal (5), quer ainda pelo meu signo chinês (Cavalo) a minha vocação é a Comunicação. E eu estaria nas minhas "sete quintas" se fosse jornalista ou Relações Públicas.
Pois bem, tenho formação em ambas e já exerci as duas actividades - atrevo-me a dizer - com algum sucesso. A que correu melhor suponho que foi RP, mas a que mais saudades me deixou foi o jornalismo...
As revistas, jornais e pasquins dizem, no entanto, que para mim - geminiana, aérea e quadrúpede - o mais importante não é ganhar dinheiro, é sentir-me realizada.
Talvez seja verdade... Não! E, de facto, verdade! Daí, que eu tenha de acreditar que a promoção que me "prometem" para este ano seja o resultado dos meus sonhos e quimeras que têm passado a projectos desde que fiquei desempregada...
É que eu, tenho de confessar, não procuro um emprego e um salário. Já os tive e não me fizeram feliz... Procuro, sim, um desafio e uma razão para sair da cama todas as manhãs...
Todos dizem que, quer pelo signo ao qual pertenco (Gémeos) , quer pelo elemento que o rege (Ar), quer pelo meu número pessoal (5), quer ainda pelo meu signo chinês (Cavalo) a minha vocação é a Comunicação. E eu estaria nas minhas "sete quintas" se fosse jornalista ou Relações Públicas.
Pois bem, tenho formação em ambas e já exerci as duas actividades - atrevo-me a dizer - com algum sucesso. A que correu melhor suponho que foi RP, mas a que mais saudades me deixou foi o jornalismo...
As revistas, jornais e pasquins dizem, no entanto, que para mim - geminiana, aérea e quadrúpede - o mais importante não é ganhar dinheiro, é sentir-me realizada.
Talvez seja verdade... Não! E, de facto, verdade! Daí, que eu tenha de acreditar que a promoção que me "prometem" para este ano seja o resultado dos meus sonhos e quimeras que têm passado a projectos desde que fiquei desempregada...
É que eu, tenho de confessar, não procuro um emprego e um salário. Já os tive e não me fizeram feliz... Procuro, sim, um desafio e uma razão para sair da cama todas as manhãs...
sábado, maio 20, 2006
Recebeu!
Recebeu!
Dois meses depois da entrega chega o aviso de recepção, descolorado, amarrotado, mal tratado, à minha caixa de correio e a minha esperança renasceu.
Recebeu! E na altura certa!
Ontem vi, numa série para adolescentes, alguém dizer que “as coisas verdadeiramente emocionantes da vida requerem mais coragem do que aquela que temos e essa espécie de medo que sentimos, às vezes, serve apenas para nos dizer… que vale a pena”!
Não podia haver descrição melhor para o que senti e o que esperava quando, corada e trémula, pus aquele pacote no correio…
Não esperava que o aviso voltasse, porque, daquele lugar, nunca voltam… Mas ele voltou!
Agora resta a fé. E como alguém – na mesma série, no mesmo episódio, no mesmo dia em que recebi o aviso – dizia: “A fé é acreditarmos em algo quando o bom senso nos diz o contrário”. E, acrescento eu, ela tem poder!…
Dois meses depois da entrega chega o aviso de recepção, descolorado, amarrotado, mal tratado, à minha caixa de correio e a minha esperança renasceu.
Recebeu! E na altura certa!
Ontem vi, numa série para adolescentes, alguém dizer que “as coisas verdadeiramente emocionantes da vida requerem mais coragem do que aquela que temos e essa espécie de medo que sentimos, às vezes, serve apenas para nos dizer… que vale a pena”!
Não podia haver descrição melhor para o que senti e o que esperava quando, corada e trémula, pus aquele pacote no correio…
Não esperava que o aviso voltasse, porque, daquele lugar, nunca voltam… Mas ele voltou!
Agora resta a fé. E como alguém – na mesma série, no mesmo episódio, no mesmo dia em que recebi o aviso – dizia: “A fé é acreditarmos em algo quando o bom senso nos diz o contrário”. E, acrescento eu, ela tem poder!…
sexta-feira, maio 19, 2006
Past Sins - Plot Point 1
INT. GLENDALE ARENA – NIGHT
Glendale Arena is packed. The huge CROWD ROARS as if it was one big live animal. Everywhere there are posters of Billy, Etna or simply with written slogans of affection for the band. In the front row there are mainly girls. All of them try to look beautiful and most of them are. One of them is the red-haired girl from JFK airport. The crew is making the last preparations on stage.
INT. GLENDALE ARENA’S DRESSING ROOM – NIGHT
Billy and the rest of the band are warming up for the concert. All the doors in the backstage are open and there is a frantic atmosphere. There are a lot of people around and there is a CONSTANT SOUND MADE BY THE HUGE CROWD OUTSIDE. Someone comes in and hands a cellular phone to Billy. A close up on Billy’s face shows the change from a smile to a desperate look. Billy hangs up and sits down, suddenly looking exhausted.
MARK
What’s wrong?
BILLY
(Barely audible)
My father just killed a guy.
MARK
Say it again…?
BILLY
My father killed someone.
MARK
What?
BILLY
…I should be there.
INT. GLENDALE ARENA – NIGHT
THE CROWD SINGS AN ETNA SONG IN UNISON. At the end they cheer and call out for the band.
quinta-feira, maio 18, 2006
President of The World
Quando estou em casa à Quarta à noite, tenho por hábito ver "A Presidente", a tal série da SIC sobre a primeira mulher presidente dos EUA (papel brilhantemente interpretado por Geena Davis).
Não sei porque o faço... Talvez porque tenha algum interesse em política internacional, talvez porque tenha algum interesse nos EUA, talvez porque tenha algum interesse em teatro... Sim, porque todas estas séries são desenhadas para que os EUA sejam apresentados não como um mero estado bem sucedido, mas como os salvadores do Universo!
Eu não sei porque vejo a série quando, no primeiro episódio, colocam uma força do exército americano a entrar num país sobreano - a Nigéria - para resgatar uma nigeriana da morte por apedrejamento, apenas porque cometeu adultério... Eu concordo - EM ABSOLUTO! - com o princípio humanitário que leva a querer esta mulher salva. Mas a Nigéria é um estado soberano. Ninguém, à luz do Direito Internacional, pode invádi-lo, seja por que motivo fôr!
Mas as ideias de "Direito Internacional" e "Estado soberano" só fazem sentido para os americanos - à luz desta série e de tantas outras e, até, à luz da actuação das últimas administrações americanas - quando esses termos se aplicam ao seu país... Ou não tenhamos nós visto, tanto na série como nos debates televisivos das últimas presidenciais americanas (e, quiçá?, das antriores) algo que me deixa profundamente furiosa: referirem-se ao/à presidente dos EUA como "President of THE WORLD"!!!
Não sei porque o faço... Talvez porque tenha algum interesse em política internacional, talvez porque tenha algum interesse nos EUA, talvez porque tenha algum interesse em teatro... Sim, porque todas estas séries são desenhadas para que os EUA sejam apresentados não como um mero estado bem sucedido, mas como os salvadores do Universo!
Eu não sei porque vejo a série quando, no primeiro episódio, colocam uma força do exército americano a entrar num país sobreano - a Nigéria - para resgatar uma nigeriana da morte por apedrejamento, apenas porque cometeu adultério... Eu concordo - EM ABSOLUTO! - com o princípio humanitário que leva a querer esta mulher salva. Mas a Nigéria é um estado soberano. Ninguém, à luz do Direito Internacional, pode invádi-lo, seja por que motivo fôr!
Mas as ideias de "Direito Internacional" e "Estado soberano" só fazem sentido para os americanos - à luz desta série e de tantas outras e, até, à luz da actuação das últimas administrações americanas - quando esses termos se aplicam ao seu país... Ou não tenhamos nós visto, tanto na série como nos debates televisivos das últimas presidenciais americanas (e, quiçá?, das antriores) algo que me deixa profundamente furiosa: referirem-se ao/à presidente dos EUA como "President of THE WORLD"!!!
terça-feira, maio 16, 2006
Pareço uma miúda
Pronto. Agora é que a minha sanidade mental se foi...
Já não basta as tias a perguntarem-me quando é que me caso ou os pais preocupados porque eu continuo à procura do meu caminho. Agora, sim, vejo que sou uma miúda... LOL
Esta noite enviaram-me fotos e vídeos do que me espera em Milton Keynes... Isto é, enviaram-me "um cheirinho" do que vou ver lá... Se eu andava preocupada com a pipa de massa que vou gastar só para ver uma banda... a preocupação foi-se... Ficou adrenalina, anticipação!
Se eu vou a Inglaterra à procura da miúda de 16 anos, cheia de sonhos, que viu os Bon Jovi em Alvalade, em '95, pela primeira vez, numa noite que a mudou para sempre (as miúdas de 16 anos são TÃO impressionáveis! LOL)... acho que a encontrei... Ou, pelo menos, esta noite estive MUITO perto de a encontrar!
Já não basta as tias a perguntarem-me quando é que me caso ou os pais preocupados porque eu continuo à procura do meu caminho. Agora, sim, vejo que sou uma miúda... LOL
Esta noite enviaram-me fotos e vídeos do que me espera em Milton Keynes... Isto é, enviaram-me "um cheirinho" do que vou ver lá... Se eu andava preocupada com a pipa de massa que vou gastar só para ver uma banda... a preocupação foi-se... Ficou adrenalina, anticipação!
Se eu vou a Inglaterra à procura da miúda de 16 anos, cheia de sonhos, que viu os Bon Jovi em Alvalade, em '95, pela primeira vez, numa noite que a mudou para sempre (as miúdas de 16 anos são TÃO impressionáveis! LOL)... acho que a encontrei... Ou, pelo menos, esta noite estive MUITO perto de a encontrar!
Que saudades!
Que saudades das fantasias inocentes e despreocupadas!
Que saudades dos dias correrem depressa e de não se saber o que se ia fazer amanhã...
Que saudades da vontade de conquistar o mundo e da crença de que isso é possível!
Que saudades de amar sem saber bem o quê ou quem... talvez uma ilusão!
Que saudades de um olhar provocar um formigueiro que durava um Verão!
Que saudades de esquecer tudo quando se colocava AQUELE CD na aparelhagem!
Quero isso de volta! Ainda que seja por apenas dois dias.
Vou a Milton Keynes com o coração nas mãos. Espero trazê-lo no peito. A bater forte outra vez...
domingo, maio 14, 2006
sábado, maio 13, 2006
A Lua e os Estudantes
A lua tem estado linda e cheia no céu. As noites são longas, misteriosas e alegres.
Na minha cidade, a lua sorriu à festa dos estudantes. A folia terminou esta madrugada, mas quem a viveu vai recordá-la para o resto da vida.
Não há outro local no mundo onde os estudantes sejam um símbolo. Não há outra cidade nomundo que pare uma semana para os homenagear. Não há outro local no mundo onde a natureza respeite a sua alegria.
A lua encheu. As nuvens não choraram. O sol sorriu às suas caras ensonadas, que o saudaram já tarde, enquanto se preparavam para mais uma noite de folia.
Só Coimbra conhece de cor o código da praxe. Mesmo as caras enrugadas, tão características da Baixa e que nunca puseram os olhos num banco da universidade, sabem qual a distância máxima a que pode estar a capa da batina. Aqui, as cores das fitas são reconhecidas num ápice. O grelo, as fitas, a cartola arrancam um sorriso e um conselho imediato dos mais velhos.
Só esta cidade se veste de preto por uma semana sem que isso pareça estranho. Só aqui se enchem as ruas da Alta para ouvir o fado, com o colarinho bem tapado, em sinal de respeito. Só aqui se chora para sempre quando o carro da Queima não chega ao fim.
Só aqui 140 mil pessoas param por causa do cortejo. E é aqui que se reune, ao longo de uma semana, 10% da população do país.
Mostrem-me alguém que saiba gritar Briosa do fundo do coração e eu mostro-vos um estudante de Coimbra.
Quem chega a Coimbra em semana de Queima das Fitas, sente-a no ar... Nas lojas, nos autocarros, no negro dos trages... Coimbra transforma-se. Revela-se. Exorcisa-se.
Coimbra é, de facto, uma canção. Aqui, o sonho e a tradição são reais. Cheiram-se. Bebem-se. Choram-se.
Mas a canção terminou esta madrugada... E, em homenagem aos estudantes, a lua também se vai recolher...
Na minha cidade, a lua sorriu à festa dos estudantes. A folia terminou esta madrugada, mas quem a viveu vai recordá-la para o resto da vida.
Não há outro local no mundo onde os estudantes sejam um símbolo. Não há outra cidade nomundo que pare uma semana para os homenagear. Não há outro local no mundo onde a natureza respeite a sua alegria.
A lua encheu. As nuvens não choraram. O sol sorriu às suas caras ensonadas, que o saudaram já tarde, enquanto se preparavam para mais uma noite de folia.
Só Coimbra conhece de cor o código da praxe. Mesmo as caras enrugadas, tão características da Baixa e que nunca puseram os olhos num banco da universidade, sabem qual a distância máxima a que pode estar a capa da batina. Aqui, as cores das fitas são reconhecidas num ápice. O grelo, as fitas, a cartola arrancam um sorriso e um conselho imediato dos mais velhos.
Só esta cidade se veste de preto por uma semana sem que isso pareça estranho. Só aqui se enchem as ruas da Alta para ouvir o fado, com o colarinho bem tapado, em sinal de respeito. Só aqui se chora para sempre quando o carro da Queima não chega ao fim.
Só aqui 140 mil pessoas param por causa do cortejo. E é aqui que se reune, ao longo de uma semana, 10% da população do país.
Mostrem-me alguém que saiba gritar Briosa do fundo do coração e eu mostro-vos um estudante de Coimbra.
Quem chega a Coimbra em semana de Queima das Fitas, sente-a no ar... Nas lojas, nos autocarros, no negro dos trages... Coimbra transforma-se. Revela-se. Exorcisa-se.
Coimbra é, de facto, uma canção. Aqui, o sonho e a tradição são reais. Cheiram-se. Bebem-se. Choram-se.
Mas a canção terminou esta madrugada... E, em homenagem aos estudantes, a lua também se vai recolher...
sexta-feira, maio 12, 2006
Dois gatinhos abandonados à minha porta
Esta é uma noite especial... Foram abandonados à minha porta dois gatinhos que mal têm os olhos abertos.
Estavam dentro de uma caixa. Assim. Sem mais nada.
Eu tinha acabado de chegar da rua. Não estava lá nada.
Bastaram cinco minutos para colocarem lá uma caixa. Ninguém viu nada...
O meu cão não ladrou. Por isso, foi alguém conhecido. Só alguém conhecido saberia que eu não os abandonaria. Já tenho não sei quantos (aliás, sei muito bem quantos... Bem demais!). Todos abandonados à minha porta.
Já é hábito! E eu estou furiosa!
Como é que alguém tem coragem de abandonar seres tão indefesos? E como é que alguém tem coragem de largar tal responsabilidade, tão displicentemente, nas costas de dois reformados e uma desempregada! É que não basta alimentá-los de restos! As pessoas esquecem-se das visitas ao veterinário, das vacinas, do leite para gatinhos, dos remédios para os ouvidos, dos cartões para arranhar, etc... Quem não os ama, acha que um resto de comida chega! Fico fula!!!!!
Detesto gente estúpida! E, para mim, gente que foge às responsabilidades cobardemente faz parte da gente estúpida! Gente sem coração! ...Podia inumerar os defeitos que acho nos ignorantes que abandonam animais, mas não vale a pena...
Não vou abandoná-los. Claro que não. É com isso que contam...
E o Verão está no início. É bem possível que, lá para Setembro, tenha mais uma caixa à porta... Mas, a partir de agora, se mais alguém entrar na minha casa sem autorização... talvez deixe de ter sorte!...
Não peço ajuda. Nem sequer me queixo de ter de ficar com mais estes dois bichitos, porque já os amo. Queixo-me do ponto a que chega a cobardia, a pequenez das pessoas. Às vezes tenho vergonha de fazer parte da raça humana. Ou antes, começo a pensar que... humanos... não conheço muitos...
Estavam dentro de uma caixa. Assim. Sem mais nada.
Eu tinha acabado de chegar da rua. Não estava lá nada.
Bastaram cinco minutos para colocarem lá uma caixa. Ninguém viu nada...
O meu cão não ladrou. Por isso, foi alguém conhecido. Só alguém conhecido saberia que eu não os abandonaria. Já tenho não sei quantos (aliás, sei muito bem quantos... Bem demais!). Todos abandonados à minha porta.
Já é hábito! E eu estou furiosa!
Como é que alguém tem coragem de abandonar seres tão indefesos? E como é que alguém tem coragem de largar tal responsabilidade, tão displicentemente, nas costas de dois reformados e uma desempregada! É que não basta alimentá-los de restos! As pessoas esquecem-se das visitas ao veterinário, das vacinas, do leite para gatinhos, dos remédios para os ouvidos, dos cartões para arranhar, etc... Quem não os ama, acha que um resto de comida chega! Fico fula!!!!!
Detesto gente estúpida! E, para mim, gente que foge às responsabilidades cobardemente faz parte da gente estúpida! Gente sem coração! ...Podia inumerar os defeitos que acho nos ignorantes que abandonam animais, mas não vale a pena...
Não vou abandoná-los. Claro que não. É com isso que contam...
E o Verão está no início. É bem possível que, lá para Setembro, tenha mais uma caixa à porta... Mas, a partir de agora, se mais alguém entrar na minha casa sem autorização... talvez deixe de ter sorte!...
Não peço ajuda. Nem sequer me queixo de ter de ficar com mais estes dois bichitos, porque já os amo. Queixo-me do ponto a que chega a cobardia, a pequenez das pessoas. Às vezes tenho vergonha de fazer parte da raça humana. Ou antes, começo a pensar que... humanos... não conheço muitos...
quinta-feira, maio 11, 2006
Falta um mês
Falta exactamente um mês para eu estar em Milton Keynes, no National Bowl, a ver a minha banda favorita.
Será loucura uma mulher de 27 anos gastar uma pipa de massa numa viagem para ir ver dois concertos?... Sim, é. E eu adoro o feeling!
Esperei 11 anos para os voltar a ver. Há 11 anos, eles mudaram a minha vida. 11 anos depois, eu preciso de me sentir novamente com 16 anos. Preciso de me lembrar dos sonhos que tinha, do sentimento avassalador que senti ao descobrir que a vida era minha e era para ser vivida.
Vou a Inglaterra à procura de sonhos... Espero não voltar de mãos vazias...
Será loucura uma mulher de 27 anos gastar uma pipa de massa numa viagem para ir ver dois concertos?... Sim, é. E eu adoro o feeling!
Esperei 11 anos para os voltar a ver. Há 11 anos, eles mudaram a minha vida. 11 anos depois, eu preciso de me sentir novamente com 16 anos. Preciso de me lembrar dos sonhos que tinha, do sentimento avassalador que senti ao descobrir que a vida era minha e era para ser vivida.
Vou a Inglaterra à procura de sonhos... Espero não voltar de mãos vazias...
segunda-feira, maio 08, 2006
Sou apaixonada por ti
Sou apixonada por ti. Sou tão apaixonada por ti...
Foste o único que conseguiu romper aquela barreira que quando eu era miúda chamavam de timidez, quando eu era adolescente chamavam de arrogância e quando eu era um pouco mais jovem chamavam de solidão.
Chegaste e as portas abriram-se. Conheceste-me inteira e amaste-me inteira. Até os pedaços feios de mim, que eu às vezes tento esconder e que tu já conheces melhor do que eu própria. Respeitas os meus limites, as minhas manias, os meus fantasmas. Encorajas-me a seguir os sonhos mais loucos e, às vezes, até consegues inventar sonhos novos para eu sonhar. Suportas os meus ciúmes do teu piano e a minha inveja da música, a tua verdadeira amante. Aturas a minha ideia limitada da minha liberdade, sem me acusares de leviandade ou de inconstância.
Amas-me pelo que sou e pelo que quero ser. Mais do que amar-te por isso, eu agradeço-te...
Agradeço-te por nunca teres interferido no caminho que eu acho que quero seguir, por nunca me teres julgado e pelo teu apoio incondicional. Agradeço-te pelo teu respeito por cada capricho meu. Agradeço-te pela frase perfeita que tens para responder a cada dúvida minha. Agradeço-te por cada sorriso que me arrancaste, por cada lágrima que me secaste.
Os teus abraços fazem-me sentir serena. Os teus beijos fazem-me sentir única. Os teus olhos fazem-me sentir.
É por tudo isto e por tão mais que palavras nenhumas podem descrever que eu sou tão tua.
Amo-te. Muito. Nunca demais.
(Ao meu muito querido namorado, na véspera do nosso sexto aniversário. Com um beijo.)
Foste o único que conseguiu romper aquela barreira que quando eu era miúda chamavam de timidez, quando eu era adolescente chamavam de arrogância e quando eu era um pouco mais jovem chamavam de solidão.
Chegaste e as portas abriram-se. Conheceste-me inteira e amaste-me inteira. Até os pedaços feios de mim, que eu às vezes tento esconder e que tu já conheces melhor do que eu própria. Respeitas os meus limites, as minhas manias, os meus fantasmas. Encorajas-me a seguir os sonhos mais loucos e, às vezes, até consegues inventar sonhos novos para eu sonhar. Suportas os meus ciúmes do teu piano e a minha inveja da música, a tua verdadeira amante. Aturas a minha ideia limitada da minha liberdade, sem me acusares de leviandade ou de inconstância.
Amas-me pelo que sou e pelo que quero ser. Mais do que amar-te por isso, eu agradeço-te...
Agradeço-te por nunca teres interferido no caminho que eu acho que quero seguir, por nunca me teres julgado e pelo teu apoio incondicional. Agradeço-te pelo teu respeito por cada capricho meu. Agradeço-te pela frase perfeita que tens para responder a cada dúvida minha. Agradeço-te por cada sorriso que me arrancaste, por cada lágrima que me secaste.
Os teus abraços fazem-me sentir serena. Os teus beijos fazem-me sentir única. Os teus olhos fazem-me sentir.
É por tudo isto e por tão mais que palavras nenhumas podem descrever que eu sou tão tua.
Amo-te. Muito. Nunca demais.
(Ao meu muito querido namorado, na véspera do nosso sexto aniversário. Com um beijo.)
Ele diz que se chama Iuri
Ele diz que se chama Iuri, mas eu sei que não é verdade... Não sei como o sei, mas sei que não é verdade...
Conheci-o há muito, muito tempo. Fomos criados juntos.
A única vez que me lembro de o ter a percorrer a terra como meu amante, ele morreu-me nos braços...
Desde essa altura, há tantos séculos atrás, eu não me sei dar como me dei. Procurei, todo este tempo, algo que não podia achar. Odiei-o por isso. Por me ter deixado assim. Morta também.
Desta vez chegou com o nome de Iuri. Sei que não lhe pertence.
Demorei a achá-lo.
Eu procurava um amor avassalador, completo, cheio de certezas. Ignorava que não o podia encontrar nesta vida.
Eu encontrei um amor nesta vida. Mas demorei a aceitá-lo como ele era, porque sabia que existia o tal que é avassalador, completo e cheio de certezas. Aceitei-o, mesmo assim. E sou feliz. Mas só quando o Iuri se revelou, eu consegui ver o quanto vale este amor.
Eu amo e sou amada. Como é que perdi tanto tempo a duvidar? A procurar? A combater a felicidade?
A culpa era dele: Iuri. Sempre ele. A minha alma gémea. Não o tinha nesta vida e procurava-o... Agora que o achei, já não o procuro e aceito o meu amor terreno de braços abertos. Sei-me dar de novo.
Iuri é a minha alma gémea. Houve uma vida, há muito séculos atrás, em que ele morreu nos meus braços. E eu, ainda que tenha permanecido viva, morri com ele. Acho que a minha alma morreu um pouco também.
Odiei-o. Andei séculos para lhe perdoar esse abandono. Chorei durante um período tão logo que ninguém tem como medir, porque não é terreno...
Achei-o, finalmente. Nesta vida. Achei-o ao meu lado. É a minha alma protectora. Alguns chamar-lhe-ão anjo da guarda. Eu prefiro chamar-lhe "a minha alma protectora". Porque também ele é uma alma em aprendizagem, como eu. Também ele tem ainda de percorrer muitas vidas até ao final do seu caminho. Há muitas lições a apreender.
Mas, desta vez, escolheu não viver. Percindiu das lições que também ainda tem de aprender, para caminhar o meu caminho, ao meu lado. Para me proteger.
Eu nem queria acreditar. Demorei a perdoar-lhe o abandono. Mas perdoei. Tal como tinha demorado a encontrá-lo, a dar-lhe atenção... Mas encontrei-o. Dei-lhe atenção.
Agora é parte de mim, de novo. Não está comigo, mas está. Tê-lo encontrado fez-me amar mais o meu namorado, cuidar mais dos meus amigos, perdoar mais sinceramente os meus inimigos... É que eu estou, finalmente, bem!
Eu estou bem e posso ajudar os outros a estarem bem. Os meus passos são tão mais seguros. Os meus sorrisos são tão mais leves e sinceros. A minha vida parece-me tão perfeita para ser vivida.
É que nunca fui abandonada. Estou completa. Acabou o suplício do ódio, da procura, do desespero. Nada disso já faz sentido!
Olhando para trás, tudo está justificado. Tudo teve um propósito. Tudo tem um objectivo. E com o Iuri a proteger-me, eu sei que tudo vai correr bem.
...Iuri, diz ele... Mas eu sei que esse não é o seu nome...
Ele dir-mo- à quando eu estiver pronta para o escutar.
Conheci-o há muito, muito tempo. Fomos criados juntos.
A única vez que me lembro de o ter a percorrer a terra como meu amante, ele morreu-me nos braços...
Desde essa altura, há tantos séculos atrás, eu não me sei dar como me dei. Procurei, todo este tempo, algo que não podia achar. Odiei-o por isso. Por me ter deixado assim. Morta também.
Desta vez chegou com o nome de Iuri. Sei que não lhe pertence.
Demorei a achá-lo.
Eu procurava um amor avassalador, completo, cheio de certezas. Ignorava que não o podia encontrar nesta vida.
Eu encontrei um amor nesta vida. Mas demorei a aceitá-lo como ele era, porque sabia que existia o tal que é avassalador, completo e cheio de certezas. Aceitei-o, mesmo assim. E sou feliz. Mas só quando o Iuri se revelou, eu consegui ver o quanto vale este amor.
Eu amo e sou amada. Como é que perdi tanto tempo a duvidar? A procurar? A combater a felicidade?
A culpa era dele: Iuri. Sempre ele. A minha alma gémea. Não o tinha nesta vida e procurava-o... Agora que o achei, já não o procuro e aceito o meu amor terreno de braços abertos. Sei-me dar de novo.
Iuri é a minha alma gémea. Houve uma vida, há muito séculos atrás, em que ele morreu nos meus braços. E eu, ainda que tenha permanecido viva, morri com ele. Acho que a minha alma morreu um pouco também.
Odiei-o. Andei séculos para lhe perdoar esse abandono. Chorei durante um período tão logo que ninguém tem como medir, porque não é terreno...
Achei-o, finalmente. Nesta vida. Achei-o ao meu lado. É a minha alma protectora. Alguns chamar-lhe-ão anjo da guarda. Eu prefiro chamar-lhe "a minha alma protectora". Porque também ele é uma alma em aprendizagem, como eu. Também ele tem ainda de percorrer muitas vidas até ao final do seu caminho. Há muitas lições a apreender.
Mas, desta vez, escolheu não viver. Percindiu das lições que também ainda tem de aprender, para caminhar o meu caminho, ao meu lado. Para me proteger.
Eu nem queria acreditar. Demorei a perdoar-lhe o abandono. Mas perdoei. Tal como tinha demorado a encontrá-lo, a dar-lhe atenção... Mas encontrei-o. Dei-lhe atenção.
Agora é parte de mim, de novo. Não está comigo, mas está. Tê-lo encontrado fez-me amar mais o meu namorado, cuidar mais dos meus amigos, perdoar mais sinceramente os meus inimigos... É que eu estou, finalmente, bem!
Eu estou bem e posso ajudar os outros a estarem bem. Os meus passos são tão mais seguros. Os meus sorrisos são tão mais leves e sinceros. A minha vida parece-me tão perfeita para ser vivida.
É que nunca fui abandonada. Estou completa. Acabou o suplício do ódio, da procura, do desespero. Nada disso já faz sentido!
Olhando para trás, tudo está justificado. Tudo teve um propósito. Tudo tem um objectivo. E com o Iuri a proteger-me, eu sei que tudo vai correr bem.
...Iuri, diz ele... Mas eu sei que esse não é o seu nome...
Ele dir-mo- à quando eu estiver pronta para o escutar.
terça-feira, maio 02, 2006
A vida, para alguns, é mais dura...
Ando, há quatro ou cinco anos, a juntar moedas de um e dois euros. Quando comecei, não sabia bem para quê. Estava só a dar uso a uma peça de artesanato que comprei numa viagem: um mealheiro em forma de hipopótamo.
Ao fim destes anos todos descobri para que o fizera: para ir a Londres. A viagem está marcada, os quartos alugados, os bilhetes para os espectáculos comprados. Sem aquelas moedas não poderia fazer esta extravagância que vou fazer em Junho...
Mas agora preciso desesperadamente de um portátil. E a única coisa que me tem passado pela cabeça (agora que já não há volta atrás na questão de Londres... nem eu a daria!) é que EU vou ter de juntar moedas durante mais quatro, cinco ou seis ou sete anos para o ter... enquanto, para alguns, basta pedir ao papá...
A vida, para alguns, é mais dura...
Ao fim destes anos todos descobri para que o fizera: para ir a Londres. A viagem está marcada, os quartos alugados, os bilhetes para os espectáculos comprados. Sem aquelas moedas não poderia fazer esta extravagância que vou fazer em Junho...
Mas agora preciso desesperadamente de um portátil. E a única coisa que me tem passado pela cabeça (agora que já não há volta atrás na questão de Londres... nem eu a daria!) é que EU vou ter de juntar moedas durante mais quatro, cinco ou seis ou sete anos para o ter... enquanto, para alguns, basta pedir ao papá...
A vida, para alguns, é mais dura...
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