quinta-feira, abril 30, 2009

Salvation

Todos procuramos uma salvação. Aquele caminho dourado e maravilhoso que nos leva à felicidade. Todos achamos que há algo mais do que “isto”. Nascemos para ser especiais. Apenas ainda não encontrámos a resposta, a razão para termos sido colocados neste planeta. Todos procuramos a nossa missão.
O emprego das 9h às 5h não chega para nos dar um motivo para viver, por isso, desdobramo-nos em formações e seminários, em filmes e concertos, em viagens e campanhas, voluntariados e caridades. À procura.
As artes servem-nos de escape. Desenvolvemos opiniões críticas sobre quadros, canções e filmes. Enchemos a casa de livros e documentários sobre as nossas áreas particulares de interesse. E arranjamos “projectos”.
Todos temos “um projecto” que nos vai salvar. Todos temos algo que vai deslumbrar o mundo um dia. Algo que, invariavelmente, não chega à luz do dia devido a uma secessão de desculpas mais fáceis de inventar do que admitir a verdade: a falta de talento.
Todos acreditamos que a nossa “oportunidade” está ao virar da esquina. Todos temos a certeza de que somos a próxima grande estrela planetária que vai inspirar as pessoas e quem não percebe isso é porque não nos percebe de todo.
Depois há aqueles dias em que alguém viu “o projecto” e não se deslumbrou. Ou em que a nossa opinião crítica foi ridicularizada. Ou em que alguém concretizou algo que nós continuamos a tentar concretizar. Aqueles dias em que palavras sábias ecoam no nosso espírito com conotações cruéis. Aquele dia em que alguém nos dá a “palmadinha nas costas” para não nos mandar passear e em que a palmadinha adquire o peso de toneladas e estilhaça o nosso espírito para sempre.
Nesse dia olhamos para o emprego das 9h às 5h à procura da salvação, de algo que não tenhamos visto antes, algo que sirva para nos colar os pedaços dispersos da alma. Procuramos a maturidade, a satisfação com a sorte que temos. E não achamos nada. Voltamos a olhar para “os projectos” na esperança de que adquiram novo encanto, que nos façam esquecer o golpe. E nada acontece.
A partir desse dia vagueamos pelas ruas com o absoluto sentido do ridículo, do nada em que vivemos.
É a isso, talvez, a que chamam idade adulta…

sexta-feira, abril 24, 2009

Este fim-de-semana...

Workshop "Argumento"

Descrição:
Como se escreve um guião? Como se conta uma história em Televisão e Cinema?

Conteúdos Programáticos:
O cinema e a televisão são formas de comunicação contemporâneas, que no nosso século tiveram de inventar a sua linguagem. Neste curso estuda-se como se tem definido e transformado a escrita própria de textos destinados a serem filmados. Trata-se de um género que só pode ser compreendido por relação com a narração e o drama. Para compreender a «narração dramática» dos guiões, trabalham-se as teorias clássicas da narração, as estratégias narrativas de vários tipos de filmes, as personagens, as cenas, os diálogos e técnicas específicas de manipulação do espaço e do tempo. Tudo isto será desenvolvido a partir das sinopses previamente enviadas pelos participantes.

Pré-Requisitos:
Os participantes deste workshop devem enviar com antecedência uma sinopse, de modo a tornar o workshop o mais interactivo possível. A sinopse deve ser uma página, com sinopse original de um filme de ficção, atenção que não é de um filme já feito, mas sim um filme que imaginaram, com princípio, meio e fim. A organização fornecerá a morada de correio electrónico para este envio.


Outras Informações:
Datas - Sábado 25 e Domingo de 26 de Abril 2009
Horário - 9h às 13h e das 14h às 20h
Lugar - Edifício AAC
Limite de Participantes - 20
Horas de Formação - 20
Frequência Mínima - 70%
Preço Workshop - Sócios CEC/AAC 40€ Público em Geral 50€

quinta-feira, abril 16, 2009

Condutora de fim-de-semana?

Situação 1:
Numa noite chuvosa, conduzi alegremente o meu gajo e uma amiga até um retail park nos arredores da cidade. Fiz o caminho e estacionei sem qualquer hesitação. Saímos todos do carro em amena cavaqueira e, quando se fecha a última porta, o carro começa a deslizar para a frente... Pergunta do gajo, quando eu já me estava a enfiar dentro do carro e a puxar o travão de mão:
_Então, não travas o carro?!
Sim, normalmente…
…Dah!!!

Situação 2:
Ao fim de dois meses a estacionar numa estrada a subir perto do ginásio, eu faço o difícil exercício de fazer uma inversão de marcha difícil no meio dessa estrada inclinada para estacionar num lugar vago logo ao início da rua. No passeio, à minha espera, está uma colega da aula de Corpo & Mente. Eu alinho o carro com o da frente e começo a manobra. Os lugares costumam ser grandes e, apesar do declive, costuma ser facílimo estacionar ali. O que eu não contei foi com a p*** da árvore que estava no canteirinho atrás do carro da frente. Escusado será dizer que teria estacionado à primeira, se a roda da frente não esbarrasse no canteiro. Ora, nas tentativas de pôr o carro direitinho e super confiante da grandeza do lugares, bato no carro de trás com um barulho condizente com a trombada...
Saí do carro para verificar os estragos, mas nenhum dos dois tinha qualquer arranhão.
Tirei o carro daquele lugar e tentei fazer uma manobra semelhante mais à frente, já sem canteiro. Mas, toda a tremer e com lágrimas nos olhos, é difícil ter atenção às referências. Não consegui…
Durante este tempo todo, a minha colega olhava para mim do passeio. Disse-lhe adeus e desisti.

Situação 3:
Chuvia a cântaros. Na tentativa de me molhar um pouco menos, à hora de almoço, decidi estacionar bem à frente da minha porta em vez de deixar o carro nuns lugares ao cimo da rua. Por isso, pela terceira vez na vida, fui fazer a inversão de marcha num larguito logo a seguir à minha casa. A rua, à entrada do largo, é estreita, em curva e tem uma inclinação de uns 35 graus (estou a exagerar, mas é bem inclinada…). Além disso, o facto de o largo ser minúsculo, ter sempre carros estacionados e não ser alcatroado (ou seja, o carro “mergulha” no largo empedrado e, para fazer a marcha atrás, sobe uma “parede” inclinada e em curva) acrescenta alguma dificuldade à manobra.
Entrei no largo, fiz a marcha atrás de volta à estrada inclinada, acertando direitinha na rua estreita e, para arrancar a subir, puxei o travão de mão, não fosse o carro bater num muro que ladeia a estrada em frente ao largo, ou pior, cair na ribanceira que existe ao lado do muro, mais abaixo. Ora, eu raramente puxo o travão de mão e enerva-me não fazer o ponto directo. Suponho que é uma questão de hábito. Mas ali, era uma questão de segurança...
Tento arrancar uma vez e o carro vai abaixo. Entretanto, um vizinho meu que vive numa das casas que dão para o largo, sai de casa e dirige-se ao carro dele (estacionado… no largo). Tento arrancar segunda vez e o carro vai abaixo. O meu vizinho entra no carro dele. Tento arrancar terceira vez e o carro… vai abaixo. O meu vizinho sai do carro dele e, junto ao meu carro, pergunta se “precisa de ajuda”… Furiosa, digo-lhe:
_Não me leve a mal, mas não, obrigada. - Na minha cabeça passam vários insultos ao macho que acha que vai salvar a dama em apuros.
Tento arrancar a quarta vez enquanto ele, lá de fora, à chuva, me diz para “virar para a esquerda”! O carro vai abaixo. Outra vez.
“Ó meu filho da puta!, obviamente que eu tenho de virar para a esquerda! Senão dou com os cornos num muro. Não te parece claro que a minha dificuldade não é virar?! F***-**! Daqui a pouco pede-me uma moedinha!” Isto passou-me pela cabeça, enquanto delicadamente lhe grito pelo vidro:
_Muito obrigada, mas eu disse-lhe que não preciso de ajuda.
“Eu sei como se faz, ó idiota! Só preciso que me deixes em Paz para o poder fazer SOZINHA!”
À QUINTA vez, arranco a grande velocidade pela rua acima, enquanto aceno um obrigado ao cromo do cavalheiro... Apenas para parar 10 metros à frente, à minha porta.
A chorar, vejo-o passar de carro por mim, estrada acima.

Não percebo qual é a mensagem do Universo. A sério que não. Estava a começar a ficar mais confiante na minha condução. É suposto eu voltar a “anhar”? Vejo idiotas na estrada todos os dias e SEI que não sou um deles. Quando estou sozinha não me acontece NADA de NADA! Mas, quando tenho testemunhas, pareço uma idiota. Se não fosse pela questão da independência, estacionava o Vermelhinho e não lhe voltava a pegar. F***-**!!! P*** que pariu esta m****!

quinta-feira, abril 09, 2009

A Crise


Numa obra pública enorme, onde têm havido diferendos quantos aos juros dos pagamentos:
Dono da obra:
Parem lá com essas confusões e ninharias. Quem vos dera que toda a gente vos pagasse a tempo como nós!
Empreiteiro: Quem nos dera que toda a gente NOS PAGASSE, PONTO!

No centro de estética depois DA PRIMEIRA SESSÃO (de muitas que se seguirão) de fotodepilação:
Cliente:
Hum… Vou pagar com um cheque pré-datado… É que este mês tive uns problemitas inesperados com o carro… Agradecia que não depositassem este cheque antes de dia X…

No autocarro, ao telefone:
Passageira:
Então não vai porquê? …Pois… Então, mas eu também não tenho dinheiro… Não, não tenho. Vou pagar com o cartão de crédito e depois paga para o mês que vem ao banco… Pois… Anda lá! É só UM JANTAR!...

MEDO!