quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Hoje... sinto...

Hoje, agora, sinto que algo de bom existe no futuro.
Hoje, mas só agora.
É um sentimento ténue, fugidio, que desaparece quando me concentro nele.
Sinto-me… acompanhada.
Como se existisse alguém com a mão no meu ombro a sussurrar que tudo vai correr bem… numa voz tão suave e convincente que eu nem ouso duvidar.
Hoje, agora, sinto-o.
Já o senti antes e sei-o verdade.
Perco por ser impaciente.
Debato-me, estrebucho, resisto à inevitabilidade do destino.
Desta vez não.
Quando puser a cabeça no travesseiro será com um sorriso.
Será com a certeza de algo bonito ao virar a esquina…
Boa noite…

sábado, fevereiro 24, 2007

Bon Jovi en castellano!!! LOL

E ainda há quem pergunte porque é que eu gosto destes gajos! LOL

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

A arte do fingimento

O meu post anterior não era a brincar. Haverá apresentações quinzenais para quem está a receber subsídio de desemprego. É mais uma daquelas medidas que servem para fingir que alguma coisa está a ser feita. Andamos, no fundo, todos a fingir…
O Ministro da Economia finge que está preocupado com os portugueses enquanto apregoa aos quatro ventos que somos mão-de-obra barata...
O Estado português finge que resolve as burlas no subsídio de desemprego tratando os desempregados como criminosos em liberdade condicional e gastando RESMAS de papel em convocatórias e PIPAS de massa em funcionários que recebem regularmente não sei quantos “mânfios” que, aos olhos do Estado, coçam a micose em casa enquanto lhe cai o enorme valor do ordenado mínimo nacional na conta todos os meses (como eu!)…
O IEFP finge que se preocupa com cada caso pessoal enquanto não faz puto ideia de quem são os seus desempregados nem o que andam a fazer. Manda cartas atrasadas e para moradas trocadas, mas sempre com o aviso: “Não te esqueças que se não fazes o que mandamos, f****-te que ficas sem o subsídiozinho!”.
Os desempregados em geral fingem que o site de empregos do Governo é uma grande ajuda, embora não saibam como funciona nem consigam fazer qualquer pesquisa naquele labirinto institucional, enquanto têm mais 500 sites que lhes enviam directamente para o e-mail a triagem feita com os anúncios das áreas que previamente seleccionaram. (Mas isto seria simples demais para o Governo! Não! Os desempregados têm de se responsabilizar! Têm de se esforçar! Vamos lá fazer um site complicado onde eles têm de penar para achar alguma coisa e, se não forem lá de 15 em 15 dias fingir que mudam o CV, lixam-se, que lhes cancelamos a inscrição!... Curiosamente, sobre esta enorme inovação chamada http://www.netemprego.gov.pt/, eu NUNCA recebi qualquer missiva explicativa em casa… Embora seja considerada uma ferramenta fundamental na relação IEFP/Desempregado!... Enfim…)
E EU finjo que quero um emprego qualquer, quando o que quero MESMO é ser feliz e para isso considero fundamental levantar-me da cama COM VONTADE todos os dias. Ora, isso não será possível se continuarmos todos a desempenhar funções para as quais não temos o mínimo de vocação!
Mas… esperem!!! Eu disse... “vocação”?!!! Desculpem lá, vou ter de ir ali lavar a boca com sabão e passar-lhe uma malagueta! Onde é que já se viu um desempregado dizer uma palavra feia destas?!… Eu devia ter vergonha…

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Sou uma criminosa...

Eu sou uma criminosa. Cometi um crime horrível e agora sou obrigada a prestar contas. Não há escape possível. São assim as regras.
Não, não matei ninguém. Também não roubei, nem burlei.
Não importa se me mortifica, mas não me vão deixar esquecer esse crime horrível UM dia que seja! Um MINUTO que seja. Um momento. Vou ter de o ter presente a cada passo da minha vida. Vou ter de o sentir a cada palavras, a cada gesto, a cada olhar.
Não, não raptei. Também não chantageei, nem intimidei.
Não posso ir de férias, não me posso ausentar do país e tenho de me apresentar de 15 em 15 dias apenas para que me vejam e saibam que ajo de boa fé.
Não, não agredi. Também não feri, nem menti…
Mas tenho um preço a pagar... As novas regras não perdoam os prevaricadores… Este novo Portugal tem regras e são para cumprir.
Qual é o meu crime?
SOU DESEMPREGADA!

domingo, fevereiro 18, 2007

Sexo… masculino?

Porque é que os homens conseguem falar de sexo entre si, mandar sms’s provocantes, andar na net “à caça” de garinas com as frases mais cruas e não conseguem falar de sexo aberta e seriamente com uma gaja?!
Inscrevi-me na Facebox sem saber bem o que era aquilo. Foto insinuante. (Gosto dela, ponto.) Como comment da foto escrevi: “Sou uma caixa de Pandora. Descubram-me.”
Para mim era uma frase perfeitamente inocente. Significava que tenho montes de “camadas” que só as pessoas certas podem abrir ou arriscam-se a ficar pelo meio do processo ou a queimarem-se seriamente…
Nunca mais lá fui.
49 semanas (segundo a contagem do site) depois, descobri que tinha um monte de mensagens e comments cujo mais soft teor era: “Gostava de ter conhecer, fica com o meu número de telemóvel…”!!!
Se é assim - se o ser masculino tem esta predisposição permanente para “a coisa” - não percebo porque é que quando, em conversa de amigos, pergunto a um grupo de gajos se preferiam dormir comigo ou com uma “Cinderela” minha amiga (a minha amiga é mesmo uma Cinderela - daquelas que são lindas e precisam de ser salvas e protegidas -, portanto eu conhecia a resposta de antemão: era apenas para provar um ponto de vista) ficam todos a olhar para mim de olhos esbugalhados e faces rosadas, como se eu tivesse dito alguma palavra feia, algum código perigoso…
São homens ou são ratos?
Já sei. É o tipo de abordagem, certo? Uma gaja, para ter interesse, não pode “dizer”, só pode “insinuar”… Pois eu, definitivamente, não tenho paciência para essas paneleirices! Eu não insinuo, não jogo, não dou esperanças para parecer sexy! Não finjo que "preciso de um herói". Simplesmente porque não preciso! Para mim os pontos são SEMPRE para serem postos nos “iis”! E isso faz de mim – Graças a Deus, digo eu! – uma gaja desinteressante!
…Porque convenhamos, nada do que eu estou a descrever tem a ver com romance... Isso é outra coisa……

(Texto partilhado com o blog Cardos & Prosas)

sábado, fevereiro 17, 2007

Alterar padrões de comportamento

"Muito do comportamento humano resulta de padrões de comportamento condicionado implantados no cérebro especialmente durante a infância. Estes podem persistir quase sem modificação, mas muito frequentemente vão-se adaptando gradualmente às mudanças de ambiente. Porém, quanto mais velha a pessoa tanto menos facilmente pode improvisar novas respostas condicionadas a tais mudanças; a tendência, então, é fazer o ambiente ajustar-se às suas respostas cada vez mais previsíveis. Muito da nossa vida consiste na aplicação inconsciente de padrões de reflexo condicionado adquiridos originalmente por estudo árduo.
William Sargant, in 'A Luta Pela Mente'

E o que se faz então, quando se chega à conclusão que esses padrões de comportamento não estão a resultar…? Mudam-se? Como?

O que diz o Google:
http://www.vidyayoga.org/palavrasdomestre/palavrasdomestre.asp?23
http://www.alfmarc.psc.br/psi_padr.asp
http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=98
http://www.possibilidades.com.br/intelig_emocional/pnl_como_mudar_de_eu.asp
http://somostodosum.ig.com.br/blog/blog.asp?id=2577

...Tomando consciência do que nos faz felizes ou infelizes e porquê; e parando de censurar o que o nosso coração diz… A partir daqui é possível mudar.

…Caminho looooongo e árduo…

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O Sismo...

Segunda-feira, dia 12 de Fevereiro de 2007, um dia depois de um referendo que muda uma lei:
HÁ UM SISMO!
_Ena! – Pensa o telespectador. – Isso parece sério! E o que é que aconteceu?
Resposta?
NADA!!!
_Espera aí! – Pensaram os editores dos jornais televisivos. – Mas não aconteceu nada… ONDE?!
…E o telespectador é presenteado com meia hora de directos de locais onde NÃO ACONTECEU NADA!!!

A terra tremeu! EU OUVI À PRIMEIRA!!!!!!
LOL

domingo, fevereiro 11, 2007

IEFP

Sexta-feira, dia 9 de Fevereiro de 2007, 5 da tarde.
A minha mãe (Sim, tenho quase 30 anos, mas vivo em casa dos papás, sem perspectivas de ver isso mudar…) entrega-me uma carta do IEFP (do "Centro de Emprego", para quem tem a sorte de não conhecer a sigla...):
_Chegou há bocado.
No destinatário lê-se o meu nome, a minha rua, o meu número de porta, a minha freguesia e… uma localidade fora da cidade onde eu nunca sequer estive…
Estranho.
Abro a carta. Era a convocatória para uma entrevista para um emprego ao qual eu me tinha candidatado: a única proposta que eu recebi do IEFP em 9 anos de inscrição (uma proposta abaixo das minhas habilitações, mas enfim)… No fim da carta podem ler-se as ameaças do costume: se não comparecer, bye, bye subsídio desemprego…
Muito bem.
A entrevista é em Lagos, isso eu sabia… Mas quando…?
“Sexta-feira, dia 9 de Fevereiro de 2007, às 15h”!!!!!

…Amanhã há circo no Centro de Emprego de Coimbra…

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

D. Afonso Henriques

A propósito da badalada eleição dos “Grandes Portugueses”, um destes dias vi um documentário sobre D. Afonso Henriques. Podia dissertar sobre os incontáveis defeitos do programa, mas prefiro debruçar-me sobre o quanto me ensinou.
Ao que parece, no fim do cerco de Lisboa e conquistada a cidade aos mouros, o povo que nela habitava temia obviamente pela vida. Mas, consolidada a sangrenta vitória e arrumadas as armas, D. Afonso Henriques, faz saber, através de decreto, que a população moura pode sair de suas casas, cultivar as suas hortas, viver a sua vida como sempre e, inclusivamente, amar o Deus que bem entender. Aquela gente estava na cidade antes dos recém-chegados - aquela era, portanto, a sua cidade - e por isso o Rei de Portugal convidava-os a ficar.
Digam lá se isto não é extraordinário num homem do século XII que conquistou um país à custa das armas? Este, que foi o primeiro português, deixou-nos como herança mais do que terra... Não vos parece?

(Peço, desde já, desculpa aos historiadores caso não tenha apresentado os factos com absoluto rigor histórico. Acontece que privilegiei a mensagem…)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

A chave do enigma

Durante anos, eu questionei-me sobre a razão que me leva a não ter a mínima vontade de ter filhos. Parece que todo o Universo feminino à minha volta se unia para me olhar de lado. Afinal, uma gaja com quase trinta anos que NUNCA ouviu o seu relógio biológico, neste país católico, não é normal…
Foi preciso este tempo todo e um referendo sobre o aborto para ter uma conversa iluminadora com a minha progenitora.
Ao que parece, a minha ascendência feminina do lado da mãe sempre teve graves problemas com esta coisa de pôr putos no mundo. A minha avó conseguiu a custo contribuir para a taxa de natalidade do país duas vezes, para depois “morrer de parto” aos 26 anos, ao dar à luz um nado morto. Naquela altura o diagnóstico “morrer de parto” era suficiente, pelo que nunca se soube exactamente o que a levou à morte. O que se sabia ainda antes da tragédia era que, devido às gravidezes, ela sempre foi uma jovem muito doente.
A minha mãe casou tarde. Tinha 33 anos. E já depois do matrimónio (porque a minha mãe é uma mulher séria!), teve um aborto espontâneo. Desta vez, os médicos explicaram a razão: ela tinha “um útero infantil”. Disseram-lhe que nunca iria poder ter filhos, porque não tinha estrutura física para tal.
Quanto este belo exemplar da raça humana se tornou uma realidade na pequena barriguita da mamã, ela entrou em pânico! Tinha a certeza que voltaria a abortar! Fosse pelo “útero infantil” ou pelo facto de já ter 43 anos…
Consulta atrás de consulta e o diagnóstico foi sempre o mesmo: o útero infantil já não existia, teria evoluído para um útero adulto, ou seja, apesar de ser uma gravidez tardia estava tudo normal…
Ora, não admira, tendo em conta estes dados, que o meu relógio biológico ande atrasado. Na melhor das hipóteses deve pensar que eu tenho uns 16 anos, porque NUNCA me enviou qualquer alerta…
Será exagerado supor que lá para os 40 anos, quiçá, os tais instintos maternais, dos quais eu até agora só ouvi falar, despertem em mim e eu passe a fazer parte da raça humana…?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Deixem-me em Paz!!!

Sinceramente, se mais alguém me vem com um panfleto ignorante para me entregar sobre o referendo do aborto, eu não respondo por mim!
Estou farta – FARTA!!! - desta discussão.
Sou uma gaja esclarecida, informada, que está mais do que dentro do assunto do aborto, pelo que li, pelo que vi e pelo que vivi (ou vi viver) e já NÃO SUPORTO ouvir argumentos patetas e mentirosos de parte a parte!
I’m OUT!!!
A minha decisão está tomada DESDE SEMPRE. Não é por mais uma frase absurda ou por mais uma imagem manipulada que me vão fazer mudar de ideias. Até porque esta não é uma decisão cognitiva, racional. É uma decisão pessoal, interior, não sujeita a discussões bárbaras e mesquinha onde se falam de valores deturpados e convenientes como bandeiras inabaláveis e se responde a qualquer pergunta mais ousada com a célebre: “Não é isso que está em discussão!”
Fico DOENTE a ver estes debates! CHEGA!
Não quero saber se votam sim ou não!
Esta não é uma discussão leve.
Chega de fazermos politicazinha. Chega de sonhos e quimeras, de desejos infantis de utópicas mudanças de um lado e de outro. E chega de subestimar o povinho tentando enganá-lo com dados que nunca foram dados e com clichés idiotas de quem não quer ver o outro lado.
CHEGA!
A minha decisão é tão clara! E mesmo assim não é fácil viver com ela, com o meu lado do voto. E por saber isso revolto-me contra quem acha que a vida é a preto e branco e que as escolhas são simples e se trata apenas de colocar aquele X no papel…
…Já BASTA de balelas, não!!!

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

O jantar das "tias"

No outro dia fui jantar a um shopping e decidi-me por uma francesinha nos Grelhados e Companhia (má escolha, já agora!). Estava eu à espera do meu pedido quando duas tias se aproximaram… A mãe, no seu casaco branco, imaculado, à Jackie Kennedy e o seu cabelo esticado e acabadinho de ser acertado no cabeleireiro. A filha com o seu casaco caqui de carneiro e os enormes brincos a sobressaírem entre o cabelo louro com madeixas. Chiquíssimas.
Eu lá estava, ao lado, enquanto elas discutiam, naquele “sotaque” roubado a Cascais “bem”, se bebiam café e se o restaurante teria uma marca específica de cerveja importada ou se teriam de se contentar com uma Boémia ou uma simples cerveja preta. Na minha cabeça, eu conjecturava a possível conta de ginásio e de cabeleireiro daquelas duas senhoras e imaginava que tinham vindo aos grelhados para não estragar a pele com porcarias. Já as imaginava a fazerem um pedido de “um bife, pequenino, grelhado” ou, na pior das hipóteses, de “duas picanhas”.
Finalmente, a empregada voltou. A resposta à pergunta “o que é que vão desejar?” foi:
_ São duás alhairas, faxavôre!