O comboio continua a fascinar-me. O trabalho parece-me simples, “descomplicado”, plácido e, no entanto, prazeiroso. E todo um novo leque de sentimentos que estou a descobrir. Ou talvez não sejam os sentimentos que são novos, mas a aplicação que faço deles e a forma como os conjugo…
Eu, GK, estou a trabalhar numa vila. Não tenho microfone, tenho bloco e caneta. Não faço directos, escrevo num semanário. Demoro 45 minutos de comboio para lá chegar. Mais 45 para voltar.
O cinema lá é só à Sexta-feira. Não há centros comerciais com 300 lojas. As reportagens são feitas a pé. E já percebi que as maiores estrelas da zona somos nós: as responsáveis pelo único jornal da vila. Vou dizer outra vez: VILA!
Mas eu não ando triste com o facto de a minha audiência ter passado a ter apenas 3500 pessoas. Não me chateia ter de apanhar o comboio. Não me aborrece escrever sobre a Via-sacra da igreja. Nem sequer me incomoda ouvir: “Eu sei que é nova aqui, eu ainda não a conheço!”
A tudo isto sorrio.
Eu, a urbana. Eu, a inquieta. Eu, a inconformada. EU estou a GOSTAR de “viver profissionalmente” numa VILA!
É como ter o meu próprio micro-cosmos proveta. Não sou de lá. Não vesti a camisola. Não vou fazer parte daquele ambiente (não saberia fazê-lo!). Mas aceito-o como se se tratasse de um estudo, uma experiência. Mas uma experiência humana, onde entra o coração.
Observo. Envolvo-me. Sorrio das suas “coisinhas”. São ternurentas. Amorosas. Reais.
Aquilo para onde muitos olham de cima, ensinou-me uma preciosa lição: o segredo da felicidade é não levar nada a sério: nem o trabalho, nem a mim. É saber sorrir e ver beleza nas coisas simples. Porque ela existe… e em quantidades MASSIVAS.
sexta-feira, março 30, 2007
domingo, março 25, 2007
Life as it is...
Não sei se é do sol ou só de acordar cedo, mas ando com aquele feeling de que algo bom me aguarda já ao virar da esquina, de que a vida é bela.
Ando cheia de vontade de fazer montes de coisas, ir a montes de sítios…
Tantos concertos a serem marcados! Tantas digressões a serem anunciadas! E eu desterrada numa vila das 10h às 6h!!! LOL Agora que redescobri a minha fonte de energia, é que estou sem “tempo” para nada… LOL
…A vida é engraçada. Num dia não tenho vontade nem razão para fazer nada, no outro acordo com vontade de comer o mundo! Num dia não tenho emprego, na semana seguinte tenho emprego e descubro eu tenho mais três entrevistas marcadas… Num dia o money não chega sequer para comer, no outro dia a conta transborda com dinheiro que já nem sabia que existia… Enfim. Life as it is…
Resta acreditar que será sempre assim. A uma fase má, segue-se uma fase boa. A um pesadelo, segue-se um qualquer sonho… O problema é o vice-versa… ;)
Ando cheia de vontade de fazer montes de coisas, ir a montes de sítios…
Tantos concertos a serem marcados! Tantas digressões a serem anunciadas! E eu desterrada numa vila das 10h às 6h!!! LOL Agora que redescobri a minha fonte de energia, é que estou sem “tempo” para nada… LOL
…A vida é engraçada. Num dia não tenho vontade nem razão para fazer nada, no outro acordo com vontade de comer o mundo! Num dia não tenho emprego, na semana seguinte tenho emprego e descubro eu tenho mais três entrevistas marcadas… Num dia o money não chega sequer para comer, no outro dia a conta transborda com dinheiro que já nem sabia que existia… Enfim. Life as it is…
Resta acreditar que será sempre assim. A uma fase má, segue-se uma fase boa. A um pesadelo, segue-se um qualquer sonho… O problema é o vice-versa… ;)
quinta-feira, março 22, 2007
Cansaço!
Estou MUITO cansada! Isto de não fazer nenhum durante um ano pesa na hora de voltar ao activo! Ufa!
O trabalho é o normal. Estava um pouco enferrujada, mas já estou a entrar no ritmo habitual. Até descobri que, se calhar, nem sou nada má no que faço… A parte profissional, mesmo, está a ser mais fácil do que eu pensava...
O que me tem impressionado é a parte humana.
Conheci duas meninas muito queridas. Digo meninas porque, independentemente da idade, guardam uma… não sei se é ingenuidade, mas será algo parecido… que me toca. Não são “burras”, nem “inocentes”, são só boas pessoas. Desdobram-se para não desagradarem ninguém e para se preservarem de mais críticas ferozes, porque elas as magoam de facto. Isto, na área em que me movo, é de uma humildade atroz! A rondar a fraqueza.
Mas elas não são fracas. São apenas duas jovens que têm gerido um jornal sozinhas num meio pequeno. E, claro, todos sabem fazer críticas. Poucos saberão passar a mão pela cabeça de quem merece ou, tão só, precisa.
São duas pessoas tristes. É assim que as vejo. Não tristes, ponto. Mais infelizes, talvez. Resignadamente infelizes. E é uma pena. Merecem mais e melhor.
Nunca pensei ser a luz da festa e sou-o. Não sei se o devo ser ou refrear a necessidade de as fazer rir. Não sei até quando vou conseguir manter o espírito rebelde e brincalhão.
Na verdade, o cansaço ameaça acabar com isso. As noites curtas e as curtas refeições deixam-me, ao fim da tarde, num permanente limbo entre lágrimas e a contenção. É apenas isso: cansaço e fome. E talvez alguns sentimentos latentes de falta de humildade… Digo falta de humildade porque todos merecemos ser felizes e… não consigo evitar pensar que o meu caminho (ainda) não passa por aquele lugar…
O trabalho é o normal. Estava um pouco enferrujada, mas já estou a entrar no ritmo habitual. Até descobri que, se calhar, nem sou nada má no que faço… A parte profissional, mesmo, está a ser mais fácil do que eu pensava...
O que me tem impressionado é a parte humana.
Conheci duas meninas muito queridas. Digo meninas porque, independentemente da idade, guardam uma… não sei se é ingenuidade, mas será algo parecido… que me toca. Não são “burras”, nem “inocentes”, são só boas pessoas. Desdobram-se para não desagradarem ninguém e para se preservarem de mais críticas ferozes, porque elas as magoam de facto. Isto, na área em que me movo, é de uma humildade atroz! A rondar a fraqueza.
Mas elas não são fracas. São apenas duas jovens que têm gerido um jornal sozinhas num meio pequeno. E, claro, todos sabem fazer críticas. Poucos saberão passar a mão pela cabeça de quem merece ou, tão só, precisa.
São duas pessoas tristes. É assim que as vejo. Não tristes, ponto. Mais infelizes, talvez. Resignadamente infelizes. E é uma pena. Merecem mais e melhor.
Nunca pensei ser a luz da festa e sou-o. Não sei se o devo ser ou refrear a necessidade de as fazer rir. Não sei até quando vou conseguir manter o espírito rebelde e brincalhão.
Na verdade, o cansaço ameaça acabar com isso. As noites curtas e as curtas refeições deixam-me, ao fim da tarde, num permanente limbo entre lágrimas e a contenção. É apenas isso: cansaço e fome. E talvez alguns sentimentos latentes de falta de humildade… Digo falta de humildade porque todos merecemos ser felizes e… não consigo evitar pensar que o meu caminho (ainda) não passa por aquele lugar…
domingo, março 18, 2007
Levantar cedo e viajar
O meu novo trabalho obriga-me a fazer uma coisa que eu detesto e outra que eu adoro.
A primeira é levantar cedo. Não é que eu deteste levantar cedo, ponto. Eu detesto é levantar cedo todos os dias, pela simples razão de que sou absolutamente incapaz de ir para a cama antes da 2h da manhã. Está nos genes. Nunca foi diferente, por isso, escusam-me de me dizer o célebre: “Vais ver que te habituas!”
A outra coisa - a que eu adoro - é usar um meio de transporte para viagens longas. No caso, o comboio. Adoro! Não especificamente o comboio ou “este” comboio. Adoro a ideia de “viagem”. Já dei por mim, num mau dia, sentada numa estação, apenas a observar as expressões das pessoas que chegavam e partiam. Fui lá ter inconscientemente, apenas porque precisava de um time-out. A ideia de viajar transmite-me coisas boas. Sempre. Por isso é com agrado que encaro a ideia de apanhar um comboio todos os dias para o trabalho…
Não sei até quando vou ver as coisas desta forma. Uma rotina deixa rapidamente de ter encanto. Mas, até lá, lá farei o esforço de me levantar cedissímo – e a tempo! - para ir para a minha querida estação, ver as caras enfadadas daqueles que fazem aquela viagem por rotina e as dos que, expectantes, levam o típico brilho nos olhos de quem parte para o desconhecido. São essas diferenças que me cativam.
Claro que também tenho consciências que quando estas duas coisas – levantar cedo e viajar – se conjugam numa rotina laboral, a coisa tende a descambar em extremo cansaço… Vamos ver…
A primeira é levantar cedo. Não é que eu deteste levantar cedo, ponto. Eu detesto é levantar cedo todos os dias, pela simples razão de que sou absolutamente incapaz de ir para a cama antes da 2h da manhã. Está nos genes. Nunca foi diferente, por isso, escusam-me de me dizer o célebre: “Vais ver que te habituas!”
A outra coisa - a que eu adoro - é usar um meio de transporte para viagens longas. No caso, o comboio. Adoro! Não especificamente o comboio ou “este” comboio. Adoro a ideia de “viagem”. Já dei por mim, num mau dia, sentada numa estação, apenas a observar as expressões das pessoas que chegavam e partiam. Fui lá ter inconscientemente, apenas porque precisava de um time-out. A ideia de viajar transmite-me coisas boas. Sempre. Por isso é com agrado que encaro a ideia de apanhar um comboio todos os dias para o trabalho…
Não sei até quando vou ver as coisas desta forma. Uma rotina deixa rapidamente de ter encanto. Mas, até lá, lá farei o esforço de me levantar cedissímo – e a tempo! - para ir para a minha querida estação, ver as caras enfadadas daqueles que fazem aquela viagem por rotina e as dos que, expectantes, levam o típico brilho nos olhos de quem parte para o desconhecido. São essas diferenças que me cativam.
Claro que também tenho consciências que quando estas duas coisas – levantar cedo e viajar – se conjugam numa rotina laboral, a coisa tende a descambar em extremo cansaço… Vamos ver…
quinta-feira, março 15, 2007
É isto. Será sempre assim?
Um semanário modesto e simpático. 500€ ilíquidos para trabalhar a 30 km de casa. É isto.
Racionalizo. Tento pensar que vou aprender algo. Imagino que posso fazer a diferença lá, já que, na minha vida, a diferença será apenas na rotina.
Racionalizo. Choro e racionalizo.
Não estou triste. Estou revoltada.
Será isto tudo a que tenho direito? Sempre?
Sou contratada pela minha carteira profissional. Sou contratada, a prazo, por algo que comprei e não por quem sou, pelo que sei fazer.
Será isto tudo a que posso aspirar? Para quê, então, tantos anos, tanta exigência, tanta vontade de ser “boa”, a melhor? Faz diferença? Para alguém faz diferença?
Ouço os relatos dos profissionais frustrados à minha volta. Mas, ao contrário de mim, a sua luz não é um semanário local que me vai tirar mais dinheiro do que dar. É um doutoramento nos Estados Unidos, um curso em Londres, um estágio na Holanda. Ainda bem para eles. Fico mesmo feliz por eles.
E eu? Eu racionalizo e recuso-me a ter pena de mim própria.
Estou presa. Acorrentada. Os meus pais não puderam dar-me o carro, nem mandar-me para o estrangeiro em Erasmos, nem “investir no meu futuro” com formações internacionais. Enquanto vejo os colegas a concorrerem à ONU com os seus certificados pomposos em línguas estrangeiras, eu mando o modesto CV para as rádios locais. É a história da minha vida. O meu ENORME potencial (que tantos elogiam) é apenas isso: potencial. Será sempre assim?
Chega de lágrimas e lamentos. Eu tenho sorte.
Sorte por ter valores. Sorte por ter uns pais que me proporcionaram oportunidades que nunca tiveram. Sorte por ser das poucas do grupo de amigos de infância que tem um curso superior e não foi mãe solteira. Sorte.
Por isso racionalizo. E choro. E acredito que, mesmo assim, está nas minhas mãos. Porque quando deixar de acreditar nisso nem a minha alma restará. Farei questão de a destruir eu própria.
Racionalizo. Tento pensar que vou aprender algo. Imagino que posso fazer a diferença lá, já que, na minha vida, a diferença será apenas na rotina.
Racionalizo. Choro e racionalizo.
Não estou triste. Estou revoltada.
Será isto tudo a que tenho direito? Sempre?
Sou contratada pela minha carteira profissional. Sou contratada, a prazo, por algo que comprei e não por quem sou, pelo que sei fazer.
Será isto tudo a que posso aspirar? Para quê, então, tantos anos, tanta exigência, tanta vontade de ser “boa”, a melhor? Faz diferença? Para alguém faz diferença?
Ouço os relatos dos profissionais frustrados à minha volta. Mas, ao contrário de mim, a sua luz não é um semanário local que me vai tirar mais dinheiro do que dar. É um doutoramento nos Estados Unidos, um curso em Londres, um estágio na Holanda. Ainda bem para eles. Fico mesmo feliz por eles.
E eu? Eu racionalizo e recuso-me a ter pena de mim própria.
Estou presa. Acorrentada. Os meus pais não puderam dar-me o carro, nem mandar-me para o estrangeiro em Erasmos, nem “investir no meu futuro” com formações internacionais. Enquanto vejo os colegas a concorrerem à ONU com os seus certificados pomposos em línguas estrangeiras, eu mando o modesto CV para as rádios locais. É a história da minha vida. O meu ENORME potencial (que tantos elogiam) é apenas isso: potencial. Será sempre assim?
Chega de lágrimas e lamentos. Eu tenho sorte.
Sorte por ter valores. Sorte por ter uns pais que me proporcionaram oportunidades que nunca tiveram. Sorte por ser das poucas do grupo de amigos de infância que tem um curso superior e não foi mãe solteira. Sorte.
Por isso racionalizo. E choro. E acredito que, mesmo assim, está nas minhas mãos. Porque quando deixar de acreditar nisso nem a minha alma restará. Farei questão de a destruir eu própria.
terça-feira, março 13, 2007
Tenho medo
Tenho medo. Tenho medo de estagnar. De esquecer como se sonha e de me contentar com migalhas. Assusta-me imaginar que isto é tudo a que posso aspirar.
Ao mesmo tempo que dou graças “a Deus” por não me apetecer cortar os pulsos por aceitar mais uma meta pouco ambiciosa em vez de algo com futuro, aterroriza-me imaginar porque não o faço. Porque não me afronta? Porque aceito sem estrebuchar?
Acabou a idade da inocência? Desisti da ideia utópica de que tenho uma missão? Resignei-me a só querer um cheque ao fim do mês, mesmo que ele não me permita um futuro diferente? Ou apenas aceito a acção em vez do tédio dos dias na certeza de que o MEU tempo virá?
Não o sei.
Sei que lá vou novamente. Mais um carrossel. Mais uma volta para regressar ao ponto de partida. Mais sonhos adiados…
(Pelo sim, pelo não, vou voltar a ver o vídeo do meu último post. Será o meu amuleto.)
Ao mesmo tempo que dou graças “a Deus” por não me apetecer cortar os pulsos por aceitar mais uma meta pouco ambiciosa em vez de algo com futuro, aterroriza-me imaginar porque não o faço. Porque não me afronta? Porque aceito sem estrebuchar?
Acabou a idade da inocência? Desisti da ideia utópica de que tenho uma missão? Resignei-me a só querer um cheque ao fim do mês, mesmo que ele não me permita um futuro diferente? Ou apenas aceito a acção em vez do tédio dos dias na certeza de que o MEU tempo virá?
Não o sei.
Sei que lá vou novamente. Mais um carrossel. Mais uma volta para regressar ao ponto de partida. Mais sonhos adiados…
(Pelo sim, pelo não, vou voltar a ver o vídeo do meu último post. Será o meu amuleto.)
sábado, março 10, 2007
sexta-feira, março 09, 2007
Preconceitos...
Não falo com aquela pessoa, porque ela é chunga: olha para aquela roupa. Nem me aproximo daquele gajo, porque ele é drogado, portanto também deve ser um criminisosito. Eu não vou aquele bar porque é um bar de engate. Eu não ouço aquela música, porque é música para totós.
Um grupo de pretos é um gang. Um cigano é perigoso. Um puto do Ingote é um marginal. Uma fã de uma boysband é uma histérica desmiolada. Um tipo do interior é pacóvio. Uma mulher gorda é uma gulotona. Um gajo de bigode é o típico tuga estúpido. Um futebolista é burro…
Estou farta!
Eu sei que os preconceitos nos ajudam a viver. Eu sei que agrupam as coisas em pacotes confortáveis! Mas não é cansativo estar SEMPRE a analisar e a justificar e a arranjar desculpas para não fazer isto ou aquilo, preferir aquilo ou o outro, pensar assim ou assado quando, na maior parte das vezes, estão a repetir o que leram nos livros ou ouviram alguém a dizer em vez de EXPERIMENTAREM?!
Falem com o drogado! Conversem com o cigano! Deixem o tuga explicar-vos porque é que tem bigode. Vão ver a boysband. Entrem no bar de engate! Aluguem o filme que acham que vão detestar! VIVAM UM BOCADINHO!!!!!!!
Talvez se surpreendam…
Um grupo de pretos é um gang. Um cigano é perigoso. Um puto do Ingote é um marginal. Uma fã de uma boysband é uma histérica desmiolada. Um tipo do interior é pacóvio. Uma mulher gorda é uma gulotona. Um gajo de bigode é o típico tuga estúpido. Um futebolista é burro…
Estou farta!
Eu sei que os preconceitos nos ajudam a viver. Eu sei que agrupam as coisas em pacotes confortáveis! Mas não é cansativo estar SEMPRE a analisar e a justificar e a arranjar desculpas para não fazer isto ou aquilo, preferir aquilo ou o outro, pensar assim ou assado quando, na maior parte das vezes, estão a repetir o que leram nos livros ou ouviram alguém a dizer em vez de EXPERIMENTAREM?!
Falem com o drogado! Conversem com o cigano! Deixem o tuga explicar-vos porque é que tem bigode. Vão ver a boysband. Entrem no bar de engate! Aluguem o filme que acham que vão detestar! VIVAM UM BOCADINHO!!!!!!!
Talvez se surpreendam…
terça-feira, março 06, 2007
Num Domingo de Espírito Santo
Julita era uma jovem bem comportada quando, num Domingo de Espírito Santo, foi com uma tia enfeitar a sepultura de um familiar.
No largo em frente à Igreja, a festa do Espírito Santo decorria com enorme alarido. Dos vendedores ambulantes, aos carrosséis, das barraquinhas de farturas às brincadeiras dos miúdos, tudo produzia alarido e boa disposição.
No cemitério, mesmo ao lado da Igreja e cuja entrada se situava num canto já longe do largo, o coveiro decidiu abandonar o seu posto mais cedo, seguramente para se juntar à festa. Saiu, fechou o portão e levou a chave com ele…
Julita e a tia, embelezada a sepultura, dirigiram-se confiantes para a saída… Mas o portão estava fechado, trancado, esquecido naquela tarde de festa…
Ao pânico da tia, juntou-se a histeria de outra pobre senhora que tinha sido também apanhada de surpresa pela “balda” do coveiro… As duas gritavam agarradas ao portão, na esperança de que os convivas do Espírito Santo ou os vizinhos da Igreja as ouvissem. Julita ria. Julita não conseguia parar de rir!
Porquê?
Porque cada vez que alguém se aproximava e via três mulheres a gritar agarradas ao portão de um cemitério abandonado… gritavam também! E fugiam assustados com aquilo que julgavam ser almas penadas!
Julita riu e assustou transeuntes com vontade até o padre ouvir os gritos cada mais desesperados das duas mulheres. Era noite escura quando foram libertadas.
O coveiro foi admoestado. A tia deixou de conseguir entrar em cemitérios a horas tardias. E Julita ficou com uma história para contar.
_Anda cá que te apanho! – Gostaria de ter dito aos transeuntes. – E se não me ajudas, esta noite vou-te puxar um pé! – Diz agora entre gargalhadas.
No largo em frente à Igreja, a festa do Espírito Santo decorria com enorme alarido. Dos vendedores ambulantes, aos carrosséis, das barraquinhas de farturas às brincadeiras dos miúdos, tudo produzia alarido e boa disposição.
No cemitério, mesmo ao lado da Igreja e cuja entrada se situava num canto já longe do largo, o coveiro decidiu abandonar o seu posto mais cedo, seguramente para se juntar à festa. Saiu, fechou o portão e levou a chave com ele…
Julita e a tia, embelezada a sepultura, dirigiram-se confiantes para a saída… Mas o portão estava fechado, trancado, esquecido naquela tarde de festa…
Ao pânico da tia, juntou-se a histeria de outra pobre senhora que tinha sido também apanhada de surpresa pela “balda” do coveiro… As duas gritavam agarradas ao portão, na esperança de que os convivas do Espírito Santo ou os vizinhos da Igreja as ouvissem. Julita ria. Julita não conseguia parar de rir!
Porquê?
Porque cada vez que alguém se aproximava e via três mulheres a gritar agarradas ao portão de um cemitério abandonado… gritavam também! E fugiam assustados com aquilo que julgavam ser almas penadas!
Julita riu e assustou transeuntes com vontade até o padre ouvir os gritos cada mais desesperados das duas mulheres. Era noite escura quando foram libertadas.
O coveiro foi admoestado. A tia deixou de conseguir entrar em cemitérios a horas tardias. E Julita ficou com uma história para contar.
_Anda cá que te apanho! – Gostaria de ter dito aos transeuntes. – E se não me ajudas, esta noite vou-te puxar um pé! – Diz agora entre gargalhadas.
domingo, março 04, 2007
E foi assim...
Admiradoras do grupo reúnem-se em Coimbra
FÃS QUEREM EXCESSO DE VOLTA
Os Excesso vão voltar? Esta foi a pergunta mais ouvida durante o “1.º Almoço Nacional de Fãs dos Excesso”. A iniciativa decorreu em Coimbra este Domingo, dia 4 de Março de 2007, no restaurante “O Porquinho” e reuniu fãs de Norte a Sul do país.
Reunião 10 anos depois
Foi com expectativa que, 10 anos depois, caras conhecidas de uma longa saga de concertos se voltaram a encontrar. Coimbra, Figueira da Foz, Porto e Lisboa foram as cidades representadas nesta reunião de fãs da primeira boys band nacional, os Excesso. E quem não esteve presente fez questão de enviar mensagens e e-mails a felicitar a organização pela iniciativa e com um único pedido: os Excesso de volta.
Foi a Carlos Ribeiro, um dos cinco rapazes que revolucionaram o panorama da música nacional nos finais dos anos 90, a quem coube a difícil tarefa de responder a estes apelos. Duck, Gonzo, Melão e Portugal não puderam estar presentes devido a compromissos profissionais (e até a uma lesão futebolística!).
Com a sua conhecida simpatia e paciência, Carlos animou o almoço contando todas as suas peripécias deste o final da banda – da gravação de um álbum com os Hexa Plus, à abertura do seu restaurante, passando pelos anos como guia turístico em Palma de Maiorca –, estando sempre disponível para as muitas fotos e autógrafos.
Mas a reunião só ganhou um tom verdadeiramente nostálgico com a recordação dos muitos concertos e encontros do passado. Se Sandy Pereira recorda os concertos em França, Sara Garcia lembra-se da gravação de uma “Roda dos Milhões” ou de um “Big Show SIC” e Sónia Pereira fala com saudade dos concertos dos Coliseus…
Para avivar a memória houve até um “pop quiz” sobre a banda! Ganhava pontos quem soubesse, por exemplo, em que programa de televisão se estreou o grupo (“1,2,3”, ainda apresentado por Carlos Cruz) ou em que ano é que os Excesso ganharam a sua quarta platina pelo álbum “Eu Sou Aquele” (1999). O prémio foi justamente dividido por todas e tratou-se da apresentação de um pequeno filme retrospectivo da carreira dos cinco rapazes e da constante presença das muitas fãs nos concertos.
Os Excesso vão voltar?
Após todos estes anos e apesar das realidades serem agora diferentes – por exemplo, segundo as fãs, agora “já não é preciso fugir de casa para ir aos concertos” – o entusiasmo pelo grupo permanece inalterado. Daí a insistência na pergunta: “Os Excesso vão voltar?” Perante a pressão das fãs, Carlos viu-se obrigado a responder um emocionado: “Eu adorava que sim… No que depender de mim…” Talvez a certeza chegue no próximo encontro, marcado para dia 3 de Junho em Lisboa.
Uma curta carreira cheia de sucessos
Há cerca de 10 anos, a NZ Produções reunia cinco jovens rapazes que viriam a formar a primeira boys band portuguesa: Carlos, Duck, Gonzo, Melão e Portugal compunham os “Excesso”.
“Eu Sou Aquele” foi o single de estreia, escrito por Célia Lawson. Foi também o início de uma curta e fulgurante carreira que os tornaria no maior fenómeno de sucesso da música portuguesa. O primeiro álbum, “Excesso”, trouxe-lhes múltiplas platinas e uma agenda cheia de concertos esgotados. Tal foi o sucesso que no ano seguinte o mesmo disco era reeditado com versões ao vivo e remisturas dos êxitos que Portugal já cantava de memória: “Eu Sou Aquele”, “És Loucura”, “Dá-me O Teu Amor” e “Não Sei Viver Sem Ti”. “Loucura” foi também o nome escolhido para o perfume que o grupo lançou.
Em 1999 surge, com um som mais maduro, o segundo álbum, numa altura em que os “Excesso” trabalhavam já por conta própria. O nome escolhido foi “Até Ao Fim” e, de facto, não haveria sucessor. Além do single que dava nome ao trabalho, os cinco rapazes, talvez a pensar na internacionalização, apostavam em duas canções em inglês: “Shake It Up” e “I Like”. O álbum foi recebido com entusiasmo, tendo atingido a platina à saída.
No final de 1999, altura em que novas boys bands nacionais inundavam o mercado da música, os “Excesso” fecham o seu ciclo de sucessos com concertos esgotados no Coliseu do Porto e no Coliseu de Lisboa.
A banda não sobrevive a 2000, ano em que Carlos abandona o grupo, seguido pelo companheiro Portugal.
FÃS QUEREM EXCESSO DE VOLTA
Os Excesso vão voltar? Esta foi a pergunta mais ouvida durante o “1.º Almoço Nacional de Fãs dos Excesso”. A iniciativa decorreu em Coimbra este Domingo, dia 4 de Março de 2007, no restaurante “O Porquinho” e reuniu fãs de Norte a Sul do país.
Reunião 10 anos depois
Foi com expectativa que, 10 anos depois, caras conhecidas de uma longa saga de concertos se voltaram a encontrar. Coimbra, Figueira da Foz, Porto e Lisboa foram as cidades representadas nesta reunião de fãs da primeira boys band nacional, os Excesso. E quem não esteve presente fez questão de enviar mensagens e e-mails a felicitar a organização pela iniciativa e com um único pedido: os Excesso de volta.
Foi a Carlos Ribeiro, um dos cinco rapazes que revolucionaram o panorama da música nacional nos finais dos anos 90, a quem coube a difícil tarefa de responder a estes apelos. Duck, Gonzo, Melão e Portugal não puderam estar presentes devido a compromissos profissionais (e até a uma lesão futebolística!).
Com a sua conhecida simpatia e paciência, Carlos animou o almoço contando todas as suas peripécias deste o final da banda – da gravação de um álbum com os Hexa Plus, à abertura do seu restaurante, passando pelos anos como guia turístico em Palma de Maiorca –, estando sempre disponível para as muitas fotos e autógrafos.
Mas a reunião só ganhou um tom verdadeiramente nostálgico com a recordação dos muitos concertos e encontros do passado. Se Sandy Pereira recorda os concertos em França, Sara Garcia lembra-se da gravação de uma “Roda dos Milhões” ou de um “Big Show SIC” e Sónia Pereira fala com saudade dos concertos dos Coliseus…
Para avivar a memória houve até um “pop quiz” sobre a banda! Ganhava pontos quem soubesse, por exemplo, em que programa de televisão se estreou o grupo (“1,2,3”, ainda apresentado por Carlos Cruz) ou em que ano é que os Excesso ganharam a sua quarta platina pelo álbum “Eu Sou Aquele” (1999). O prémio foi justamente dividido por todas e tratou-se da apresentação de um pequeno filme retrospectivo da carreira dos cinco rapazes e da constante presença das muitas fãs nos concertos.
Os Excesso vão voltar?
Após todos estes anos e apesar das realidades serem agora diferentes – por exemplo, segundo as fãs, agora “já não é preciso fugir de casa para ir aos concertos” – o entusiasmo pelo grupo permanece inalterado. Daí a insistência na pergunta: “Os Excesso vão voltar?” Perante a pressão das fãs, Carlos viu-se obrigado a responder um emocionado: “Eu adorava que sim… No que depender de mim…” Talvez a certeza chegue no próximo encontro, marcado para dia 3 de Junho em Lisboa.
Uma curta carreira cheia de sucessos
Há cerca de 10 anos, a NZ Produções reunia cinco jovens rapazes que viriam a formar a primeira boys band portuguesa: Carlos, Duck, Gonzo, Melão e Portugal compunham os “Excesso”.
“Eu Sou Aquele” foi o single de estreia, escrito por Célia Lawson. Foi também o início de uma curta e fulgurante carreira que os tornaria no maior fenómeno de sucesso da música portuguesa. O primeiro álbum, “Excesso”, trouxe-lhes múltiplas platinas e uma agenda cheia de concertos esgotados. Tal foi o sucesso que no ano seguinte o mesmo disco era reeditado com versões ao vivo e remisturas dos êxitos que Portugal já cantava de memória: “Eu Sou Aquele”, “És Loucura”, “Dá-me O Teu Amor” e “Não Sei Viver Sem Ti”. “Loucura” foi também o nome escolhido para o perfume que o grupo lançou.
Em 1999 surge, com um som mais maduro, o segundo álbum, numa altura em que os “Excesso” trabalhavam já por conta própria. O nome escolhido foi “Até Ao Fim” e, de facto, não haveria sucessor. Além do single que dava nome ao trabalho, os cinco rapazes, talvez a pensar na internacionalização, apostavam em duas canções em inglês: “Shake It Up” e “I Like”. O álbum foi recebido com entusiasmo, tendo atingido a platina à saída.
No final de 1999, altura em que novas boys bands nacionais inundavam o mercado da música, os “Excesso” fecham o seu ciclo de sucessos com concertos esgotados no Coliseu do Porto e no Coliseu de Lisboa.
A banda não sobrevive a 2000, ano em que Carlos abandona o grupo, seguido pelo companheiro Portugal.
© Gisela Cruz
sexta-feira, março 02, 2007
Em nome de bons, velhos tempos...
1.º ENCONTRO NACIONAL DE FÃS DOS EXCESSO
Almoço/Encontro Nacional de Fãs dos Excesso
Almoço/Encontro Nacional de Fãs dos Excesso
4 de Março - 13 h
Restaurante "O Porquinho", em Coimbra
(www.oporquinho.com)
Passados 10 anos sobre o início do fenómeno, um grupo de fãs dos Excesso decidiu reunir, pela primeira vez, as muitas fãs da famosa boys band portuguesa. O encontro terá lugar no restaurante “O Porquinho”, em Coimbra e contará com a presença de alguns membros do famoso grupo.
Contactos: 912212276 - 968665045 - excesso2007@hotmail.com
(www.oporquinho.com)
Passados 10 anos sobre o início do fenómeno, um grupo de fãs dos Excesso decidiu reunir, pela primeira vez, as muitas fãs da famosa boys band portuguesa. O encontro terá lugar no restaurante “O Porquinho”, em Coimbra e contará com a presença de alguns membros do famoso grupo.
Contactos: 912212276 - 968665045 - excesso2007@hotmail.com
Excesso
Há cerca de 10 anos, a NZ Produções reunia cinco jovens rapazes que viriam a formar a primeira boys band portuguesa: Carlos, Duck, Gonzo, Melão e Portugal compunham os “Excesso”.“Eu Sou Aquele” foi o single de estreia, escrito por Célia Lawson. Foi também o início de uma curta e fulgurante carreira que os tornaria no maior fenómeno de sucesso da música portuguesa.
O primeiro álbum, “Excesso”, trouxe-lhes múltiplas platinas e uma agenda cheia de concertos esgotados. Tal foi o sucesso que no ano seguinte o mesmo disco era reeditado com versões ao vivo e remisturas dos êxitos que Portugal já cantava de memória: “Eu Sou Aquele”, “És Loucura”, “Dá-me O Teu Amor” e “Não Sei Viver Sem Ti”. “Loucura” foi também o nome escolhido para o perfume que o grupo lançou.
Em 1999 surge, com um som mais maduro, o segundo álbum, numa altura em que os “Excesso” trabalhavam já por conta própria. O nome escolhido foi “Até Ao Fim” e, de facto, não haveria sucessor. Além do single que dava nome ao trabalho, os cinco rapazes, talvez a pensar na internacionalização, apostavam em duas canções em inglês: “Shake It Up” e “I Like”. O álbum foi recebido com entusiasmo, tendo atingido a platina à saída.
No final de 1999, altura em que novas boys bands nacionais inundavam o mercado da música, os “Excesso” fecham o seu ciclo de sucessos com concertos esgotados no Coliseu do Porto e no Coliseu de Lisboa.
A banda não sobrevive a 2000, ano em que Carlos abandona o grupo, seguido pelo companheiro Portugal.
© Gisela Cruz
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