quinta-feira, setembro 28, 2006

Estou em branco

Hoje estou em branco.
Há muito tempo que escrevo páginas na minha vida e as deito fora a seguir. Mesmo muito. Mas hoje estou MESMO em branco.
A vida ainda não começou.
Não sei se o sol a brilhar de novo no céu foi uma consequência ou uma causa, mas encontrei um novo desafio. É bom. É bonito. Mas também já é encarado com os pés na terra e, logo… com menos brilho nos olhos…
Ainda quero fugir. Mas já não morrerei se ficar.
Mas estou em branco. Não sei, hoje, fazer projectos ou sonhos. Não sei o que vem amanhã. Nem sei o que quero que venha. Melhor assim.

terça-feira, setembro 26, 2006

Já não consigo...

Já não consigo estar aqui… Não sei se é o tempo cinzento, se apenas a minha paciência que chegou ao fim. Sinto-me sufocar!
Quero fazer as malas e ir. Embora.
Estou cansada de esperar.
Sinto que estou a perder tempo precioso, a desperdiçá-lo aqui, quieta. Não sei o que deveria estar a fazer, mas sei que este cenário está gasto, velho.
Tenho de sair daqui.
Amesterdão, Barcelona, Zurique, Nova Iorque… Londres… Tenho de ir. Tenho de respirar!
Estou cansada de lutar contra as manhã… Contra a dor de ter de acordar!
O mundo parece gritar: "Resigna-te!". Mas, pá!, eu nunca fui uma alma resignada.
Mas não, mundo, não te preocupes. Todas as tuas vidas patéticas e formatadas podem continuar o seu percurso tranquilo sem qualquer sobressalto de preocupação pela minha pessoa… Desistir nunca foi uma opção.

domingo, setembro 24, 2006

Esmolas...

Eu não costumo dar esmolas na rua. Só quando o instinto me diz que tenho mesmo de dar. E isso é raro. No entanto, sempre que o fiz, obtive respostas incríveis… Incríveis de sinceras e gratas…

Uma vez uma senhora, jovem até, pediu-me uma "ajudinha". Talvez tenha sido por ter falado baixo demais, como se as palavras lhe doessem a sair, ou talvez pelo olhar de pânico que levava ou pelo facto de os seus olhos vaguearem entre os meus e o passeio... depois de hesitar, tirei uns euros da carteira e dei-lhos. Ela agradeceu-me tímida e partiu.
Por instantes duvidei dos meus instintos. "Será que fui levada?", perguntei-me... Mas decidi não dar muita importância ao assunto. Não eram aqueles euros que iam mudar a minha vida. Dei, estava dado. Fui à minha vida.
Já quase tinha esquecido a senhora, quando passo em frente a uma padaria na Baixa. Ia alheia, distraída. De repente, sinto alguém agarrar-me as mãos e aproximar-se. Era ela. Curava-se à minha frente. "Obrigada", disse-me, "muito obrigada". Os olhos agora já não deixavam os meus. Tinham um brilho comovido, de pura gratidão. Nunca mais vou esquecer aquele olhar... nem o saco de pão que ela levava na mão como se de um prémio precioso se tratasse...

É devastador pensar que uma moeda que não muda o nosso dia em nada, pode proporcionar o único alimento de alguém...

(Este texto vem na sequência do último post do blog Cardos & Prosas, colocado pela Kiki.)

sexta-feira, setembro 22, 2006

An Unconvenient Truth

Fui ver, claro. Sei que está nas mãos de todos.

Faço aqui a minha parte: dêem um saltinho a http://www.climatecrisis.net.

(E, já agora, a http://www.greenpeace.org/international.)

quarta-feira, setembro 20, 2006

Serei blogodependente?

Foi a minha companheira bloguista The Star que me levou a questionar-me, com post intitulado (precisamente) “És blogodependente?”
Há que admitir:
- guardo posts na secretária;
- às vezes tenho inveja dos muitos comentários dos outros;
- penso frequentemente "isto merece um post"
- e às vezes blogo quando estou a adormecer ou acordar...
Bom, não chego a preencher metade do requisitos para ser dependente… Mas acho que para lá caminho rapidamente… É que, eu comecei com um blog colectivo e entretanto já ter inaugurei o terceiro...
Deixem-me falar-vos dos meus blogs…
O primeiro a ser inaugurado foi o Cardos e Prosas. Trata-se de um espaço sobre coisas de gajas. Convidem MONTES de amigas a participarem, muitas disseram que sim e poucas o fizeram. Recentemente, zanguei-me, chateei-me, fartei-me. Pensei encerrar o blog. Mas suponho quando decidimos pela morte, não queremos efectivamente a morte, queremos que morra o que está mal, que mude, que reviva… diferente… E foi isso que aconteceu. O blog está novamente activo, mas, agora, sem pressões, sem stresses, sem obrigações… Vamos ver como corre.
O segundo a surgir foi este: My Dirty Little Secret. É que, sempre que escrevia algo no Cardos, sentia vontade de ir mais além, ser mais pessoal, contar coisas minhas, sem tema. É então a minha “válvula de escape”. É aqui que eu “desabafo”. Ele serve também para eu escrever regularmente. Algo que eu preciso de fazer e disciplinar. Dantes andava sempre de bloco de notas pela casa, mas os textos eram meus, só meus. Agora o que está no bloco às vezes passa para aqui e os meus textos são dados a conhecer. É um privilégio.
Finalmente, anteontem inaugurei outro blog. Como os outros, ele surgiu de uma necessidade de partilha. Neste caso, o tema é Coimbra. A cidade que eu amo, com todas as suas virtudes e todos os seus defeitos. Fiz convites e, para surpresa minha, tive MUITAS respostas. Aparentemente a mais quem ame a Cidade dos Doutores. Onde estavam escondidos? Coimbra dos Amores é o nome deste novo blog. Espero ver-vos por lá.
Virei a ser viciada? Provavelmente. Participarei num desses grupos de apoio de que fala a The Star? Acho que não. Eu trato de mim. Não gosto de vícios. Eles dominam-nos e eu detesto sentir-me subjugada involuntariamente. Por isso, sei que saberei recuar, se for caso disso. No entanto, sou a favor do prazer. E escrever e visitar blogs dá-me muito prazer. Porque não saciar a vontade…? ;)

(E vocês, são blogodependentes?)

segunda-feira, setembro 18, 2006

Bibelô Inútil...?

Hoje fiz a minha viagem inaugural à Casa da Música, no Porto. Já tinha ouvido alguém qualificar “o meteorito” de “bibelô inútil”… mas não quis acreditar… Mal sabia eu o que me esperava depois de uma viagem propositada e preparada ao pormenor, iniciada em Coimbra…
Como qualificar uma casa de espectáculos:
- onde um público quer ver um concerto e não consegue chegar à sala porque a Segurança não se entende, mas, na dúvida, ninguém entra;
- onde são destacados apenas DOIS membros da equipa de Frente de Casa para um evento em que recebem músicos E artistas;
- e onde tudo isto tem de ser resolvido apenas quando a Casa da Música abre – às 10h da manhã – e antes do início do concerto – que está marcado para as 10h da manhã – e ao mesmo tempo que se colocam dezenas de bebés numa outra sala onde o concerto também começa às 10h!!!
OSTENTAÇÃO. É o que me ocorre.
Gastam-se 100 MILHÕES de euros a fazer-se, mas não se põe a funcionar condignamente.
Gastam-se 100 milhões de euros (repito!) numa casa de espectáculos onde há folha de ouro a decorar o Grande Auditório, mas onde a equipa não sabe qual é a sala em que vai decorrer um espectáculo que está agendado há meses.
Gastam-se 100 milhões de euros (repito novamente para ninguém esquecer!) num BIBELÔ onde, quando a equipa finalmente descobre onde o espectáculo e como se chega lá, não há quem acompanhe o público até à sala!
“Bibelô inútil” será o termo certo, não?… Pelo menos tendo em conta o (péssimo) exemplo.
E viva o livro de reclamações!

sábado, setembro 16, 2006

Escrevi um filme...

Eu escrevi um filme.
Estava desempregada (como agora) e deu-me para usar o meu tempo em algo útil e prazeiroso: escrever um filme.
Foi TÃO bom.
Os meses de pesquisa... as gravações dos diálogos no gravador de entrevistas quando "a inspiração" surgia... a alegria infantil ao resolver pequenas questões que nos atormentavam há semanas... a fase de sentar para escrever... a noite (madrugada) em que escrevi o THE END... (Sim, em inglês!) Inesquecível!
Foi MUITO bom...
Eu escrevi um filme que ninguém lê.
OK, escrevi em inglês. (Não, não desprezo a minha língua, mas as minhas personagens falavam inglês! Quem era eu para as contrariar?! E a minha história não é um filme português, é definitivamente um "Hollywood movie"...) Suponho que estar escrito em inglês torna tudo mais difícil... Afinal, se aqui ninguém nos liga porque não pertencêmos "ao clube"... em Hollywood... Bom, digamos que o clube é BEEEEEEM mais restrito...
Mas o que fazer? Desistir?
NUNCA.
O meu filme já voou para os States, claro. Ele está registadíssimo. Tudo como manda "o figurino" Até já fez uma paragem bastante atrevida... Mas ninguém o lê.
Não é que seja bom ou seja mau: não interessa! Se não te pediram nada, não querem saber! Produtores, agentes, actores... Whatever. Não pertences ao clube, não existes!

Dou um exemplo significativo...

Há uns tempos mandei umas dezesnas de cartas e e-mails para criaturas que poderiam ter interesse em "new blood" naquela terra. Dez por cento voltou para trás; outros dez foram devolvidos com uma breve nota que dizia "We don't accept unsolicited material"...
Não me dei por vencida e repeti a “investida” para “outras entidades". Aconteceu exactamente o mesmo… com uma excepção…
Uma agente respondeu-me pessoalmente, para o e-mail, a dizer que “não andava à procura de mais clientes”…
“Boa!”, pensei, “ao menos tenho um contacto directo… Deixo passar um tempinho e volto à carga”…
Aqui está o resultado:

Ontem escrevi:

“Dear …

I wrote you once, asking you to read my work. You said no...
Well… I am asking again.
12 pages. That is all I ask.
If you don't feel like you have to read the rest of my script, I will never bother you again (not any time soon, anyway).
I know how precious your time must be and how tough it must be to represent writers in a place where everyone has an idea. And I can only imagine how much tougher it would be to represent the "new kid in the block". But I have to ask you for ONE chance. Somebody gave YOU a chance once … I am working to get mine…
… What if I am good…? ;)
TWELVE PAGES. Please…


GK”

Resposta, hoje:

“Thanks for the query, but I am not accepting any more clients.”

Só! E pronto. É isto. UMA MERDA DE UMA PAREDE!!!!!

E isto influencia TUDO…
Estou novamente desempregada, mas não me apetece criar nada! Sinto que não vale a pena… Porque falei do meu filme, mas posso falar do concurso que desenvolvi e que teve o mesmíssimo tratamento em Portugal. É que nem lêem! Nem sei se é bom, se é mau: apenas nem existe!
…Não vale a pena. :(

(Por acaso não há "por aí" quem conheça "alguém" com um cartão de membro para o Hollywood Club, há???)

quinta-feira, setembro 14, 2006

O sonho manchado...

Era uma vez uma menina. Uma menina que apesar de já ser crescida, não tinha sido menina… e por isso aproveitava cada desculpa para resgatar essa infância roubada.
Essa menina engravidou há muitos anos. Numa altura em que ainda lia e acreditava em poemas de amor…
A vida foi cruel. Por razões mais difíceis de que recordá-las, ela abandonou a bebé na minha na minha casa e foi embora. Andou perdida e esquecida, enquanto a bebé encontrava uns avós que não eram dela. Andou perdida e esquecida e voltou a perder a infância. Perdeu-se no mundo e deixou o mundo que conhecia.
Anos depois, quando ela acreditava que eu a ia receber com espinhos, recebi-a com um abraço e ela desfez-se em lágrimas. Eu sabia que ela tinha passado pelo Inferno e voltado. Não podia julgá-la.
Essa menina é o meu karma e eu o dela. Não podemos dizer adeus uma à outra. Já tentámos e falhámos. Decidimos aceitar o destino…
Recentemente planeámos uma viagem. Uma viagem de sonho. Mas a menina tinha novidades… Estava grávida novamente. Ela ainda acredita nos poemas…
Nessa viagem de sonho tivemos uma conversa difícil. Disse-lhe que ela estava a repetir os mesmos erros do passado. Disse-lhe que ela tinha de mudar qualquer coisa. Que o destino estava a dar-lhe a oportunidade de fazer diferente desta vez…
A viagem passou. E foi um sonho!
Já em casa - eu cá, ela lá longe - ainda a viajar, quis falar com ela. Ela já não se lembrava do sonho.
_ Fiz um aborto. – Disse-me.

… O que é que EU fiz?!! Podia fazer diferente? Fui honesta. Mas sei que o que disse levou a este desfecho… Será que foi melhor assim?
…Então porque é que o meu sonho é manchado por esta lembrança?

segunda-feira, setembro 11, 2006

11 de Setembro...

Pensei ignorar a data. Esquecê-la… Mas quem é que consegue fazer isso neste mundo?
Não dá para ignorar. Por isso, assumo-a.
Hoje é dia 11 de Stembro! “O dia em que o mundo mudou”.
E onde estava eu a 11 de Setembro de 2001?
Sentada, em casa, a almoçar.
O noticiário do Canal 1 interrompe o alinhamento para incluir imagens de um “acidente” nos Estados Unidos… Há falta de informação. Suspeita-se que um avião chocou contra a Torre Norte do World Trade Center. Na imagem, a torre arde.
Não percebi na altura a gravidade da situação. Pensei que, lá, era cedo demais para os escritórios estarem cheios… Mas, à medida que ouvia a jornalista, percebi que estava enganada… Já os olhos não me saíam do ecrã…
Vemos, todos, um outro avião a aproximar-se. CNN e Canal 1 dizem que é da polícia… Mas é grande demais para ser da polícia… Não é da polícia!
O avião chocou contra a Torre Sul! Assim, em directo! Para o mundo ver...
O almoço já não me caiu bem.
Eu tinha de ir trabalhar, mas não conseguia tomar a decisão de deixar de ver aquilo…
Subi a rua, atrasada.
Na paragem questionava-me se aquelas pessoas de rosto fechado sabiam o que se estava a passar…
Quando saí de casa, já era claro que era um atentado terrorista. O Pentágono tinha sido atacado.
Guerra. Pensei. Estamos TODOS em guerra. Não há mínima hipótese de isto não ter resposta. E depois… respostAS…
Guerra. É a Terceira Guerra Mundial que começa aqui.
O meu cérebro congeminava vagos cenários de racionamentos e balbúrdia. Mesmo aqui, neste cantinho do mundo, as consequências seriam sentidas… Não tinha a mínima dúvida…
Lembro-me de mandar uma mensagem a uma amiga a referir isso mesmo: “Pediste-me para te avisar se a Terceira Guerra Mundial começasse porque não vês nem ouves notícias… Pois bem, sugiro que procures um rádio e o ouças… Acho que começou…”
Ela ligou-me a seguir, desconcertada. Tinha conseguido um rádio... Disse-me da torre que desmoronara…
Eu estava aturdida, dormente.
Cheguei à redacção. Todos olhavam para o ecrã, também aturdidos e dormentes.
Assim foi durante várias horas mais. Todo o dia, na verdade. Para toda a gente.
O meu chefe de redacção, que devia fazer os noticiários daquela tarde, pediu-me para o substituir e saiu. Não me lembro porquê. Mas fiquei com três noticiários, em directo, para fazer.
Fi-los. Com notícias que chegavam em catadupa. Número de vítimas. Autoria dos ataques. Discursos de responsáveis.
Lembro-me de dizer no ar que o grupo de Bin Laden recusou a autoria dos ataques… (Mas hoje ninguém se lembra disso… Estarei enganada?)
Também entrevistei o Prof. Boaventura Sousa Santos, sociólogo, que dava aulas em Nova Iorque… Estava aturdido. Ainda hoje recordo o tom baixo das nossas vozes, como lágrimas contidas... Não havia análise possível ainda… “Espero que a comunidade Nova Iorquina supere este trauma. Acho que vai superar… Mas o mundo inteiro vai sentir as repercussões…” Não era preciso um especialista para imaginar este cenário, mas este especialista era, hoje, um homem com o coração pequenino… como eu.
Chorei sozinha no estúdio mais do que uma vez. Não queria acreditar no que tinha sido cada noticiário…
Ainda não acredito.
3000 pessoas.
Guardo ainda os jornais daqueles dias. As revistas. As notícias. Gravo, ainda hoje, TODOS os documentários. Vejo os filmes. Procuro um sentido… E não o acho…

domingo, setembro 10, 2006

Um novo conhecimento...

Aprendi recentemente que, se alguém aparece na nossa vida, é porque vai ter um papel nela. É porque tem algo para nos dizer. Algo que precisamos de ouvir. Temos é de estar muito atentos… E, mesmo assim, muitas vezes a mensagem perde-se no quotidiano.

Hoje era para ser um daqueles dias enfadonhos e solitários. Um dia em que o meu único objectivo era ir ao shopping comprar o Expresso e fazer umas compras ao supermercado.
Subo a rua a olhar para o telemóvel… com esperança de uma mensagem providencial. Não me surpreendeu que não a tivesse…
Na paragem, troco duas palavras com uma miúda que esperava o mesmo autocarro que eu. Quando damos conta de que é Sábado e os autocarros são escassos, decido ir a pé para o meu destino.
_ Mas vai para onde? – Perguntou-me.
_ Dolce Vita. – Respondi.
_ Eu também! … Se calhar, podíamos ir juntas…
E eu pergunto-me: Ora, porque será que a vida pôs esta jovem estudante no meu caminho hoje…?
Lá fomos… e viemos… Conversámos. Partilhámos. Sonhámos. Acho que nasceu uma breve admiração mútua (estarei a ser pretensiosa?) que pode, facilmente, tornar-se numa amizade…

Ainda não sei a que pergunta pessoal veio este novo conhecimento responder… Talvez ainda não exista uma resposta. Talvez ela surja da próxima vez que nos encontrarmos… Talvez surja mais tarde. Talvez eu precise desta pessoa na minha vida durante mais tempo… Talvez eu tenha trazido a resposta a algo que ela procurava. Talvez tenhamos as duas apenas precisado de companhia para esta longa tarde de Sábado. Foi seguramente mais agradável fazer “a viagem” com alguém ao lado…
Talvez… Talvez… Talvez…
O que sei é que este Sábado não foi um mau dia. Graças a ela.
(Obrigada, linda.)

sexta-feira, setembro 08, 2006

"Loja do Drogadão" ou "Drogadex"...

Quando abre o “supermercado” no Ingote, quem precisa de “se abastecer” tem de arranjar dinheiro até chegar lá… É por isso que andar sozinho, depois de escurecer, na zona de Coimbra B é perigoso.
Droga! Sempre a droga!
Legalize-se. Legalize-se TUDO!
Já estou a imaginar um quiosque do Estado, instalado bem no meio do Ingote, com funcionários uniformizados. Um quiosque grande, arejado, com telefones e ar condicionado. E guichets individuais. E um sistema de senhas, como na Loja do Cidadão.
Podia chamar-se “Loja do Drogadão” ou “Drogadex”. E, tal como na Segurança Social, a clientela seria seguramente numerosa.
Se pegarmos no exemplo da Segurança Social, haverá filas de duas horas…
Filas de duas horas… Isto, para alguém que precisa de uma dose, deve ser dantesco! Já estou a ver um pobre agarrado, a ressacar, de senha na mão, à espera, enquanto a funcionária liga à melhor amiga para saber as novidades… Digam lá se isto não ia diminuir o consumo!
… Vá! Quem tiver uma solução melhor, apresente-a. Estamos a lidar com problemas sociais sérios!

quarta-feira, setembro 06, 2006

Pai pela quinta vez?

Será? Pela quinta vez?! Meu Deus! Será?
Ainda me lembro… Estava num quiosque com uma amiga do liceu (minha querida amiga ainda hoje) a ler a Bravo alemã. Como eu não sei alemão, era ela que a lia e traduzia: “Pai pela PRIMEIRA vez”…
…Foi há tanto tempo!
Na altura, eu era uma teenager com uma paixonite (e alguma inveja da mulher que merecia aquele amor) e ele era um papá babado, completamente apaixonado por aquela menina, que era a continuação de si próprio. Agora já a menina tem 13 anos e tem mais três maninhos…
Vem aí mais um (ou uma), dizem… Será?
Se sim, sei que será amado(a). Muito. E por muitas pessoas. E será feliz. Sei que terá tudo para ser feliz.
Vou esperar até à confirmação da notícia. Mas o meu coração já falhou uma batida, só com a possibilidade.
Será? ...Não sei. Mas estou feliz. :)

segunda-feira, setembro 04, 2006

Fui "etiquetada"...

Fui etiquetada. LOL
Eu nem sabia o que isso queria dizer, mas já fui informada!
Enquanto estive de férias, dois “bloguistas” muito meus queridos – a MoonLight e o Ivo - decidiam que estava na altura de eu falar (ainda mais !!!) de mim. LOL
Pois bem. Estive a pensar… E cá vai (e vai mesmo assim, porque eu não faço ideia como se fazem as etiquetas!!! LOL).

- Sou uma “pessimista activa”, ou seja, espero sempre o pior, mas isso nunca me impede de agir. Aliás, preparo-me sempre para o pior cenário. A partir daí, tudo o que vier, é bónus!

- Sou uma leitora compulsiva. Não descrimino nada. Leio desde revistas cor-de-rosa a jornais de referência, de biografias de ex-concorrentes do Big Brother a grandes best-sellers de prémios Nobel. Também escrevo desde que me conheço, mas só recentemente pensei que isso podia ser um modo de vida, per si. Logo, escrevi um filme…

- Estou sempre a imaginar histórias. Sempre. Seja com personagens totalmente imaginadas, seja o desenrolar de possibilidades da minha vida e de outros, seja a encenação dos meus desejos. Mas há sempre uma história a meio na minha cabeça. São poucas as que chegam ao fim. São raríssimas as que chegam ao papel.

- Apaixonei-me perdidamente por Londres. Chega a doer fisicamente o facto de não estar lá. Quando pisei Southside ou Southwark soube que pertencia ali. Foi natural para mim tirar os sapatos na relva de St. James, atravessar a Tower Bridge a pé ou fazer um piquenique no Hyde Park. Sinto falta, todos os dias, do metro, dos big red buses e dos black táxis. Todos os dias.

- Sou liberal e tolerante. Mesmo. Qualquer tipo de comportamento “pouco habitual” me faz querer compreendê-lo antes de o condenar. Aliás, mesmo entre amigos, a frase que mais repito é: “Eu percebo…”.

- Acredito em vidas passadas. Tenho a certeza de já ter vivido muitas vezes, porque consegui recordar fragmentos de algumas dessas “outras vidas” ao meditar. E mesmo que elas não sejam reais, ainda que sejam apenas imaginação minha, estas “visões” ajudaram-me a compreender-me melhor e tornaram a minha vida muito mais fácil. Também acredito em “espíritos guia” (ou o que lhe quiserem chamar) e em almas gémeas… Mas esta história só a conto a quem está preparado para a ouvir… ;)

Agora, acho que é suposto “passar a bola” a mais pessoas, desafiando-as a fazerem o que eu fiz aqui… Como não sei a quantas devo passar, passo a cinco, porque gosto do cinco! LOL

São eles:

- SoNosCredita;
- S;
- Stela;
- Brunito;
- Libertynus.

Aguardo as respostas ansiosamente! ;)

sábado, setembro 02, 2006

Férias II - O Balanço

Loucura, tolerância e uma boa dose de espírito de sobrevivência fizeram destas férias mais um marco da minha existência.
Tenho a sorte de ter encontrado um grupo em que a coexistência foi tudo menos pacífica, porque nenhuma das pessoas que o formava tinha essa característica como base. E, como tudo o que é intenso – palavra que define, talvez, cada uma das personagens que ali se encontraram –, esta reunião foi inesquecível.
E digo “personagens” com a certeza de que é a palavra certa para descrever cada uma destas personalidades, sem elogios e sem críticas. Fomos nove “personagens” marcantes. A sóbria. O sempre consciente. A bela. O peace & love. A”cota” maluca (ou a “alma de artista”, como eu a prefiro definir). O bom coração. A flor. O apaixonado furioso. A insegura. …Que mistura! Todos tão diferentes! …Todos a testar limites. …Todos em busca de algo que não se encontra no seu exterior…
Bonita e inusitada mistura.
Apesar da dificuldade inicial da convivência, o elo que se criou superou qualquer expectativa. Ainda que os perca a todos pelos caminhos da vida, sei que, se encontrar qualquer um num dos seus muitos cruzamentos, posso contar com um empurrão para a frente.
Acho que fiz amigos. E, ao dizê-lo, não estou a desvalorizar em nada o conceito de amizade. …Não é todos os dias que se diz isto.
Obrigada a todos.