Estou de partida para Inglaterra.
O que quero?
Um momento inesquecível. Inesquecível de bom. Inesquecível de óptimo. De perfeito.
Não quero ter cuidado com o que desejo – como diz o ditado –, porque posso especificá-lo em detalhe, com tudo de positivo.
Quero ser a princesa do conto de fadas, que caminha para o seu destino luminoso, mesmo tendo de enfrentar obstáculos. Quero que os céus me reservem, ainda que para um só momento, tudo aquilo de que me privaram até agora. Quero saber – sentir! – que também eu posso ter tudo, ainda que só uma vez…
Não quero nada de extraordinário. Sou pés na terra. Não crio grandes expectativas. Por isso, eu só quero ser surpreendida… positivamente surpreendida…
Há tanto tempo que eu não me emociono até às lágrimas com algo de bom que me tenha acontecido!... É isso que eu quero. É isso que eu procuro. Descobrir que é possível. Que ainda é possível. Que nem tudo está perdido. Que ainda há muita vida para viver. Mas mesmo! Além das palavras. Além da esperança!
Quero sentir a vida. A autêntica. A que vale a pena viver. A que muitos dizem que têm e poucos conhecem. Aquela em que eu acredito e que me tem fugido!
Quero a confirmação de que nem tudo foi em vão. De que as minhas indecisões, as minhas lágrimas, a minha recusa em resignar-me não foram em vão. Quero saber, para lá de qualquer dúvida, para onde caminho. Ou, pelo menos, de que caminho nalgum sentido…
Há onze anos, a vida tornou-se minha. Foi arrancada à monotonia das certezas, à tirania do que “era suposto” eu fazer. Passou a ser um livro em branco, em que a autora era eu... Num momento. Numa noite.
Pois bem, agora que o prefácio está escrito, reescrito, rasurado, eu procuro a linha condutora da obra. Eu preciso de começar a escrevê-la. Eu tenho de começar a escrevê-la! Estou cansada de esperar, de procurar, de duvidar. Eu tenho de começar a escrevê-la!
Para isso, preciso de voltar ao princípio. À noite, ao momento em que tudo começou. Recriá-lo. Revivê-lo. Reescrevê-lo.
Procuro, por isso, um momento perfeito. Um só. Pequeno. Mas sentido.
Investi muito nesta viagem. Mais do que dinheiro, o meu coração está empenhado nela. E não pode voltar partido. Porque então não haveria obra. Seria o fim da obra que ainda não escrevi. Porque seria o fim da minha procura, da minha esperança, da minha fé.
Um momento perfeito. Um só. Pequeno. Mas real. Sentido. Sem “mas”. Sem “se’s”. Perfeito. Um só… Para mim. Peço-o para mim. Uma só vez, eu peço-o para mim. Porque o mereço. Finalmente. Eu sei que o mereço. Eu tenho de acreditar que o mereço. E que o vou ter. Desta vez, vou tê-lo. Para que a obra comece…
PS – No fundo, eu sei que não vou encontrar nada além de uma viagem divertida… Mas não era fantástico se, uma vez na vida, eu encontrasse tudo o que procuro?...
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8 comentários:
que tudo se transforme na tua realidade...
beijos e bom fim de semana
A esta hora já estás pelo UK, mas eu sabia que deixarias algo no blog antes de partir. Desejo que te DIVIRTAS MUITO, MUITO MESMO. QUE SEJA UMA SEMANA MEMORAVELMENTE FABULASTICA! Até ao teu regresso, minha amiga. E não te esqueças de trazer o RW para a Anoca.)
nada há-de ter sido em vão!
"Para que a obra comece…"
as viagens fazem milagres, em nós!
Bons dias :)
Olha que foi numa viagem que acabei por encontrar o que nem sabia que procurava! Por isso... nunca se sabe...
Um beijinho e que seja muito boa essa viagem, eu adorei conhecer a Inglaterra :)
João
P.S. (não foi na Inglaterra que encontrei, foi mais abaixo no mapa-mundo...)
Aproveita bem! Tu mereces! :)
Beijos e bom feriado
E o que procuras?
Soul_Artist:
O que procuro está no texto: começar a obra. Chega de prefácios falhados!...
Fui, vim e continuo à procura... Mas agora não tenho vergnha de dizer (como dizia o outro): "Não sei para onde vou, mas sei que não vou por aí"...
Bj.
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