quinta-feira, abril 27, 2006

Sabedoria popular

Desde que comecei a fazer uma recolha sobre “sabedoria popular” dei-me conta de uma coisa curiosa (ou, talvez, previsível, se pensarmos bem).
Tenho andado a perguntar a toda a gente se conhecem mesinhas, encantamentos, feitiços. A reposta é invariavelmente: “Não. Não sei nada disso”. Mas, quando o dia está mais calmo e a conversa continua, poucos minutos depois já me estão a dar a “receita” da quebra do cobranto, a oração de protecção para a trovoada e a contar histórias sobre aquele parente que “sofreu” um feitiço de amor ou que ia morrendo com um mau olhado...
Então, porquê? Porque é que toda a gente diz que “não sabe nada disso”?
Depois de alguma análise concluí que o problema são as palavras que tenho usado. Não posso falar em encantamentos, mesinhas ou feitiços. Se eu começar por falar de orações, rezas e chás a resposta será diferente, suponho. É que ninguém quer ser associado À bruxaria. À religião... já pode ser...

Religião = bom
Bruxaria = mau

É o resultado de séculos de perseguições!

A verdade é que a “sabedoria popular” mistura as duas de forma bastante eficaz. E quem tem estes conhecimentos está sempre disposto a partilhá-los desde que nos mostremos deveras interessados e não lhes falemos de bruxaria.

PS - Quantas bruxinhas há por aí! Adorava conhecer-vos!!!

quarta-feira, abril 26, 2006

Fechados no Dolce Vita...

Ou a minha vida anda mesmo muito chata ou eu sou mesmo alucinada... Eu explico...
Eu e o meu namorado fomos ver “O Infiltrado” (muito bom, a propósito! A tradução é que era horrível!)... Bom, dizia... fomos ver “O Infiltrado” à última sessão no Dolce Vita Coimbra. O filme é tão bom ou tão mau, que ficámos p’aí 45 minutos no carro a discutir os pormenores. (A sério! Estivemos mesmo só a falar. Não corremos qualquer risco de aparecer um vídeo porno nosso na net!)
Os carros iam desaparecendo do estacionamento e nós no paleio. O “pirilampo” (aqueles senhores de coletes florescentes que fazem a ronda nas moto 4, sabem?) andava por lá e nós estávamos “na descontra”.
De repente, damos conta de que as luzes do shopping estavam apagadas. O “pirilampo” tinha abandonado a moto 4 à entrada. Não havia ninguém.
O meu gajo só disse: “Espero que não tenham fechado as portas do estacionamento.”
Passava das 3 da manhã. E, sim, tinham fechado TUDO!...
Marcha atrás a custo. O meu gajo a stressar. Eu sugeri tentarmos ver se havia alguém dentro do shopping antes de ligar a.. sei lá... alguém!
Voltámos ao estacionamento... As portas automáticas do estacionamento para o shopping não abriam... Mas o meu gajo, já pronto a explodir, lá as conseguiu abrir à força.
Enquanto ele assobiava a quem quer que pudesse ouvir e montava guarda junto às portas, eu fiz a ronda ao shopping: voltei aos cinemas, no topo, depois fui até À cave. É que eu tinha visto gente, dentro do Jumbo fechado, quando voltámos a entrar. Bati, chamei. Nada. Só se ouvia música em altos berros.
Era ridículo ligar ao 112. Não era propriamente uma emergência. Mas estávamos a ficar sem opções...
Agora vem a confissão: eu estava a curtir a cena. Estava mesmo!... O meu gajo é que não...
Enfim... Finalmente, num dos andares de cima, lá apareceu um senhor. Explicámos-lhe que queríamos e que não podiamos e ele disse que alguém nos iria abrir a porta.
Dirigimo-nos ao carro e de carro para a saída. Lá veio um segurança na moto 4 abrir-nos a porta do estacionamento – que se abre manualmente!!! – com cara de poucos amigos... (Ora pois, um casalinho que se “esqueceu” de sair do shopping àquelas horas... Suspeito...) ;)
Agora volto À questão inicial... Porque é que eu me diverti tanto com isto? Ou a minha vida anda mesmo muito chata ou sou mesmo alucinada! Embora a primeira não seja mentira, eu inclino-me mais para segunda hipótese. LOL

NOTA: O Dolce Vita Coimbra fecha as portas às 3 da manhã! Só para que conste...

segunda-feira, abril 24, 2006

História da vida real...

O episódio que vou descrever passou-se entre mim e a minha mãe. Como nota prévia, tenho de dizer que a minha querida progenitora tem 70 anos e acha que um telemóvel é um bicho esquisito (ainda que necessário) com um monte de funções que não interessam para nada e que, no fundo, servem apenas para UMA coisa: fazer chamadas.
Ora, eu na semana passada, vi um anúncio na RTP 2, a dizer que, no Sábado passado, iam transmitir um concerto da Anastacia. Sendo fã da cantora, pus um alarme no meu telemóvel para me lembrar de o gravar. Mas, como costumo sair à tarde e nunca sei se volto a horas decentes (...), o alarme ficou marcado para o início da tarde. Assim, programaria o vídeo e ia, descansada, à minha vida.
De Sexta para (o dito) Sábado, desliguei o telemóvel e deixei-o a carregar durante a noite na sala. Mesmo com ele desligado, o alarme dispara.
Na manhã seguinte... Pronto, OK!... Lá para as duas da tarde do dia seguinte, a minha mãe debruça-se sobre o meu leito (olha a classe!) onde eu jazia ainda dormente (touché!) e diz-me:
- Hey! Acorda! Vá lá, acorda! Está farta de ligar para ti uma tipa chamada Anastacia...

segunda-feira, abril 17, 2006

Acreditam em magia?

Eu acredito em qualquer coisa a que as pessoas chamam habitualmente de “magia”. Acredito que se pode adivinhar o futuro e até influenciá-lo...
A intuição vê para lá do que está à vista e as energias (ou pensamentos) positivas(os) podem fazer com que os nossos desejos se realizem contra todas as possibilidades.
Eu, por exemplo, consigo “adivinhar” quem me está a ligar. Muitas vezes, sinto quando um amigo ou alguém que amo precisa de mim, mesmo que ele não esteja comigo. Consigo dizer se posso ou não confiar em alguém só com um aperto de mão ou com uma troca de olhares. Muitas vezes, sei o que me vai acontecer a seguir, mesmo que isso vá contra os meus desejos... Será que isso faz de mim uma... bruxinha...?

quarta-feira, abril 12, 2006

Aos meus amigos da net

Quero prestar homenagem aos meus amigos da net. Sim, chamo-lhes Amigos (e coloco com letra maiúscula!). E não tenho medo de me enganar. São os meus AMIGOS da net.
Bem sei que as relações estabelecidas na Web têm tendência a ser superficiais e que “amigos” soa um pouco sério, porque – é verdade – não os conheço pessoalmente. Mas – e juro que nunca pensei dizer isto! – não preciso de os conhecer para poder já chamar-lhes amigos!
Entrei para um yahoo group há cerca de sete meses. À partida, já havia afinidades: somos todos fãs da mesma banda. E, à partida, por serem fãs dessa banda em particular, eu sabia que só podiam ser boas pessoas. (Não, não é uma falácia. Os fãs desta banda são mesmo boas pessoas! Apenas porque têm consciência – pessoal e social – e isso costuma fazer das pessoas seres humanos decentes...) Esperava, portanto, encontrar malta porreira. Mas não esperava o que me aconteceu...
O grupo tem algumas 30 ou 40 pessoas... Vá, 15 (que sejam!) assíduas participantes. Os mails iam caindo na minha caixa de correio e eu ia lendo, respondendo, participando. A pouco e pouco, eu ia distinguindo nomes e personalidades. Mas tudo muito superficial... Afinal, estava na net...
Desenvolvem-se discussões, afinidades, descobrem-se talentos, debatem-se ideias. As preocupações e os desejos são partilhados. Pelo meio, surgem alguns desabafos pessoais. Há um casamento. Nasce uma criança. Dão-se parabéns a pessoas que não conheço... Faltei a todos os encontros ou convívios...
Passaram sete meses. Há caras que vi em fotos. Outras nem as imagino. Ouvi três vozes por telemóvel. Falei com duas pessoas por messenger. Troquei mails com oito ou nove. Estatisticamente é uma insignificância. No meu coração? Descobri uma família!
Já não sei viver sem esta família. Faz-me falta. Tenho saudades. Os fins de semana, sem Internet, são longos e vazios. Conto os dias até puder voltar ao computador e saber a última fofoca da banda ou quem vai onde ver um concerto. Ou, tão só, quem faz anos ou quem é o novo membro da lista!
Nestes sete meses, a banda lançou um álbum, um dos membros divorciou-se e digressão já passou pela América do Norte e está a chegar à Europa. Nestes sete meses, eu decidi viajar até Inglaterra com pessoas que me são desconhecidas, mas são tudo menos estranhas. Nestes sete meses, aprendi que a confiança surge do instinto e que não hesitaria em dar o código da minha conta bancária a algumas daquelas pessoas, porque poria as minhas mãos no fogo por elas. Elas já fizeram o mesmo por mim.
Uma pessoa, de quem eu não conhecia a voz até há duas semanas, comprou-me bilhetes para concertos num valor equivalente à revisão rigorosa de um ou dois automóveis. E garantiu a minha estadia em Inglaterra, apenas porque lhe pedi... Não tinha de o fazer. Não tinha de confiar. Mas fê-lo, deixando-me quase sem nada com que me preocupar... e sem forma de lhe retribuir. E este é apenas UM exemplo.
Por tudo isto, deixo-lhes aqui a minha homenagem e o meu sincero reconhecimento. Obrigada Andreia, Pedrinho, Cláudia, Mara, Ana Paula, Lena, Sónia, Sara, Miguel, etc, etc, etc. Obrigada a todas as pessoas da lista Bon Jovi Portugal, por me terem recebido de braços abertos naquela grande família. Já não sei viver sem vocês. Nem quero!

terça-feira, abril 11, 2006

Porque é que eu ando sempre com um livro debaixo do braço?

Porque é que eu ando sempre com um livro atrás de mim? Se não é um livro, é uma revista qualquer. Mas, às vezes, porque a revista me parece insignificante, lá ando pela casa com um calhamaço a fazer-lhe companhia. Até chega a dormir ao meu lado! E não, não tenho necessariamente de o estar a ler. Só preciso de ter um livro comigo.
E, quando o estou, de facto, a ler, levo-o comigo onde quer que vá. Sair? Uns dias em casa de uma amiga? Férias na Oura? Vai comigo! Não importa se tenho a certeza que não lhe vou tocar. Tem de estar comigo! É que não consigo imaginar a tragédia que seria se eu tivesse oportunidade de ler uma página que fosse e não tivesse o meu livro comigo! Horrível!
E para me ver livre das personagens? É um drama! Quando o livro é grande e bom, chego a ter saudades delas! Sonho com elas. Repito-lhes o nome bem depois de ter terminado o livro. Penso nas suas vidas. No que eu faria no seu lugar. Custa-me dizer-lhes adeus.
E lá ando, com outro calhamaço pela casa atrás de mim até ter coragem para me despedir das personagens do calhamaço anterior. Às vezes passam-se semanas...
Hoje, por exemplo, continuo a pensar no Atos, no Portos e no Aramis. No D'Artagnan e na sua Constança. Na pérfida Milady. No calculista Richelieu. O Conde de Monte Cristo vai ter de ter paciência e esperar um bocadinho... Mas já dorme comigo hoje...

segunda-feira, abril 10, 2006

Estou cansada!

Estou cansada. Muito cansada. Não corri. Não trabalhei demais. Mas estou tão cansada. Só cansada.
Fui esforçada, compreensiva, amiga, trabalhadora, correcta, objectiva, digna, determinada, batalhadora, sincera, atenciosa, capaz, positiva, carinhosa, incansável e agora estou cansada.
Parei e vi. Estou nos limites das minhas forças.
Tenho-me perguntado, dia após dia: "Porque paraste? Ainda há tanto para fazer! Tens tempo, tens vontade! Porque paraste?" A cada noite que passava acusava-me a mim própria de ter estagnado... Tanta coisa ainda a fazer, tanta ideia a surgir, tanta pessoa para ver e eu sem reagir! Culpava-me. Exigia-me. Estava à espera da "descarga eléctrica" que me devolvesse aquela aura de força, de energia positiva, de adrenalina que me fez ser, durante algum tempo, tudo o que eu sempre quis ser e nunca tinha sido. Agora compreendi...
Tenho de parar. Tenho mesmo de parar de me exigir, de me culpar, porque estou cansada. Corri tanto. Fiz tanto. Apoiei. Projectei. Trabalhei. Preocupei-me. Escrevi. Limpei lágrimas. Desenvolvi. E desenvolvi-me. E até ajudei a desenvolver.
Cansei-me.
Estou num estado de exaustão tal, que me sinto a afundar, física e psicologicamente.
A "descarga eléctrica" chegará em breve. Porque agora já sei que tenho poder para a fazer acontecer. Para fazer tudo a que me proponho. E gosto de quem agora sei que posso ser... Mas tenho... primeiro... de... me... permitir... descansar!...

quarta-feira, abril 05, 2006

A vida sem amor não tem sentido...

Vi isto num daqueles mail que circulam por aí... Achei tão verdadeiro...

A inteligência sem amor, te faz perverso.
A justiça sem amor, te faz implacável.
A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.
O êxito sem amor, te faz arrogante.
A riqueza sem amor, te faz ávaro.
A docilidade sem amor te faz servil.
A pobreza sem amor, te faz orgulhoso.
A beleza sem amor, te faz ridículo.
A autoridade sem amor, te faz tirano.
O trabalho sem amor, te faz escravo.
A simplicidade sem amor, te deprecia.
A oração sem amor, te faz introvertido.
A lei sem amor, te escraviza.
A política sem amor, te deixa egoísta.
A fé sem amor te deixa fanático.
A cruz sem amor se converte em tortura.
A vida sem amor... não tem sentido.........

segunda-feira, abril 03, 2006

Tenho de mover montanhas....

Nada é fácil, pois não? O que é importante tem de ser batalhado ou perde o valor.
Há quem passe pela vida como uma brisa pelas folhas jovens das árvores: sem resistência. Outros têm de mover montanhas para conseguirem o que querem. E, mesmo assim, quando o equipamento está escolhido, o plano está traçado, o local definido, a montanha desapareceu e outra nasceu no seu lugar. E tudo volta ao início.
Se esta nova montanha fôr movida, a vitória tem um duplo sabor... É o que dizem... Mas, ao fim de não sei quantos anos a mover montanhas, é legítimo sentir o cansaço. É legítimo desejar ser a brisa sobre as folhas jovens.
Mas, como isso nunca vai acontecer, resta-me gritar ao Universo: "Vá! Manda-me mais montanhas, que eu as moverei! Nunca me derrubarás!!!"