segunda-feira, março 27, 2006

Posso sonhar de novo

Já consigo vê-las de novo. As luzes do palco a cintilarem por cima da minha cabeça como raios de sol. Como as desejo! Como temi perdê-las!
Posso sonhar de novo. Posso antecipar a longa noite de espera, as risadas ansiosas, as trivialidades que se vão conversar, a correria para a frente do palco, a luta por um bom lugar, o orgulho pela bandeira portuguesa...
Sei que vou chorar quando a banda pisar o palco. Sei-o. E não me envergonho, porque razões não me faltam para me emocionar quando os primeiros acordes soarem. Como há onze anos, este concerto marcará uma nova etapa da minha vida.

quarta-feira, março 22, 2006

Quem me dera...

Quem me dera poder arrancar do peito dos que amo toda a tristeza que carregam!
Como me sinto triste e impotente!
Como me sinto responsável por não os poder salvar, a todos, da crueldade do mundo e de si próprios!
Sei que aguento a minha tristeza. Já a encarei. Já lhe bati. Já a venci. Já me rio dela!
Mas a dos outros! Como a odeio!!!

segunda-feira, março 20, 2006

Permitam-me um momento de pausa...

Permitam-me um momento de pausa...
Um momento longe da tristeza.
Um momento meu.
De alegria. Privada.
Para não ofender os que sofrem.
Um momento que, dure o tempo que durar,
será puro, ingénuo, perfeito.
Um momento em que eu não tenha de pedir desculpa
por estar feliz.
Um momento em que o meu sorriso
não magoe os que choram.
Um momento em que eu me demito
da responsabilidade de enxugar lágrimas
e me permito descontrair.
Deixar cair os braços.
Olhar o céu.
Fechar os olhos.
Respirar fundo.
Suspirar.
E agradecer o facto de estar viva!

sexta-feira, março 17, 2006

Pensei que ia ter pesadelos...

Pensei que ia ter pesadelos. Pensei que me ia custar a adormecer por não parar de tremer. Jurava que me ia recriminar até ao fim dos tempos. Mas isso não aconteceu.
Há já algum tempo, aprendi que, quando fazemos o que o nosso coração manada, o espírito vive mais calmo, as energias são positivas e a paz é uma constante. Mas obedecer ao coração é difícil quando toda a gente tem uma opinião e constantemente nos atiram à cara as “razões” que regem o mundo. Às vezes parece que ninguém ouve o coração e que segui-lo é, de facto, uma insanidade!
Daí que eu achasse que me ia recriminar, arrepender, assustar por tê-lo feito.
Mas não. Sou mais forte do que pensava. A minha sintonia com o que diz o meu coração é mais pura e elevada do que eu sabia.
Segui o meu coração e fiz bem! Não me recrimino, não tenho pesadelos, não tremo de medo. Aceito a decisão do meu coração e desejo-me sorte. Estou preparada para enfrentar a resposta, boa ou má, ou a ausência dela.
O meu coração diz-me para continuar a acreditar e assim farei.
A verdade é que fazer o que o meu coração mandou foi mais um teste. E eu passei neste teste a mim própria. Quase desisti. Quase desacreditei. Quase segui a razão. Mas depois apercebi-me que tinha chegado a um daqueles momentos da vida que definem o que vais ser daqui para a frente: Caminho A – Razão; Caminho B – Coração. Não era a resposta que eu ia obter que estava em causa. Era eu. Era esta escolha. Se eu não a fizesse agora, nunca mais a faria. Era um caminho sem retorno.
E eu escolhi. Escolhi seguir em frente. Escolhi o coração.
Depois quase me arrependi. Quase me recriminei. E pensei que ia ter pesadelos. Pensei que me ia custar a adormecer, por não parar de tremer. Jurei que me ia recriminar até ao fim dos tempos. Mas isso não aconteceu. E agora sei que não vai voltar a acontecer. Porque agora sei que fiz a escolha certa. Não importa a resposta. Importa como me sinto. E sinto-me em paz.

quinta-feira, março 16, 2006

Afraid to win

Did you see me flyin’ through that open door?
Did you see me cryin’ against the wall?
Will you look into my eyes when we’re face to face?
Will you help me to scare away my disgrace?

Am I flyin’ too high on borrowed wings?
Am I goin’ too slow for my hungry dreams?
What kind of sickness am I takin’ in?
I better spit it out: I’m afraid to win.

I’m not sure of anything
Not even of my own life
If only anyone cared
Whether I live or die

I’m not afraid of much except of my own fear
I’m never ready to cry, but there’s always a tear
How am I supposed to stand when I’m on my knees?
How can I open my heart if I lost the keys?

Am I flyin’ too high on borrowed wings?
Am I goin’ too slow for my hungry dreams?
What kind of sickness am I takin’ in?
I better spit it out: I’m afraid to win.
I’m afraid to win
Yeah, afraid to win

Oh, just take me down
I don’t want this cloud
Oh now, hold me tight
I have to feel the ground

Have I flown to high on borrowed wings?
Am I goin’ too slow for my hungry dreams?
What kind of sickness was I taking in?
I should know by now: can’t be afraid to win
Can’t be afraid to win
No, can’t be afraid to win
I don’t wanna be afraid to win
Help me not be afraid to win

terça-feira, março 14, 2006

Razão versus Coração

Coragem. Coregem para fazeres aquilo a que te propões. Tanto tempo a sonhar, tanto tempo a projectar, a decidir cada frase, cada palavra e, quando o dia se aproxima, os pés arrefecem, as mãos tremem, o coração fraqueja e... talvez seja melhor não fazer nada, pensamos.
Depois enfurecemo-nos! Então! Deste em cobarde, agora?! Se estava decidido, estava decidido! Não há que hesitar!
Mas depois lá vem outra vez o diabinho: "Sim, mas sonhar todos sonhamos. Nos sonhos manda o coração. Quando eles se transformam em projectos, aí entra o cérebro: deves ou não fazer isto? É a razão que tem que decidir!" Pronto, é verdade. Tem de ser a razão a decidir e o que é facto é que não é muito sensato fazê-lo...
Mas o coração não dorme e continua a empurrar, a fazer força, a torcer, a sonhar. E a razão começa à procura de motivos para avançar: "O que é que tens a perder? O pior que pode acontecer é seres exposta ao ridículo... Mas também, quem é que se vai lembrar disso passados uns tempos? Tu? E então?" E o coração procura sinais: "Agora é a melhor altura!Porque é que se ia proporcionar logo na melhor altura se não fosse para ir em frente?"; "Estava tudo preparado quando isto aconteceu. É porque tem de ser!"
E, dizendo que foi uma decisão racional, acabamos por fazer uma idiotice qualquer que o nosso coração manda e que nos faz sentir no topo do mundo.
O curioso é que são normalmente as idiotices ordenadas pelo coração que se revelam as decisões mais sensatas e inteligentes das nossas vidas!

segunda-feira, março 13, 2006

You Were There

Through the loneliness of the years
And the battle against countless fears
You were there
Through the pain of delusional thoughts
And the constant threat of the “nots”
You were there

Through all the lonesome nights
And the sorrow of lost fights
You were there
Through the struggle against dream extinction
And the need for the right direction
You were there

You were there all the time
With no need for a sign
You were there through the pain
Bringing me out of the rain
You were there in the good days
Taking me where a dream lays
I know now what they say is true
I can always count on you

When happiness knocked on my door
And my feet rose above the floor
You were there
When sweet fate let me hold the keys
And snow wouldn’t bring me to my knees
You were there

When euphoria showed it’s face to me
And my wishes floated in a generous sea
You were there
When my lips were lighted with smiles
And my life was flying easy miles
You were there

You were there all the time
With no need for a sign
You were there through the pain
Bringing me out of the rain
You were there in the good days
Taking me where a dream lays
I know now what they say is true
I can always count on you

You brought me up when I was down
You made my body dance around
You put some faith where there was none
You were my friends through the darkened sun

You were there all the time
With no need for a sign
You were there through the pain
Bringing me out of the rain
You were there in the good days
Taking me where a dream lays
I know now what they say is true
I can always count on you

In all the years and miles between us
And even when I couldn’t see
You always had the right chorus
And there were times you were everything to me

You were there
No questions asked

So if I ever forget to tell you
Or fate denies me the chance
I want you to know I believe you
And the future is more than a verb tense

Loving you wasn’t a choice
But your words make my dreams last
Just keep on rockin’, boys
‘Cause you’re the best

You were there all the time
With no need for a sign
You were there through the pain
Bringing me out of the rain
You were there in the good days
Taking me where a dream lays
I know now what they say is true
I can always count on you


(Dedicada à minha banda favorita: Bon Jovi)

sexta-feira, março 10, 2006

I’ll Let Silence Fall Upon Me

Silence falls upon me
Like a shadow in the night
If time could stand still
I’d lose my life from sight

Is it good, is it bad
To let it all fly by?
I know I know nothing
When I feel like a lie

I’m lost in space
Lost in your heart
I’m lost in my life
I don’t know where to start

Everything looks perfect
When I’m next to you
All is a nightmare
If you’re not true

So I’ll let silence fall upon me
Like a shadow in the night
I’ll forget my life’s threats
If you just hold me tight


(Dedicado ao meu namorado)

quinta-feira, março 09, 2006

Aquelas Mãos

As Mãos. Aquelas mãos. Ela reconhecê-las-ia em qualquer lugar. Não conseguia parar de seguir-lhes os movimentos: a esquerda brincava com o pacote amarrotado do açúcar; a direita mexia o café energicamente com aquela mini-colher.
A colher bateu na borda da chávena duas vezes antes de ir repousar no pires. A mão esquerda largou casualmente o torturado pacote no cinzeiro e abriu-se, abandonada, sobre a mesa...
Aquelas mãos inesquecíveis. Elas, que mesmo abertas, nunca ficavam esticadas, moles ou rígidas, sem personalidade. As mãos que não eram grandes nem pequenas e que ela imaginou mil vezes junto às suas. Estavam ali. Ao alcance dos seus próprios dedos...
Ela não olhou para o rosto ao seu lado. Não precisava. Ela reconheceria aquelas mãos em qualquer lugar.
Tinha de lhe falar. Tinha de o fazer. Mas dizer o quê? Era tão inesperado tê-lo ali... ao alcance de uma olhar.
Manteve-se cabisbaixa até o café desaparecer da chávena. Até aquelas mãos colocarem algumas moedas sobre o balcão. E aquela voz! Só agora ele falava. Um “obrigado” displicente ao empregado que lhe tinha perguntado: “O costume?”. E saiu. Do café ou da sua vida?
Só agora acordava!
Será que ainda valia a pena correr?

quarta-feira, março 08, 2006

Amor

Olá, Amor
Amor distante, constante, que ainda existe.
Amor amado, calado, sonhado.
Amor que vive escondido, esquecido
caído nas garras de um conformismo gritante.
Amor louvado, banhado de olhares profundos,
frases bonitas, catitas.
Amor que definha nas barbas da paixão.
Amor que sofre como um cão sem dono
achado, quando é concretizado.
Amor que eu amo.
O próprio Amor.
Amor belo como um céu estrelado
ou um mar navegado.
Amor utópico, idealizado, não realizado.
Amor desesperado, carregado, enfatizado.
Sentido na pele,
com sabor a mel e a fel...
Mas nunca monótono, parado, conformado.
Amor verdadeiro, não profanado.
Amor amado.

terça-feira, março 07, 2006

The Angel

I was walking through the clouds
When an angel looked at me
He said: “Whatcha doin’ here tonight?”
I said: “I don’t know, but I feel free.

Can you tell me how to stand
In my own two feet?
Can you teach me how to breathe
And not having to feel sick?

Can you show me how to be
More than just another one?
Can you look into my eyes
And see more than me on the run?”

He looked at me and smile
As if what I was saying was silly
But after a moment of silence
I think what he felt was pity

Then it was my turn to laugh
‘Cause that angel was really caught
You could see it in his light eyes
That he had also once fought

So I asked him quite simply:
“Why are you here tonight?”
His answer didn’t take too long:
“Because I am through with the fight.”

And so I asked him again:
“You mean you’ve given up?”
He said: ”No, don’t be silly.
In the middle, my life was cut!

You, on the other hand,
Have so much to live for.
Just snap your fingers and go back there
‘Cause there’re a lot of goals to score.”

So I opened my eyes and I was back
Caught up in the same old chords
But another world exists
Using old Black Elk’s words

I guess now I am prepared
Not to get punched down again,
To put my fists up for the fight
Thanks to that angel above the rain.