sexta-feira, junho 30, 2006

Será que acham que vão ser jovens para sempre?!

_ Não me leve a mal… Posso pedir-lhe um favor? – Lágrimas caíam-lhe ininterruptamente pelo rosto sulcado de rugas. – Era um favo muito grande que me fazia…
A minha mãe encolheu os ombros, desarmada. Era normal aquela velhinha precisar de ajuda para levar o lixo à rua ou pedir-lhe para lhe trazer qualquer coisa da mercearia do cimo da rua…
_ Por favor… Por favor, deixe-me dormir em sua casa por uns dias! Eles vão-se embora de férias e vão-me deixar aqui sozinha! Esta noite já não dormi só a pensar nisso! Por favor! Peço-lhe!...
A minha mãe hesitou…
_ Mas… a minha casa não tem condições para a receber condignamente…
_ Eu durmo no chão! Um cobertorzinho serve… Não me deixe dormir aqui sozinha, peço-lhe!...

O que dizer a uma velhinha que chora, nos pega na mão e nos pede ajuda? Mas a questão não é esta! É claro que não vamos deixar a senhora continuar a chorar! A verdadeira questão é: como é possível alguém a fazer chorar?!
Como é que se projecta uma viagem de férias em família e se exclui a anciã da casa? Como?!!
Dá trabalho? É aborrecida? Vagarosa? O quê?! O que é que justifica isto?! Será que todos eles acham que vão ser jovens para sempre?!

quarta-feira, junho 28, 2006

"Incomodar"

Temos de lutar pelo que queremos. Sei disso. Há muito tempo. Suponho até que o tenho feito… Nas grandes coisas! Porque nas pequenas sou uma “coninhas”!
Lá está… Porque não quero “incomodar”…Eu nunca quero “incomodar” ninguém! E perco! Perco mesmo! Coisinha pequenina a coisinha pequenina, vou perdendo grandes coisas! E ninguém tem essa consideração comigo! Eu permito que toda a gente me “incomode”! …E, no fundo, somos todos assim!...
Então porque é que eu, com medo de “incomodar” as pessoas, não peço exactamente o que quero pedir, não faço exactamente o que quero fazer, não consigo exactamente o que quero conseguir???
…Isto vai ter de mudar! Ah, vai!!!

segunda-feira, junho 26, 2006

Who Says You Can't Go Home

Continuo lá. Entre o Mandarin Oriental Hyde Park Hotel, Picadilly e Earl's Court. O meu coração ainda bate por Milton Keynes. O meu pensamento fala inglês. As minhas lágrimas choram ainda.
Não sei o que fazer para voltar.
Agarro-me a cada recordação. Tudo o que possa prolongar o sonho.
"Who says you can't go home?"
A vida que me espera. A mediocridade dos dias. A eternidade das dúvidas. O adiar da concretização dos sonhos.
Eu! Eu NÃO QUERO voltar!
Para mim, o ideal seria "midnight in Chelsea"... "everyday"...

sábado, junho 24, 2006

Partilhar...

Quando era miúda tinha problemas em partilhar. Não, não tinha qualquer problema em partilhar lápis, canetas, borrachas ou bonecas. Tinha problemas em partilhar o que me ia na alma…
Não contava a ninguém as coisas que me eram verdadeiramente queridas. O que me fazia sorrir. O que me fazia chorar.
Havia várias razões para essa reserva. Duas são, no entanto, as principais: achava as minhas ideias ridículas e não gostava de “importunar” as pessoas com elas.
Fui crescendo e as vitórias foram-se tornando solitárias.
Nunca me furtei a viver, mas partilhar conquistas quando ninguém sabia o valor que lhes atribuía era ridículo.
Isso foi mudando. A idade traz sabedoria e, suponho, relações de amizade mais sólidas...
Agora partilho o que me vai na alma. As pessoas têm acesso ao que me é querido. Eu falo. Conto. Rio. Choro.
As conquistas, no entanto, continuam a ser solitárias. Não sei porquê. Muitas das “minhas coisas” continuam a ser muito minhas… (Suponho que todos somos assim…) No entanto, já consigo partilhar o sentimento de vitória e consigo que as pessoas o percebem…
Tenho o orgulho de dizer que o faço que algumas pessoas maravilhosas. E que gosto muito de as ouvir relatar as suas conquistas.
Talvez por isso me choque um pouco quando alguém aparenta ter-me ouvido, quando alguém me deu palmadinhas nas costas, pediu pormenores, me deu os parabéns, riu comigo e depois… descubro que não ouviu uma palavra do que eu disse… quando eu falava de algo basilar na minha existência… Existência essa que devia ser importante. Afinal, nunca é à toa que usamos a palavra amizade anos a fio!
É duro. Faz-me pensar que o ser humano é, na sua génese, egoísta. Importa o “eu”. O resto é informação supérflua. Não importa o quanto partilhámos antes. Talvez nem o tenhamos verdadeiramente partilhado… Talvez tenhamos aparentado uma partilha. Talvez andemos todos a iludir-nos e as nossas vitórias sejam, sempre e em qualquer circunstância, solitárias…
…Suponho que este texto deve ser também um “mea culpa”...

quinta-feira, junho 22, 2006

Nickelback

Pensei que jamais colocaria a letra de uma canção no meu blog, porque a ideia era ter sempre trabalho com ele... Escrever textos. Cuidá-los. No entanto, apaixonei-me por esta canção à primeira vista (ou "à primeira audição") e apetece-me imenso partilhá-la!

É a última canção do último álbum dos Nicelback, "All The Right Reasons".

Aproveito para dizer que eles são MUITO porreiros ao vivo! Vi dois concertos em Inglaterra e só me apeteceu convidá-los a todos para um cafézinho! Eles são tão fixes! Sabiam que estavam a actuar para um público que não era o deles e mesmo assim deram o de sempre e conquistaram-nos a todos! Foi muito bom!

Bom, cá vai a letra da canção que me povoa o espírito actualmente:

I’m through with the standing in line
to clubs we’ll never get in
It’d like the bottom of the ninth
and I’m never gonna win
This life hasn’t turned out
quite the way I want it to be

I want a brand new house
on an episode of Cribs
And a bathroom I can play baseball in
And a king size tub big enough
for ten plus me

I’ll need a credit card that’s got no limit
And big black jet with a bedroom in it
Gonna join the mile high club
At thirty-seven thousand feet

I want a new tour bus full of old guitars
My own star on Hollywood Boulevard
Somewhere between Cher and
James Dean is fine for me

I’m gonna trade this life for fortune and fame
I’d even cut my hair and change my name

‘Cause we all just wanna be big rock stars
And live in hilltop houses driving fifteen cars
The girls come easy and the drugs come cheap
We’ll all stay skinny ‘cause we just won’t eat
And we’ll hang out in the coolest bars
In the VIP with the movie stars
Every good gold digger’s gonna wind up there
Every Playboy bunny with her bleach blond hair
Hey hey I wanna be a rockstar
Hey hey I wanna be a rockstar

I wanna be great like Elvis without the tassels
Hire eight body guards that love to beat up assholes
Sign a couple autographs
So I can eat meals for free

I’m gonna dress my ass
with the latest fashion
Get a front door key to the Playboy mansion
Gonna date a centerfold that loves to
blow my money for me

I’m gonna trade this life for fortune and fame
I’d even cut my hair and change my name

‘Cause we all just wanna be big rock stars
And live in hilltop houses driving fifteen cars
The girls come easy and the drugs come cheap
We’ll all stay skinny ‘cause we just won’t eat
And we’ll hang out in the coolest bars
In the VIP with the movie stars
Every good gold digger’s gonna wind up there
Every Playboy bunny with her bleach blond hair
And we’ll hide out in the private rooms
With the latest dictionary and today’s who’s who
They’ll get you anything with that evil smile
Everybody’s got a drug dealer on speed dial
Hey hey I wanna be a rockstar
Hey hey I wanna be a rockstar

I’m gonna sing those songs
that offend the censors
Gonna pop my pills
From a pez dispenser
I’ll get washed-up singers writing all my songs
Lip sync ‘em every night so I don’t get ‘em wrong

‘Cause we all just wanna be big rock stars
And live in hilltop houses driving fifteen cars
The girls come easy and the drugs come cheap
We’ll all stay skinny ‘cause we just won’t eat
And we’ll hang out in the coolest bars
In the VIP with the movie stars
Every good gold digger’s gonna wind up there
Every Playboy bunny with her bleach blond hair
And we’ll hide out in the private rooms
With the latest dictionary and today’s who’s who
They’ll get you anything with that evil smile
Everybody’s got a drug dealer on speed dial
Hey hey I wanna be a rockstar
Hey hey I wanna be a rockstar


...Eu diria que eles conseguiram... LOL

terça-feira, junho 20, 2006

Fiz anos hoje (19 de Junho)

Esta manhã, acordei com a Maia a dizer que Gémeos estava "na casa um, com a carta do Sol" e que, por isso, eu devia "sorrir para a vida"!
Apetecia-me tudo menos sorrir para vida...
Por isso, sentei-me na mesa da cozinha e descarreguei os meus sentimentos numa folha de papel. Escrevi um texto deprimente.
Não, não tem a ver com o facto de fazer anos... Não gosto, mas suporto... E não gosto apenas pela lembrança de que o tempo está a passar e os sonhos continuam por conquistar. Ou seja, não tenho medo de envelhecer, tenho medo de não viver... É diferente.
Anyway... Escrevi um texto deprimente porque estou de ressaca emocional...
Tudo o que me aconteceu em Inglaterra: o escaldão em Milton Keynes; os dois concertos SOBERBOS que vi; ter-me perdido nos bairros problemáticos de Londres de autocarro à noite; as 500 mensagens de alerta que ouvi no Metro; ter ficado parada na linha; dormir num hotel que era uma anedota quando alguém tinha de usar o WC; a foto ao Pierce Brosnan; a molha em Hyde Park, o encontro com Jon Bon Jovi, etc… O que me aconteceu em Inglaterra é tão fantástico, tão acima de qual quer expectativa, que não dá para, de repente, voltar à terra… Não dá para voltar a esta vidinha medíocre sem um pouco de choro. Sem revolta. Sem tristeza...
Não quero acordar! Não quero! É cedo ainda! Quero dormir e sonhar mais um pouco... Ainda não consigo dizer adeus...

…E assim, sentada à minha mesa da cozinha, escrevi um longo e deprimente texto sobre a minha "existência medíocre" e a minha “recusa em abrir os olhos já”… Era esse o texto que devia colocar aqui hoje. Era esse o estado de espírito que eu acreditava ser imutável.

Mas quem tem amigos não pode garantir que não vai dar um sorriso…

Fui almoçar com um querido amigo que se lembra de mim SEMPRE neste dia. E tinha um lanche marcado com outra amiga de longuíssima data. Mas em vez de uma amiga apareceram… seis!!! Uma viajou só para estar comigo um bocadinho! Trouxeram prendas, carinho e alegria. E, de repente, a minha tristeza transformou-se em mau humor… o mau humor passou rapidamente a mero queixume… e o queixume diluiu-se em sorrisos, primeiro… depois gargalhadas… e, por fim, naquele sentimento pequenino, aconchegado, de quem está em casa aninhado, confortável… Um sentimento acolhedor e familiar que cobre de carinho tudo o que toca... Que faz esquecer os males do coração e as ressacas emocionais…

Agora já não podia publicar o texto que escrevi esta manhã. O sentimento de injustiça pela necessidade de abandonar aquele “sonho” que foi a minha vida estes dias, continua cá… Mas, de alguma forma, a minha vida parece-me menos medíocre depois desta tarde…

Obrigada, amigas.

sábado, junho 17, 2006

quinta-feira, junho 15, 2006

Voltei

Onze anos. Faz hoje onze anos desde que a vida se tornou minha. Hoje, que chego a casa de um “exorcismo”.
O momento que eu pedi…?
Suponho que o tive. Foi tudo mágico. Parecia coreografado. Desenhado só para mim…
Estou exausta. Física e psicologicamente exausta. Morta. Renascida.
Sei que a minha vida não vai mudar apenas porque fiz esta viagem. Não assim, de uma dia para o outro. Mas esta viagem deu sentido a tanta coisa… Revelou um pouco mais de mim. Deu-me coragem e confiança. E proporciono-me momentos inesquecíveis de tão absolutamente fantásticos.
Sou uma privilegiada.
Sou uma sortuda porque sei que tenho “lá em cima” alguém a olhar por mim. Só assim se explicam pequenos nadas que me devolveram sonhos e certezas.
O mundo abriu-se. E eu entrei. E o mundo é simples. Eu sei “tomar conta dele”. Pelo menos do meu mundo. Sei direccioná-lo, vivê-lo, doseá-lo.
Sei que mais dias como estes e mais viagens virão. Só tenho pena de ter de esperar.
Não sei se estou completamente feliz porque TUDO superou as minhas expectativas, se estou profundamente triste porque acabou.
Quando acordar deste sonho saberei…


PS - Ia colocar uma foto de um dos momentos fantásticos/surpresas que tive... mas decidi manter a privacidade de toda a gente, inclusivé a minha... ;)

sexta-feira, junho 09, 2006

Estou de partida

Estou de partida para Inglaterra.
O que quero?
Um momento inesquecível. Inesquecível de bom. Inesquecível de óptimo. De perfeito.
Não quero ter cuidado com o que desejo – como diz o ditado –, porque posso especificá-lo em detalhe, com tudo de positivo.
Quero ser a princesa do conto de fadas, que caminha para o seu destino luminoso, mesmo tendo de enfrentar obstáculos. Quero que os céus me reservem, ainda que para um só momento, tudo aquilo de que me privaram até agora. Quero saber – sentir! – que também eu posso ter tudo, ainda que só uma vez…
Não quero nada de extraordinário. Sou pés na terra. Não crio grandes expectativas. Por isso, eu só quero ser surpreendida… positivamente surpreendida…
Há tanto tempo que eu não me emociono até às lágrimas com algo de bom que me tenha acontecido!... É isso que eu quero. É isso que eu procuro. Descobrir que é possível. Que ainda é possível. Que nem tudo está perdido. Que ainda há muita vida para viver. Mas mesmo! Além das palavras. Além da esperança!
Quero sentir a vida. A autêntica. A que vale a pena viver. A que muitos dizem que têm e poucos conhecem. Aquela em que eu acredito e que me tem fugido!
Quero a confirmação de que nem tudo foi em vão. De que as minhas indecisões, as minhas lágrimas, a minha recusa em resignar-me não foram em vão. Quero saber, para lá de qualquer dúvida, para onde caminho. Ou, pelo menos, de que caminho nalgum sentido…
Há onze anos, a vida tornou-se minha. Foi arrancada à monotonia das certezas, à tirania do que “era suposto” eu fazer. Passou a ser um livro em branco, em que a autora era eu... Num momento. Numa noite.
Pois bem, agora que o prefácio está escrito, reescrito, rasurado, eu procuro a linha condutora da obra. Eu preciso de começar a escrevê-la. Eu tenho de começar a escrevê-la! Estou cansada de esperar, de procurar, de duvidar. Eu tenho de começar a escrevê-la!
Para isso, preciso de voltar ao princípio. À noite, ao momento em que tudo começou. Recriá-lo. Revivê-lo. Reescrevê-lo.
Procuro, por isso, um momento perfeito. Um só. Pequeno. Mas sentido.
Investi muito nesta viagem. Mais do que dinheiro, o meu coração está empenhado nela. E não pode voltar partido. Porque então não haveria obra. Seria o fim da obra que ainda não escrevi. Porque seria o fim da minha procura, da minha esperança, da minha fé.
Um momento perfeito. Um só. Pequeno. Mas real. Sentido. Sem “mas”. Sem “se’s”. Perfeito. Um só… Para mim. Peço-o para mim. Uma só vez, eu peço-o para mim. Porque o mereço. Finalmente. Eu sei que o mereço. Eu tenho de acreditar que o mereço. E que o vou ter. Desta vez, vou tê-lo. Para que a obra comece…


PS – No fundo, eu sei que não vou encontrar nada além de uma viagem divertida… Mas não era fantástico se, uma vez na vida, eu encontrasse tudo o que procuro?...

quinta-feira, junho 08, 2006

História devida

Ontem, o programa da Antena 1 "História devida" lá apresentou uma história que eu escrevi.
Ela chama-se "O momento perfeito para o tempo parar" e podem ouvi-la no seguinte endereço:

http://multimedia.rtp.pt/index.php?prog=2145

Se puderem (e quiserem), comentem.

;)

terça-feira, junho 06, 2006

Vou ser "tia"

Vou ser tia outra vez. Digo sempre isto quando falo de uma gravidez de uma amiga.
Soube há pouco tempo que uma amiga minha está grávida.
Foi tudo menos planeado. Ela nem sabia ao certo de quanto tempo estava. Também não tem nenhuma relação estável com ninguém. Nem tão pouco condições financeiras e sociais para criar um filho.
Porquê tê-lo, então?
Nas palavras dela: “Porque seria incapaz de fazer um aborto e porque sei que posso ser uma boa mãe e vou prová-lo.”
No meu ponto de vista: Porque seria incapaz de fazer um aborto e porque tem imensas coisas a provar a si própria, inclusivamente que pode ser uma boa mãe.
Apetece-me bater-lhe.
Não, não defendo que ela faça um aborto. Essa nem sequer é uma decisão minha. Também não é pela questão moral que algumas mentes puritanas podem levantar. Tem a ver com saúde, amor-próprio e até com inteligência!
Ela devia gostar mais de si própria do que isto! Ela devia cuidar-se mais! Ela merece AMOR! Porque é que insiste em procurá-lo tão desesperadamente em cada esquina, como se não fosse digna de ele lhe bater à porta.?!!
Conheço-a tão bem que nada disto me surpreende. E é como tudo: ou se aceita ou não se aceita. E eu aceito. Aceitei e aceito. …E só posso abraçá-la e tentar ajudá-la a ser feliz…Porque mudá-la nunca consegui… nem tenho de o conseguir!
Vou, então, ver se penso nuns nomes giros para putos. E vou dar-lhe as boas vindas quando ele nascer…
Quem me dera que ele seja mais feliz do que aquela mãe ingénua e sonhadora… que em nada constitui o contrário de vivida e experiente…

domingo, junho 04, 2006

Eu sou uma mulata que toca tuba… LOL

Passo a explicar…
No momento em que escrevo estas linhas, estou na Estação do Oriente, saída do Rock in Rio a tentar esvaziar um mega-sofá insuflável da Vodafone…
O pó do Parque da Bela Vista pôs-me mulata (até choro preto!) e a porra do sofá às costas parece uma mega-tuba!
Como o sofá é laranja é impossível ele passar despercebido… É que eu e a minha amiga somos as únicas duas pessoas nesta gare povoada de jovens empoeirados a terem estes exemplares do conforto doméstico. E é fácil perceber porquê: fomos as únicas otárias o suficiente para estar na fila 3 horas com o objectivo único de obter isto… Porquê? …Pois… Não sei!!!
Anyway, sendo exemplares únicos, dão nas vistas. Imaginem só: duas miúdas mulatas (do pó!) a passarem nas portinhas das estações de metro com um sofá insuflável cor-de-laranja!... Pois é, já dá para perceber a galhofa…
O que fazer?
RIR!
Ri tanto que chorei… preto!
Agora só me falta obrigarem-me a pagar dois bilhetes no comboio. Sim, porque esta cena não esvazia!
E não me venham com conselhos! Já puxei o pipo! Já encolhi o pipo! Já apertei o pipo e já misturei as três técnicas! Não dá!!!
Assim, há que levar na brincadeira!
A minha colega diz que estou ganzada… Não, eu não fumo… Mas houve alguém (diz ela) a fumar perto de mim. ...É que eu não paro de rir!
Já sambei. Já falei com sotaque crioulo. Até já gritei por Angola! Afinal, nunca tive este “bronze”!
Eu sou uma mulata que toca tuba (para ler com sotaque!) e que vai chegar a casa às 10 hora da manhã!
Pois. Outra coisa para rir… O horário dos comboios não mostrava o "Especial" que sai de Lisboa às 4 da manhã… Ou seja, a malta só comprou bilhete para as 8 da manhã…
Sim… Falta um bocadinho (só mais de 5 horas!!!)… Daí que eu tenha sacado do bloco! (A minha amiga agradece… Pelo menos parei de dizer que “sou uma mulata que toca tuba” durante um bocado!)
Bom, até o comboio das 4 da manhã chegar e nós termos de ir fazer o “choradinho” ao revisor para nos trocar o bilhete das 8h por um das 4h (nós e os nossos inseparáveis mega-sofás… o que deve dar uma coisa digna de se ver!), vou ver se me atiro para cima deste f**** da p*** cor de laranja, a ver se ela afrouxa!... Mas, nas minhas mãos… é difícil… LOL


PS - Acabou por correr tudo bem: esvaziei o sofá ao fim de horas de tentativas frustradas e conseguimos vir no "Especial Rock in Rio" das 4h. Esta mulata chegou a casa às 6 e meia da manhã... Já agora, para as pessoas que um dia se virem com um mega-sofá insuflável cor-de-laranja nas mãos e quiserem esvaziá-lo, experiementem apertar o pipo mesmo "na cabecinha" (salvo seja...)... Resulta. :)

quinta-feira, junho 01, 2006

A ausência de um plano...

Alguém sabe para onde está a caminhar? Quero dizer, será que há pessoas que traçam um plano para a sua vida e, com mais ou menos percalços, conseguem cumpri-lo?
A minha maior sombra sempre foi não saber por o que lutar… Eu sei que consigo lutar e, quando o faço, por norma, chego a bom porto… Só não sei por o que lutar. Dizendo de outra forma: não sei o que quero.
Normalmente, sei o que não quero. E isso trouxe-me até aqui, sã e salva, de corpo, mente e espírito. Mas a verdade é que sempre me faltaram objectivos.
Fui para Comunicação porque não queria ir para mais nada. Fiquei em Coimbra porque os meus pais não me podiam financiar em mais lado nenhum. Tirei um curso superior (dois!) porque é isso que os conimbricenses fazem e eu também não sabia o que fazer em alternativa. Fui jornalista porque foi para isso que tirei aquele curso. Bati com a cabeça, como qualquer pessoa no primeiro emprego. Voltei à escola. Fui Relações Públicas porque estudei para isso. Depois tive saudades do jornalismo. OK, voltei a ser jornalista…
A verdade é que não me dei assim tão mal. Mas também tenho consciência de que não atingi a totalidade do meu potencial.
É que toda a gente me diz que tenho “muito potencial”… Mas, let’s face it, potencial?! O que é isso de potencial? Aos 27 anos? …Aos 27 ou concretizas ou estás f****a!!! Potencial tem-se aos 13, 16, vá, 18. A partir daí, ou fazes algo e, de facto, provas o que vales, ou não vales nada!
E cá está! Esta é a minha sombra. Eu sei que posso fazer. TUDO! Só não sei o que quero fazer!
Na verdade, o que me apetece mesmo é arranjar um emprego com uma banda, a enrolar cabos, e correr o mundo! Passar noites em branco e escrever sobre elas! Isto é o que me apetece!
Teenage dream…
Talvez eu seja ainda uma adolescente. Ou talvez eu seja uma adulta com sonhos de adolescente, maluqueiras de adolescente, manias de adolescente por concretizar. Ou talvez eu nunca vá deixar de ser adolescente e de sonhar sonhos de adolescente e esse seja o meu trunfo!
O que é certo é que a minha “so-called” indecisão me levou a trilhar caminhos longos e variados… e até fascinantes…
Talvez eu deva ser indecisa. Talvez ser indecisa seja a melhor coisa que me podia ter acontecido.
Eu não quero chegar ao Inverno da minha vida (porque eu estou segura de que vou chegar ao Inverno da minha vida e vou ser uma velha “gaiteira”!), olhar para trás e descobrir que não vivi. Isso, eu não suportaria! Mas aprece-me que a minha “indecisão”, sob esse ponto de vista, me tem mantido no bom caminho…
Além disso, como disse um dia Joe Elliot (vocalista dos Def Leppard): “Os planos são feitos para dar merda!” ;)