quinta-feira, novembro 19, 2009

Roma 2009 (9)






O último dia na cidade eterna não teve sabor a despedida. Roma parecia-nos incontornável e, portanto, iríamos, sem dúvida, voltar. A nossa juventude garante-o e, na dúvida, garante-o também as moedas que atirámos à Fontana di Trevi.
E foi à Fontana di Trevi que nos dirigimos assim que concluímos o check out. O meu gajo queria porque queria voltar ao restaurante onde tínhamos almoçado no célebre dia em que dei cabo dos meus óculos de sol e, portanto, foi lá que fomos almoçar na nossa última refeição pelas terras dos imperadores. “L’Allegro Pachino” deve ter o melhor serviço da cidade eterna, já que, mais uma vez, fomos recebidos com sorrisos e a comida demorou pouco a chegar à mesa. Delicioso o meu ravioli com spinaci e ricotta.
Depois de almoço fizemos o périplo dos souvenirs. Aquela é a zona ideal para encontrar copos com a cara do Papa, porta-chaves com o Coliseu ou aventais com estátuas romanas de nus. Eu, fazendo jus à fama das mulheres, já tinha comprado imensas coisas. Mas o meu gajo deixou tudo para o último dia. E não acredita que poupei mais ao comprar com calma…
Não resistimos a voltar à Piazza di Spagna, ali tão perto, e, estando lá, exigi percorrer novamente a Via Condotti, de cujas fotos tinham sido escassas.
Sempre a correr (o meu gajo é um stressado), apanhámos o metro de volta à zona do Vaticano e depois o autocarro até ao hotel. Pedimos as malas e tentámos encaixar as novas aquisições na bagagem já apertada. Foi difícil, mas aconteceu…
Despedimo-nos do hotel e ainda tivemos tempo para ir beber um café no botequim do lado enquanto esperávamos pelo nosso chiquíssimo serviço transfer VIP. Sim, porque pagámos 50 euros por um transporte privado para o aeroporto! E porquê? Porque os transferes do hotel estavam esgotados. Aparentemente tínhamos de os ter reservado logo à chegada. Obviamente, havia um outro serviço recomendado pelo Grand Hotel Tibério, mas o recepcionista da noite anterior “esqueceu-se” de o referir proporcionando ao meu gajo uma noite em claro!
Era quase meia-noite do dia anterior e nós estávamos a ligar a todos os serviços de táxis que havia nos guias. Nenhum atendeu. O meu gajo, passado, não acreditava que o hotel pudesse resolver o nosso problema. Eu, mau feitio, garantia-lhe que num hotel de quatro estrelas, aquele problema iria ficar resolvido na manhã seguinte. E assim foi. O hotel recomendou-nos um serviço. O serviço “de limusinas” (como lhe chamavam) custava 50 euros para transportar alguém para o aeroporto, quer leva-se duas pessoas ou cinco. Levava duas. Fomos de Mercedes para o aeroporto. Mas no banco de trás e com motorista privado!
O motorista - vestido de fatinho cinza e sapato preto pontiagudo - era suíço! Quando ouviu dizer que éramos de Portugal começou logo a falar de todos os amigos portugueses que tinha na Suiça! “Os Oliveira. Os Martins. O José. Há sempre um José!”, tagarelava. Demos-lhe corda, mais para esquecer a estrada – ele conduzi como um italiano! – do que por acharmos a conversa interessante. Com telefonemas e algumas apitadelas pelo meio, o homem fez questão de nos levar à porta de embarque da TAP e lá nos deixou, sãos e salvos, no Leonardo DaVinci.
Seguiram-se cerca de três horas de espera (da próxima vez mato o meu gajo e o seu medo de perder o voo!). Dramas de aeroporto, portas de embarque, terminal minúsculo e um voo fabuloso até Lisboa, coroado com uma aterragem ao cair da noite. Estava tudo a correr bem até o piloto resolver fazer corta mato até ao aeroporto e, em vez de vermos o Cristo Rei do lado certo, mergulhámos na cidade de supetão. Correu tudo bem, mas não desejo aquela aterragem atrevida a ninguém!
Malas, táxi, Expresso, Coimbra, cama. THE END!

1 comentário:

Boop disse...

Estive lá há +/- 2 anos.
Senti-me em casa.
Será porque a luz, a arquitectura, as pessoas me fazem lembrar Lisboa?

;)