Irrita-me. Irrita-me solenemente aquele hábito português e, em particular, coimbrinha de que tudo está mal. Tudo. Mal.
Chegas a algum lado e já vais com cara de mordomo inglês que tem de limpar caca do rabinho do bebé porque a ama faltou. Narizinho esticado, sobrancelhas franzidas, olhar altaneiro e de esguelha. Não é precisa nenhuma provocação para pores defeitos em TUDO. É porque está chover. É porque está frio. É porque está quente. É porque tem a cor errada. É porque não foi rápido. Ou não foi lento. Ou não esteve perfeito. Ou, basicamente, porque não está nem NUNCA estará ao teu nível!!!
E se te dá para falares de alguém? Uuuii! Isso é que é destilar veneno! E não, não é o habitual “cortar na casaca” tão necessário à sobrevivência mental e que alimenta o mundo. Não! É mauzinho. É perverso. Solemnly twisted. Cheio de palavras caras e justificativas intelectualóides que levam os outros a pensar que estás cheio de razão quando estás apenas a reagir ao garfo que tens espetado no rabo e que te obriga a andar tão direitinho e com uma terrível dor de corno por não teres coragem de fazer igual ao que criticas…
CHIÇA!!! Merda para tanta paneleirice! Fosga-se!
Estou fartinha de snobezinhos da treta! Mesmo!
E o pior? O pior é que é uma praga vastíssima. Vastíssima! Às vezes até dou por mim a fazer parte dela!!!
Cruzes canhoto! Acho que vou à Bruxa buscar uma mezinha que me livre disto de vez!...
quinta-feira, julho 31, 2008
quinta-feira, julho 24, 2008
Vermelho vivo…
Hoje acordei e vesti-me de vermelho. Dei outra oportunidade aos sapatos altos que me mordem os pés e trouxe todos os meus amuletos da sorte.
Ontem chorei até adormecer, como em tantas outras noites deste que devia ser o meu ano mas que me está a beber todas as energias.
Por isso hoje vesti-me de vermelho vivo e saí de saltos altos.
Queria sentir-me bem, forte e feminina, já que por dentro perco tantas vezes este sentimento tão essencial que é estar em harmonia com a própria pele.
Não sei se resultou ou se quando tirar os olhos do computador e voltar as costas ao escritório e as tarefas do dia volto a perder o tom vermelho vivo que procurei para pintar a alma…
Ontem chorei até adormecer, como em tantas outras noites deste que devia ser o meu ano mas que me está a beber todas as energias.
Por isso hoje vesti-me de vermelho vivo e saí de saltos altos.
Queria sentir-me bem, forte e feminina, já que por dentro perco tantas vezes este sentimento tão essencial que é estar em harmonia com a própria pele.
Não sei se resultou ou se quando tirar os olhos do computador e voltar as costas ao escritório e as tarefas do dia volto a perder o tom vermelho vivo que procurei para pintar a alma…
quinta-feira, julho 17, 2008
Às das estradas…
Ando totalmente concentrada na condução!
Já terminei as aulas de reciclagem, mas quando peguei no meu “vermelhinho”, que, ao contrário do leve Corsa da instrução é um carro nervoso a gasolina, senti-me uma perfeita idiota!
Chorei, esperneei, gritei! Pus a hipótese de não voltar a casa para não ter de responder ao “Então?” ansioso da família. Odiei o meu gajo por ter posto um ar de pânico logo na primeira vez que o carro me “fugiu” (demasiado acelerador…).
Revi a minha vida toda, desesperada!
Não há mais dinheiro. Nem para aulas, nem para paneleirices do género. Ainda tenho de pagar o que devo aos meus pais e a vida não está para covardes. Portanto, no dia a seguir ao desespero, convenci o meu gajo a voltar a entrar no carro comigo…
Passado o primeiro momento de novo pânico, a coisa deu-se...
O carro é bruto, pronto! É como eu… Tenho de ser mais bruta com ele!
Vamos dar-nos bem… Agora sei disso.
Este é o meu processo, suponho… Embarco numa aventura, cheia de coragem. Ao primeiro sinal de adversidade ponho tudo em causa, choro, esperneio, mato-me. Depois quando acredito que o mais certo é falhar e já não existe pressão para andar para a frente, avanço e cumpro objectivos!
É a história da minha vida. E cansa…!!!
Já terminei as aulas de reciclagem, mas quando peguei no meu “vermelhinho”, que, ao contrário do leve Corsa da instrução é um carro nervoso a gasolina, senti-me uma perfeita idiota!
Chorei, esperneei, gritei! Pus a hipótese de não voltar a casa para não ter de responder ao “Então?” ansioso da família. Odiei o meu gajo por ter posto um ar de pânico logo na primeira vez que o carro me “fugiu” (demasiado acelerador…).
Revi a minha vida toda, desesperada!
Não há mais dinheiro. Nem para aulas, nem para paneleirices do género. Ainda tenho de pagar o que devo aos meus pais e a vida não está para covardes. Portanto, no dia a seguir ao desespero, convenci o meu gajo a voltar a entrar no carro comigo…
Passado o primeiro momento de novo pânico, a coisa deu-se...
O carro é bruto, pronto! É como eu… Tenho de ser mais bruta com ele!
Vamos dar-nos bem… Agora sei disso.
Este é o meu processo, suponho… Embarco numa aventura, cheia de coragem. Ao primeiro sinal de adversidade ponho tudo em causa, choro, esperneio, mato-me. Depois quando acredito que o mais certo é falhar e já não existe pressão para andar para a frente, avanço e cumpro objectivos!
É a história da minha vida. E cansa…!!!
quinta-feira, julho 10, 2008
Roller coaster
Estou na antecâmara do desfalecimento… Nas vésperas do suspiro de alívio. Antevejo já o dia da libertação!... Os dia em que os “pendentes” ficam, FINALMENTE, resolvidos!
Ainda faltam algumas “coisicas” para chegar “ao fim”. Mas os projectos “monstruosos” estão na recta final e eu já começo a consiguir respirar…
Já chorei. Chorei muito. Deitada à beira-mar pela primeira vez este ano, libertei o que me ia na alma até começar a dizer baboseiras incompreensíveis desenterradas sabe-se lá de onde da minha alma. Fiquei com os olhos empapados e o rosto com uma nuvem de tristeza. Mas deixei de ver aquele fantasma encovado que me olhava no espelho. Agora, embora cansada, vejo-me a mim.
Sou uma sortuda. A vida dá-me coisas lindas. E eu - como gaja que sou, como portuguesa que sou, como parva que sou - estrago. Encontro pó e cinzas onde há brilho e cor.
Mas estou a começar a ver, lá bem ao fundo, no horizonte escondido pela luz intensa de um sol que nasce devagar, o tal brilho e a tal cor que procuro para a minha vida.
Será temporário, eu sei. Como tudo é temporário. Mas passada letargia do cansaço que está a cair sobre mim, eu sei que, pelo menos durante algum tempo – pouco! – vou sorrir para cada dia. E vou ver de novo o meu anjo protector negligenciado por entre a azáfama das minhas últimas semanas e vou agradecer-lhe por mais um mês carregadinho de histórias para contar. Histórias felizes.
Ainda faltam algumas “coisicas” para chegar “ao fim”. Mas os projectos “monstruosos” estão na recta final e eu já começo a consiguir respirar…
Já chorei. Chorei muito. Deitada à beira-mar pela primeira vez este ano, libertei o que me ia na alma até começar a dizer baboseiras incompreensíveis desenterradas sabe-se lá de onde da minha alma. Fiquei com os olhos empapados e o rosto com uma nuvem de tristeza. Mas deixei de ver aquele fantasma encovado que me olhava no espelho. Agora, embora cansada, vejo-me a mim.
Sou uma sortuda. A vida dá-me coisas lindas. E eu - como gaja que sou, como portuguesa que sou, como parva que sou - estrago. Encontro pó e cinzas onde há brilho e cor.
Mas estou a começar a ver, lá bem ao fundo, no horizonte escondido pela luz intensa de um sol que nasce devagar, o tal brilho e a tal cor que procuro para a minha vida.
Será temporário, eu sei. Como tudo é temporário. Mas passada letargia do cansaço que está a cair sobre mim, eu sei que, pelo menos durante algum tempo – pouco! – vou sorrir para cada dia. E vou ver de novo o meu anjo protector negligenciado por entre a azáfama das minhas últimas semanas e vou agradecer-lhe por mais um mês carregadinho de histórias para contar. Histórias felizes.
quinta-feira, julho 03, 2008
Quero chorar
Quero chorar e acabar com isto! Chorar mesmo! Chorar até perder a alma, para poder renascer!
Estou farta de me queixar, de não me conseguir livrar da bagagem, do que correu mal. Quero desesperar, gritar, perder a esperança, bater no fundo, para me levantar outra vez.
Esta coisa adulta de encarar as contrariedades com um encolher de ombros está a dar cabo de mim!
Não quero que a dor me seja indiferente! Não quero aceitar e andar para frente, assim, sem o reflectir, sem o perceber, sem fazer as pazes com o destino…
Não chorei ainda as maldades que vida me fez nas últimas semanas. Não consigo respirar fundo e passar à frente.
Foi isto que os 30 anos me trouxeram: uma profunda incapacidade de chorar. E, por consequência, uma postura de velha chata a queixar-se de tudo e de todos. Uma costela portuguesa elevada ao extremo pela fadiga e pelo cansaço.
Quero chorar. Chorar desesperadamente. Porque o sol brilha lá fora e o mundo está cheio de possibilidades que eu não vejo, por ter a vista turva de lascas de tragédias passadas. Quero livrar-me delas. Bate-las. Derrota-las. Esquecê-las. De vez.
P.S. – Enquanto escrevia este texto, bateram à porta do meu escritório com vista para o rio. Disseram que um cão se estava a afogar no lodo do Mondego. Liguei para os bombeiros que não sabem bem se a questão é da jurisdição deles. Na margem, ouviam-se apenas latidos desesperados, vindos do meio das canas e do lodo. Enquanto os bombeiros cruzam burocracias, corri para a outra margem para pedir ajuda ao Clube de Canoagem. No tempo que demorei a atravessar a ponte, o cão deixou de ganir. A canoagem desistiu porque nada viu nem ouviu. Aguarda-se agora um barco de um particular e uma foice para cortar as canas. O cão já não responde. E eu voltei ao escritório para não ficar na agonia da espera… E para não perder a esperança... Nem imaginar um dos companheiros, que me cumprimentam todos os dias no parque e me lambem as mãos, a sair do lodo sem vida.
Estou farta de me queixar, de não me conseguir livrar da bagagem, do que correu mal. Quero desesperar, gritar, perder a esperança, bater no fundo, para me levantar outra vez.
Esta coisa adulta de encarar as contrariedades com um encolher de ombros está a dar cabo de mim!
Não quero que a dor me seja indiferente! Não quero aceitar e andar para frente, assim, sem o reflectir, sem o perceber, sem fazer as pazes com o destino…
Não chorei ainda as maldades que vida me fez nas últimas semanas. Não consigo respirar fundo e passar à frente.
Foi isto que os 30 anos me trouxeram: uma profunda incapacidade de chorar. E, por consequência, uma postura de velha chata a queixar-se de tudo e de todos. Uma costela portuguesa elevada ao extremo pela fadiga e pelo cansaço.
Quero chorar. Chorar desesperadamente. Porque o sol brilha lá fora e o mundo está cheio de possibilidades que eu não vejo, por ter a vista turva de lascas de tragédias passadas. Quero livrar-me delas. Bate-las. Derrota-las. Esquecê-las. De vez.
P.S. – Enquanto escrevia este texto, bateram à porta do meu escritório com vista para o rio. Disseram que um cão se estava a afogar no lodo do Mondego. Liguei para os bombeiros que não sabem bem se a questão é da jurisdição deles. Na margem, ouviam-se apenas latidos desesperados, vindos do meio das canas e do lodo. Enquanto os bombeiros cruzam burocracias, corri para a outra margem para pedir ajuda ao Clube de Canoagem. No tempo que demorei a atravessar a ponte, o cão deixou de ganir. A canoagem desistiu porque nada viu nem ouviu. Aguarda-se agora um barco de um particular e uma foice para cortar as canas. O cão já não responde. E eu voltei ao escritório para não ficar na agonia da espera… E para não perder a esperança... Nem imaginar um dos companheiros, que me cumprimentam todos os dias no parque e me lambem as mãos, a sair do lodo sem vida.
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