Na minha cabeça, naquela Quarta-feira, eu já fazia o count-down. O dia seguinte, era o dia da partida…
Tínhamos vários imperativos antes de deixar Londres: ir à Tate Britain, à Virgin, ao teatro e comprar chocolates no Harrods para oferecer à Eileen, a “santa” que me ajudou a encontrar a mala. Havia ainda a possibilidade de nos encontrarmos com um amigo meu, que trabalhava em Oxford, mas que tinha prometido vir ver-me naquele dia. Era um programa ambicioso, mas olhando para os itinerários dos dias anteriores… era possível!
Tínhamos vários imperativos antes de deixar Londres: ir à Tate Britain, à Virgin, ao teatro e comprar chocolates no Harrods para oferecer à Eileen, a “santa” que me ajudou a encontrar a mala. Havia ainda a possibilidade de nos encontrarmos com um amigo meu, que trabalhava em Oxford, mas que tinha prometido vir ver-me naquele dia. Era um programa ambicioso, mas olhando para os itinerários dos dias anteriores… era possível!
Começámos pelo puro turismo: Tate Britain.
É um colossal museu de pintura. Sabemos agora que o Tate Modern é um bocadinho mais divertido. (Dizem!) Mas, mesmo com a aversão que tenho a estar fechada no mesmo espaço durante muito tempo, consegui passar QUATRO HORAS dentro da Tate Britain!!! A ver pintura!!! Não sei se é mérito do museu, se dos pintores, se da minha paciência. Mas estive quatro horas a olhar para quadros! E vi alguns fabulosos. Também vi aqueles que me fazem sentir gozada: precisamente os de arte moderna…
Saímos do museu tardíssimo.
Às sete e meia devíamos estar em Tottenham para ver o musical “We Will Rock You” no Dominium Theatre. Por isso, entre todas as escolhas possíveis, tomámos difícil decisão de “correr” até ao Harrods para comprar os chocolates à Eillen e deixá-los em Victoria, o local onde se situa o escritório dos autocarros Greenline onde ela trabalha.
Assim fizemos, em tempo recorde.
Voltámos a Earl’s Court para comer e mudar de roupa. E conseguimos estar em Tottenham bem antes da hora marcada. Ainda deu para, finalmente, irmos tomar um café a uma das lojas Starbucks, que infestam Londres como uma praga. Até há um Starbucks numa igreja!!!
O meu “amigo inglês” ligou-me antes da peça. Vinha no comboio oriundo de Oxford e queria confirmar o jantar. Combinámos encontrar-nos à porta do teatro no fim da peça.
Ver um musical em Londres faz parte do misticismo da cidade. E agora percebo porquê.
Mais uma vez, não consegui reprimir o sentimento de que andamos todos a brincar deste lado da Europa. Brincamos ao futebol… E brincamos ao teatro. Ali, o bilhete é caro, mas o espectador “leva com” um espectáculo brutal!
Tudo é bom: os actores, a história, o cenário, o guarda-roupa, o som, tudo. Deslumbrante. Emotivo. Bem conseguido. Apoteótico! Fantástico!
A história do “We Will Rock You” exulta o rock e os Queen em particular (não podia estar mais “na minha praia”), mas qualquer pessoa que ali entre não pode deixar de se sentir identificada com aquelas personagens futuristas, pouco ortodoxas e prisioneiras do “establishment”. Era impossível não rir ou não chorar exactamente nos pontos previstos pelo hábil autor. Fui manipulada com mestria. E adorei!
Para tugas como nós, o programa tinha um aliciante extra: o under-study da personagem principal é um actor português! Ricardo Afonso passou pelo teatro Aberto e pelo Politeama. Este é a sua estreia no West End. E que grande estreia!!!
Depois de rir e chorar com as aventuras de Galileo e Scaramouche, dirigimo-nos a Picadilly para jantar com o Moji.
O meu amigo é um jovem iraniano que viveu em Londres cinco anos antes de se mudar (temporariamente, diz ele) para Oxford. Conheci-o numa longa noite ao relento em Milton Keynes, quando ambos esperávamos por um mega-concerto dos Bon Jovi. Foi há um ano e, à custa de sms’s, cartas, e-mails e telefonemas, rapidamente o Moji se tornou num querido amigo. Eu não poderia passar por Inglaterra sem o ver.
A prosa soube melhor do que o jantar. Falámos de música e honestidade, de expectativas e frustrações, numa conversa que ficou a meio, como ficam sempre aquelas que são francas e ambicionadas. Foi MUITO bom ver o Moji e adorei o facto que ele e o meu namorado se terem dado bem. Já tenho saudades da sinceridade do olhar do meu jovem amigo e da sua voz despretensiosa e característica.
É tão agradável encontrar almas compatíveis e perceber que não estamos sós quando nos sentimos deslocados no mundo. A Galileo Scaramouche, Britney e Robbie da peça juntaram-se mais três nomes no mundo dos revoltados: os nossos.
Já passava da meia-noite quando, por sorte e a contra gosto, nos deixaram entrar nos túneis do metro para apanhar as últimas composições. Pensávamos que o metro fechava à uma da manhã, mas enganámo-nos! Íamos ficando em terra… o que em Londres… à noite… é MUITO grave…
Todos chegámos são e salvos “a casa”. Mas, para mim, a noite tornou-se subitamente triste… Era altura de fazer a mala. :(
É um colossal museu de pintura. Sabemos agora que o Tate Modern é um bocadinho mais divertido. (Dizem!) Mas, mesmo com a aversão que tenho a estar fechada no mesmo espaço durante muito tempo, consegui passar QUATRO HORAS dentro da Tate Britain!!! A ver pintura!!! Não sei se é mérito do museu, se dos pintores, se da minha paciência. Mas estive quatro horas a olhar para quadros! E vi alguns fabulosos. Também vi aqueles que me fazem sentir gozada: precisamente os de arte moderna…
Saímos do museu tardíssimo.
Às sete e meia devíamos estar em Tottenham para ver o musical “We Will Rock You” no Dominium Theatre. Por isso, entre todas as escolhas possíveis, tomámos difícil decisão de “correr” até ao Harrods para comprar os chocolates à Eillen e deixá-los em Victoria, o local onde se situa o escritório dos autocarros Greenline onde ela trabalha.
Assim fizemos, em tempo recorde.
Voltámos a Earl’s Court para comer e mudar de roupa. E conseguimos estar em Tottenham bem antes da hora marcada. Ainda deu para, finalmente, irmos tomar um café a uma das lojas Starbucks, que infestam Londres como uma praga. Até há um Starbucks numa igreja!!!
O meu “amigo inglês” ligou-me antes da peça. Vinha no comboio oriundo de Oxford e queria confirmar o jantar. Combinámos encontrar-nos à porta do teatro no fim da peça.
Ver um musical em Londres faz parte do misticismo da cidade. E agora percebo porquê.
Mais uma vez, não consegui reprimir o sentimento de que andamos todos a brincar deste lado da Europa. Brincamos ao futebol… E brincamos ao teatro. Ali, o bilhete é caro, mas o espectador “leva com” um espectáculo brutal!
Tudo é bom: os actores, a história, o cenário, o guarda-roupa, o som, tudo. Deslumbrante. Emotivo. Bem conseguido. Apoteótico! Fantástico!
A história do “We Will Rock You” exulta o rock e os Queen em particular (não podia estar mais “na minha praia”), mas qualquer pessoa que ali entre não pode deixar de se sentir identificada com aquelas personagens futuristas, pouco ortodoxas e prisioneiras do “establishment”. Era impossível não rir ou não chorar exactamente nos pontos previstos pelo hábil autor. Fui manipulada com mestria. E adorei!
Para tugas como nós, o programa tinha um aliciante extra: o under-study da personagem principal é um actor português! Ricardo Afonso passou pelo teatro Aberto e pelo Politeama. Este é a sua estreia no West End. E que grande estreia!!!
Depois de rir e chorar com as aventuras de Galileo e Scaramouche, dirigimo-nos a Picadilly para jantar com o Moji.
O meu amigo é um jovem iraniano que viveu em Londres cinco anos antes de se mudar (temporariamente, diz ele) para Oxford. Conheci-o numa longa noite ao relento em Milton Keynes, quando ambos esperávamos por um mega-concerto dos Bon Jovi. Foi há um ano e, à custa de sms’s, cartas, e-mails e telefonemas, rapidamente o Moji se tornou num querido amigo. Eu não poderia passar por Inglaterra sem o ver.
A prosa soube melhor do que o jantar. Falámos de música e honestidade, de expectativas e frustrações, numa conversa que ficou a meio, como ficam sempre aquelas que são francas e ambicionadas. Foi MUITO bom ver o Moji e adorei o facto que ele e o meu namorado se terem dado bem. Já tenho saudades da sinceridade do olhar do meu jovem amigo e da sua voz despretensiosa e característica.
É tão agradável encontrar almas compatíveis e perceber que não estamos sós quando nos sentimos deslocados no mundo. A Galileo Scaramouche, Britney e Robbie da peça juntaram-se mais três nomes no mundo dos revoltados: os nossos.
Já passava da meia-noite quando, por sorte e a contra gosto, nos deixaram entrar nos túneis do metro para apanhar as últimas composições. Pensávamos que o metro fechava à uma da manhã, mas enganámo-nos! Íamos ficando em terra… o que em Londres… à noite… é MUITO grave…
Todos chegámos são e salvos “a casa”. Mas, para mim, a noite tornou-se subitamente triste… Era altura de fazer a mala. :(
No dia seguinte, só tivemos tempo de ir a Picadilly gastar “uma pipa de massa” em livros e CD's à Virgin Megastore e à HMV. Depois apanhámos o comboio para Luton e, lutando com malas, transfers e bagagem pouco ortodoxa, conseguimos meter-nos no avião.
Em Lisboa, a nossas malas foram as primeiras a sair na passadeira rolante e chegámos a Coimbra em tempo recorde, sempre em transportes públicos.
Cheguei da “minha terra prometida” à minha cidade natal para mudar de vida.
Uma semana depois, a minha existência tinha dado uma cambalhota brutal.
O que dizer?...
…Londres faz-me bem!... :)
17 comentários:
Ola!
Obrigado pela tua visita. Vim dizer-te que eu nao sou reporter! Eu brinco com o facto, e me auto-intitulo isso, exactamente porque acho que escrevo muito mal.
Estou 'a rasca com um prazo e por isso isto e' visitinha de medico e nao tenho tempo para te ler, mas volto em breve quando puder!
Beijo
Ola gk,
Bela crónica de viagem a Inglaterra, da qual eu só conheço Londres e ainda uma primeira vez.
Prometi a mim mesmo ter tempo para lá voltar em vez de uma semana, tem de ser 15 dias.
A tua façanha do recebimento da mala no aeroporto de Lisboa ter sido a primeira, faz-me lembrar a minha recente viagem a Itália que quando regressámos foi no dia de greve no Aeroporto de Lisboa.
Ora em tempo normal eu estou sempre à espera da mala, depois de virem as primeiras, quase sempre vinte minutos. Não é que nesse dia foi a minha mala a primeira a aparecer na passadeira. Recebi uma ovação daquela malta toda que estava à espera. Foi milagre não ter ficado sem a mala, nessa altura em que desapareciam 400 malas por dia no nosso "queridinho" aeroporto de Lisboa.
Beijinhos
Para a próxima há que reservar bilhete para o Rei Leão, no Lyceum Theater. É o melhor que vi e já conto com alguns.
Vou linkar ese blogue pois mais vael tarde que nunca.
Um abraço.
Ia mandar vir contigo por causa de continuares com Londres, mas a segunda fotografia fez-te ganhar mais algum tempo... ;)
fez-te bem...
e beija-se em público?
jajajaja
beija, mas não aí no café junto à ponte santa clara, que me falha o nome, pois é proibido
jaja
abrazo europeo
Sim,quero ver fotos!!
A velhinha da fota é duma aldeia chamada Janeiro de Cima.Infelizmente não vi viva alma no Talasnal.
Tens toda a razão em dizeres que a serra è linda.
Bjs e boa semana.
Agora é tempo de pensar na 3ª ida a Londres, não? Se te faz assim tão bem...volta lá quando puderes. Ah...e nós cá ficamos á espera do relatório da viagem. Deixa-me dizer que adorei todos estes posts acerca da tua viagem. Conseguiste mesmo transmitir todos os sentimentos que "captaste" durante os dias que lá estiveste. E vê-se que esses sentimentos e memórias são muito importantes para ti. "Londres faz-me bem!" Esta frase diz tudo!
Beiinhos
olha, um bjinhoooooooooooo! :)
Fico contente em saber que aquela aldeia tão linda não está totalmente abandonada.
Agradeço desde já as fotos.
Podes enviar para gataverde01@gmail.com
beijocas
Venho convidar-te a brindar comigo amanhã 18/10... É dia de festa lá no meu cantinho...
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*´¨) мιℓ вєιנoѕ♥*♥
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Very Nice GK!
Estive com a Mara e ela manda beijinhos (sim, o mundo é mesmo pequeno :)
Ervi
Bom fds!
Quando é que lanças mais fotos dessa cidade maravilhosa?
amiga
não tenho palavras pra t descrever
vives-t um sonho k muitos como eu passam talvez uma vida até os concretizar
momentos muito belos
beijo daki*
O programa foi intenso...
As tuas crónicas, já o disse, são perfeitas (quase se viaja contigo...).
E até as fotos são boas.
Gostava de te ver a fazer reportagem profissional (acho que te darias bem em vários géneros, até de guerra).
Boa semana, beijinhos.
Pois, Pepe
Eu fui para Londres três dias depois da greve no aeroporto e vi como um milagre receber a mala em Luton... Só que depois perdi-a já em terra! LOL
Gata Verde:
infelizmente, acabou o meu relato da viagem a Londres... :( Quem me dera ter mais para contar...
Nilson Barcelli:
Obrigada pelo simpáticos elogios.
Bj.
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