Quem vai ver os Rolling Stones comece a habituar-se a levar um bloco de notas, porque vai à escola. Eles são os mestres! Os sábios. A origem de tudo o que se conhece e admira.
Desta vez a aula começou com “Jumpin Jack Flash”, passou pelos os clássicos e mais músicas novas (como o slogan da rádio), parou no “Simpathy For the Devil” para aturdida contemplação, saltou e gritou com o “Star Me Up” e explodiu com o hino “Satisfaction”!
Podia falar do estado de conservação de Mick Jagger… mas é inútil. Fico-me por um desejo: quando tiver 60 anos quero ser o Mick, mas em gaja! Podia falar da mestria na guitarra do irrepreensível senhor Richards… mas seria redundante. Podia referir o palco, que se desloca e que não tem descrição possível de tão extraordinário que é… mas tudo já foi dito. Podia mencionar a pirotecnia e os efeitos visuais, dando como exemplo o brutal “Simpathy For The Devil”… mas só visto.
O estádio cheio. O cansaço que aparentemente só não afectou quem estava em palco. A boca aberta a cada hino…
Se quisesse armar-me em crítica dura, podia falar do doloroso que foi ouvir Richards cantar. Mas não foi assim tão doloroso, pelo enorme respeito e carinho que lhe tenho. Ou diria que o espectáculo é tão ensaiado que a banda não conseguiu fazer um segundo e merecido encore, tão insistentemente pedido pelo público… E referiria que a interacção entre os membros da banda é reduzida ao mínimo… Mas tudo isso passa TÃO despercebido perante todo aquele espectáculo soberbo, que me sentiria ridícula a apontá-lo. Podia ainda pegar no facto de esta ser uma tournée chamada “A Bigger Bang”, como o álbum, mas quem lá esteve viu um best of e não a apresentação de um álbum ao vivo… Mas “This isn’t just a band, it’s the Rolling Stones”, como diz o anúncio! Não quero ouvir um álbum ao vivo, quero ouvir os Rolling Stones! E quem classifica isto de nostalgia não esteve de certeza nestes últimos concertos ou saberia que a chama está BEM viva! Ou não tivesse eu lavado “um enxerto” de quatro senhores com idade para serem meus avós!
Nunca pensei que este espectáculo pudesse ser melhor do que o que vi em Coimbra, mas foi-o. E agora já tenho de pensar duas vezes antes de subestimar os “avôzinhos do rock”, que para mim são “os mestres do rock”.
…Quem vai ver os Rolling Stones vai à escola! Eles são os sábios. Os senhores. A fonte. A origem.
Obrigada, queridos senhores Jagger, Richards, Wood e Watts, por tudo o que me proporcionaram… seja presencialmente, seja pelo quanto influenciaram as bandas que amo. Aprendi a gostar de vocês, precisamente porque são a inspiração de quem a mim me inspira. Mas, após dois concertos soberbos, tenho de me render às evidências: Tudo o que vi até hoje (e já vi e gostei de MUUUUUIIIITO) são brincadeiras de crianças comparadas com o que vocês sabem fazer. Parabéns. E long live the Rolling Stones!!!
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15 comentários:
tambem les desejo isso e muito mais...para ti...
Pela forma como descreves, cada palavra, cada... tudo.... nota-se que foi mesmo uma alegria, um bom concerto!!
Subscrevo os votos para «eles»!!
Boa Semana!!
Beijo
Confesso que não me importava nada de também ter assistido a esse concerto!
Quanto ao meu texto, penso que a sua compreensão não é o seu objectivo, se bem que foi tudo escrito assim, como sai, sem pensar muito. Gosto de me deixar levar pelas palavras!
:)
Bons dias!
Se quiseres, podes ver a resposta que deixei ao teu comentário no diário :)
Nunca vi os Rolling Stones ao vivo, mas são grandes senhores realmente. Têm muita energia, e um estilo muito próprio. Realmente são uns mestres nesta área.
Um beijinho, João
P.S. Estou a ponderar seriamente no teu desafio... :)
Não passou de um sonho o que vivi.
Mas ainda assim, foi bom.
Grande beijo
deixo-te apemas um beijo e votos de um bom feriado.
Aproveito para agradecer as tuas visitas e os teus comentários no blog que partilho com o John.
Hmmmm....
Os Rolling Stones foram, de facto, uma banda fantástica. Continuam a ser grandes mas, na verdade, nunca foram os maiores. Senão vejamos...
Apareceram depois dos Beatles e nunca conseguiram aproximar-se destes nem em vendas, nem em concertos!
Mantiveram sempre o mesmo estilo, é um facto, mas estão longe da mestria dos U2 tanto musicalmente como nas letras.
São bons, melhores que um Tony Carreira que enche estádios em Portugal...(fora ele americano...), têm graça pela longevidade e espírito que mantêm, que embora não seja de grupo é-o de jovialidade. A eterna recusa em envelhecer.
Mas dizer que eles são o início de tudo? Desculpa, pior só na igreja Maná... LOL
Enfim, compreendo-te. Fechada em Coimbra, cidade onde passei a meninice, ir ao Porto só pode ter sido deslumbramento num tórrido Agosto a pedir, no mínimo, por Algarve.
Desejo-te melhor, sei lá, uma ida a Londres para ouvires em bares bandas de culto. Aqui uso culto para cultura e não para devoção.
A picardia foi minha... mas a ingenuidade foi tua! :P
Beijos, hei-de voltar de luvas!
Querido João Mãos de Tesoura:
O primeiro impulso foi zangar-me... Mas não vale a pena. LOL
Já fui a Londres, a Lisboa, ao Porto, etc, etc, etc, ver concertos... Pelo que não "estou fechada em Coimbra"... E nem Coimbra é uma prisão, nem o Porto é um deslumbramento. Definitivamente.
Também não sou militante de qualquer religião, por isso permito a todos a sua opinião e respeito-a. Desejo-te apenas que saibas fazer o mesmo um dia.
Bjs.
querida GK, vejo-te numa troca acessa de opinião, mas deixa-me que te diga que para mim TU é que és a maior.....vens?
Bom é inevitavel não sorrir qundo leio como tu descreves o concerto.
Fico feliz que tenhas adorado
um beijo
GK agradeço a tua visita e o teu comentário.
Intimidade, cumplicidade e felicidade… foi um caminho com vista para as mais belas paisagens que o mundo do amor nos pode oferecer…, depois… a escuridão cegou aqueles olhos, que apenas conseguiram ver a transparência das suas próprias lágrimas… tristeza...
Again: "jamais" é TANTO tempo...
”E o que se tornou pó…JAMAIS voltará a ser corpo…”
Se ao longo do texto me referi ao pó enquanto corpo físico de duas personagens, aqui termino referindo-me ao AMOR
“E no pó que o AMOR se tornou, NUNCA (jamais) voltará a fazer parte daqueles corpos físicos” (pois nem tudo o que se perde é recuperável…)
“Jamais” não é apenas TANTO tempo, “Jamais” (por vontade própria) é NUNCA MAIS. Nunca mais (jamais), mesmo que uma das partes continue a amar, porque este é um verbo que não se pode conjugar sem ser a dois…
Pode parecer drástico, mas não deixa de expressar a verdade sentida, presente na expressão.
Beijos
Olá...
Obrigado por ter visitado o "Segredo Secreto Oculto"... e... comentado meu post...
Aqui (Brasil)... também teve um super show com esses dinossauros do rock... e... foi... sensacional!!!
Beijos...
:)
nada como experiências esmagadoramente positivas!
Não sou grande fã dos Stones, confesso. Mas admiro-os profundamente e são uns ícones da música. E depois do teu texto até fiquei com uma vontadinha de lá dar um salto. Mas estava de férias...
Bjs
Eugénio Rodrigues
Obrigada a todos pelos comentários. Volto a recomendar vivamente um concerto dos Rolling Stones. Arrisco-me a reafirmar que eles são os avós do rock; os pais das digressões; a origem da indústria como a conhecemos.
Tentei pôr fotos, mas não consegui... :(
Bjs.
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