Já ando com aquele friozinho na barriga, aqueles arrepios no estômago. Acordo a sorrir sem razão aparente. É uma espécie de inebriamento parecido com aquele sentimento de paixão a nascer que toma conta de mim por saber que Sábado volto a partir à aventura.
Mal posso esperar para estar com o gang outra vez. Apesar de não nos vermos há dois anos, fazemos parte da mesma família, uma família que conversa e partilha sentimentos todos os dias. Além disso, viajar e conhecer estrelas de rock são coisas que deixam marcas indeléveis, coisas que unem um grupo…
Estou louca por voltar a vê-los e por voltar a sentir agitação da chegada ao recinto, o nervoso miudinho das horas que antecedem um concerto, a azáfama natural de quem prepara um grande espectáculo…
E desta vez estamos preparados. A “nossa” banda vem a Portugal ao fim de 13 anos e vai sentir que esperámos por ela! Vai sentir-se em casa. Fizemos por isso. Estamos mais unidos do que nunca com um único objectivo em mente: fazer daquela noite especial.
Vamos conseguir.
E por isso ando com os passos uns três centímetros acima do chão. Adoro este sentimento: o de regressar a casa ao fim de um longo período de luta intensa.
quinta-feira, maio 29, 2008
sexta-feira, maio 23, 2008
Numa manhã rotineira...
Numa destas manhãs, estava eu na minha vidinha normal, dentro do autocarro número 7, a caminho do trabalho, quando ouço uma musiquinha familiar. Um som leve e alegre, de (sei lá!) gaita-de-beiços? Um som doce que me leva directamente à minha infância ou talvez até a algum período anterior.
Numa das ruas mais movimentadas da cidade, no passeio, com a sua tradicional bicicleta, seguia o vulto sempre íntimo de um amolador.
Olhei-o, subitamente feliz, até o autocarro me fazer perder no trânsito daquela artéria, àquela hora sempre caótico. Mas, mesmo depois de os meus olhos o perderem, consegui continuar a ouvir as notas mágicas que ecoam eternamente à passagem do homem que afia facas e tesouras de porta em porta.
Não sei porque é que aquela melodia me leva directamente para um lugarzinho quente e familiar. A minha infância já não coincide com a época destes profissionais. Mas sempre que ele aparecia na minha rua, eu pedia por favor à minha mãe que arranjasse uma qualquer faca moribunda para ele afiar e para eu poder ir ter com ele e vê-lo tocar aquele estranho e aconchegante instrumento. E não era a única. Toda a rua se encontrava no largo, com facas e tesouras que já não usavam nem usariam, nos já raros dias em que por lá passava o amolador.
Não sei se será o mesmo. Não sei quantos existem em Coimbra. Julgava que nenhum. Não sei se foi necessidade ou nostalgia que o fez sair à rua naquela manhã rotineira de Terça-feira. Sei que, apesar da loucura dos dias, amanhã e depois ainda o vou recordar. E todas as vezes que passar na dita rua... Todos os dias, portanto…
Numa das ruas mais movimentadas da cidade, no passeio, com a sua tradicional bicicleta, seguia o vulto sempre íntimo de um amolador.
Olhei-o, subitamente feliz, até o autocarro me fazer perder no trânsito daquela artéria, àquela hora sempre caótico. Mas, mesmo depois de os meus olhos o perderem, consegui continuar a ouvir as notas mágicas que ecoam eternamente à passagem do homem que afia facas e tesouras de porta em porta.
Não sei porque é que aquela melodia me leva directamente para um lugarzinho quente e familiar. A minha infância já não coincide com a época destes profissionais. Mas sempre que ele aparecia na minha rua, eu pedia por favor à minha mãe que arranjasse uma qualquer faca moribunda para ele afiar e para eu poder ir ter com ele e vê-lo tocar aquele estranho e aconchegante instrumento. E não era a única. Toda a rua se encontrava no largo, com facas e tesouras que já não usavam nem usariam, nos já raros dias em que por lá passava o amolador.
Não sei se será o mesmo. Não sei quantos existem em Coimbra. Julgava que nenhum. Não sei se foi necessidade ou nostalgia que o fez sair à rua naquela manhã rotineira de Terça-feira. Sei que, apesar da loucura dos dias, amanhã e depois ainda o vou recordar. E todas as vezes que passar na dita rua... Todos os dias, portanto…
quinta-feira, maio 15, 2008
Countdown
Estou em pleno countdown. Cada vez que a Carolina Patrocínio aparece no ecrã com aquela energia toda eu dou um salto da cadeira e admiro-me! Faltam TÃO POUCOS dias!!!
Tenho cinco dias de idílio planeados. Rock in Rio… Avião… Barcelona… Outro concerto... E mais três dias de ócio e aventura na cidade de Gaudí!
Nem acredito!
Claro que vou andar ROTA de cansaço. Sexta trabalho. Sábado Rock in Rio. Directa na noite de Sábado para Domingo. Mais um concerto. E depois três dias de visitas e descobertas. Avião a chegar a Lisboa na noite de Quarta-feira. Trabalho às 9h da manhã de Quinta. Puff! Puff!!
…Mas vai valer a pena. I’m sure.
Objectivamente, não tenho grandes expectativas. Subjectivamente, elas são ENORMES como sempre… Essencialmente, acho que quero bom tempo, uma recordação memorável e um final para o livro que ando a escrever.
(Destaque, se calhar, para a parte do BOM TEMPOOOO!!!)
:)
Tenho cinco dias de idílio planeados. Rock in Rio… Avião… Barcelona… Outro concerto... E mais três dias de ócio e aventura na cidade de Gaudí!
Nem acredito!
Claro que vou andar ROTA de cansaço. Sexta trabalho. Sábado Rock in Rio. Directa na noite de Sábado para Domingo. Mais um concerto. E depois três dias de visitas e descobertas. Avião a chegar a Lisboa na noite de Quarta-feira. Trabalho às 9h da manhã de Quinta. Puff! Puff!!
…Mas vai valer a pena. I’m sure.
Objectivamente, não tenho grandes expectativas. Subjectivamente, elas são ENORMES como sempre… Essencialmente, acho que quero bom tempo, uma recordação memorável e um final para o livro que ando a escrever.
(Destaque, se calhar, para a parte do BOM TEMPOOOO!!!)
:)
quarta-feira, maio 07, 2008
Liberdade ou a falta dela
Há já alguns dias acompanha-me um sentimento incontornável de sufoco. Ao fim de semana, em que é suposto o corpo relaxar e a mente viajar, é ainda pior. É uma terrível noção de falta absoluta de liberdade.
Não me refiro à falta de liberdade dos tempos de ditadura. Não a vivi, mas sei que estou a experimentar algo novo. Algo mais complexo do que o objectivo impedimento a uma identidade, à liberdade de expressão. É algo mais subtil e talvez mais perverso, por não ser geralmente consciente. O que faz com que à frustração dessa falta, se junte uma enorme solidão.
O meu sufoco surge do assumir da minha identidade quando analisada juntamente com a falta de possibilidades de autodeterminação. Isto é, existo, sou, penso, sonho, ambiciono e faço. Tudo me é possível. Tudo me está ao alcance… Teoricamente.
Na realidade vejo-me a assumir quem sou, mas a não ter autonomia nas atitudes, por falta de oportunidades… financeiras, sociais, pessoais. Não sei.
Sinto-me sufocar. Quero e não posso. Sonho e não voo. Projecto e não concretizo.
Não por falta de emprenho ou vontade. Falta tudo o resto.
Não me consigo livrar desta bola de trapos que trago dentro do peito.
Não me refiro à falta de liberdade dos tempos de ditadura. Não a vivi, mas sei que estou a experimentar algo novo. Algo mais complexo do que o objectivo impedimento a uma identidade, à liberdade de expressão. É algo mais subtil e talvez mais perverso, por não ser geralmente consciente. O que faz com que à frustração dessa falta, se junte uma enorme solidão.
O meu sufoco surge do assumir da minha identidade quando analisada juntamente com a falta de possibilidades de autodeterminação. Isto é, existo, sou, penso, sonho, ambiciono e faço. Tudo me é possível. Tudo me está ao alcance… Teoricamente.
Na realidade vejo-me a assumir quem sou, mas a não ter autonomia nas atitudes, por falta de oportunidades… financeiras, sociais, pessoais. Não sei.
Sinto-me sufocar. Quero e não posso. Sonho e não voo. Projecto e não concretizo.
Não por falta de emprenho ou vontade. Falta tudo o resto.
Não me consigo livrar desta bola de trapos que trago dentro do peito.
domingo, maio 04, 2008
História DeVida
Amanhã, dia 5 de Maio de 2008, será lido, no programa "História DeVida", da Antena 1, um texto meu já publicado neste blog.
O actor Miguel Guilherme lerá o texto "O meu companheirinho deixou-me..." às 17h20, às 21h20 e às 00H20.
Mais tarde será possível fazer o download do programa no podcast da RTP.
Esta é a segunda vez que tenho a honra de ver um texto escolhido para ser lido neste programa. A primeira vez aconteceu em Junho de 2006.
:)
O actor Miguel Guilherme lerá o texto "O meu companheirinho deixou-me..." às 17h20, às 21h20 e às 00H20.
Mais tarde será possível fazer o download do programa no podcast da RTP.
Esta é a segunda vez que tenho a honra de ver um texto escolhido para ser lido neste programa. A primeira vez aconteceu em Junho de 2006.
:)
Subscrever:
Mensagens (Atom)