O Domingo teve início onde o dia anterior havia terminado: no Speaker’s Corner, em Hyde Park. Desta vez, porém, tivemos direito ao espectáculo que lá está em cena habitualmente, ao contrário da tarde anterior. Nesta manhã, estavam quatro ou cinco oradores a disputar as atenções dos transeuntes. Um falava de socialismo, outro de guerra, outro de discriminações, etc., etc. E, com mais ou menos sucesso, todos tinham audiência. Eu, à la mercenária, lá tirei umas fotos a mais uma cena icónica londrina.
O Big Bus esperava-nos para nos levar a uma série de locais que já tínhamos visto e outros que queríamos ver melhor. Baker Street, Regent Street, Picadilly, Trafalgar Square, Downing Street, Big Ben, Westminster, Waterloo Station e Tower Bridge desfilaram à frente dos nossos olhos, ainda mais bonitas do que antes. O destino era a Torre de Londres, onde apanharíamos o ferry de volta a Westminster. Preferimos ver o rio nesse sentido…
Tive pena de não entrar na Torre de Londres. Não pelas jóias da Rainha… Acho que não tenho muita pachorra para brilhantes riquíssimos por mais de cinco minutos. O meu fascínio é pela história medieval londrina. Tenho o feeling de que já lá estive, numa vida anterior ou coisa do género… Sei o que eram os calabouços mesmo sem nunca lá ter entrado e, embora me aterrorize, gostava de ter coragem para os visitar e confirmar (ou não) a imagem que tenho. Sinto que, de alguma forma, seria um regresso… Mas a quantidade de gente que lá se via e o preço dos bilhetes, aliados ao pouco tempo que ia durar o bilhete do Big Bus, fizeram-nos passar à frente dessa oportunidade, jurando que, caso tivéssemos tempo, voltaríamos. Não voltámos…
Aguardámos o barco em Tower Pier e tivemos, mais uma vez direito um espectáculo digno de ser registado: a Tower Brigde a abrir para deixar passar um veleiro. (Estávamos em cima da ponte, no dia anterior, quando o mesmo aconteceu.) Foi-nos dito que, em tempos que já lá vão, eram precisas dezenas de homens para fazer aquele trabalho. Não me surpreende, claro. Surpreende-me, sim, o engenho de fazer aquele monumento já com essa possibilidade. Fotografada a ponte em acção, do barco apinhado, pude toda a zona de Southwark.
Southwark é, provavelmente, o sítio do mundo onde eu me sinto melhor... A primeira vez que visitei aquela parte (medieval) da cidade (um ano antes), parei, aturdida, no meio da praça perto do Shakespeare Globe Theatre. O sentimento de pertença era AVASSALADOR… Inexplicável e avassalador!...
Agora via-a ao longe, na margem do rio pardacento, com a réplica de um galeão de Sir Francis Drake a chamar por mim… Como queria lá voltar! Como quero ainda e sempre! (Escrever isto deixou-me os cabelinho TODOS em pé! Mas porquê…?!!!)
Passámos pela Tate Modern, a Millenium Bridge e a London Bridge até chegarmos, novamente, a Westminster, com o London Eye a olhar-nos de cima. O lugar continuava apinhado de turistas!
Feito “o cruzeiro”, o bilhete do Big Bus tinha pedido a validade. Por isso, satisfazendo um pedido do meu gajo, rumámos a Temple de metro. A ideia era ver a misteriosa igreja templária, chamada St. Mary’s Temple Church, que ficou famosa devido à referência no “Código DaVinci”.
Vimos Temple inteiro. Não ficou viela por explorar. Perguntámos a transeuntes e consultámos TODOS os mapas. Sabíamos que estávamos perto, tão perto que de certeza se ouviriam os sinos dali (caso os tenha)! Vimos outros turistas confiantemente perdidos de mapas na mão...
Nada.
O colossal edifício dos Royal Courts of Justice? Sim, vimos! A fabulosa estátua do dragão, símbolo de Londres, a dar as boas vindas aos transeuntes à entrada de Fleet Street, a rua dos periódicos londrinos? Sim, vimos! A igreja bombardeada na II Guerra que ainda conserva os buracos das bombas… The politician´s watch… O típico e curioso bar chamado The George… Sim, vimos tudo isso! SÓ NÃO VIMOS A TEMPLE CHURCH!!!
A igreja estava inacessível naquele dia e, pelos vistos, em muitos outros dias, já que os seus horários “são tão misteriosos como os responsáveis pela sua edificação”, diz o guia da Lonely Planet!
Nós sabíamos que a igreja estava fechada. Só a queríamos ver por fora. O que nós não sabíamos que era possível isolá-la daquela maneira. É que ela fica dentro de um condomínio privado, ainda pertença de uma ordem templária, e quando está fechada, está mesmo longe dos olhares alheios, já que a sua baixa estrutura nem sequer permite vislumbrar-lhe o telhado!
…Que há ali mistério, lá isso há!!! O Dan Brown de certeza que também andou lá perdido!!!
O fim do dia aconteceu noutro sítio fenomenal: Covent Garden. Deslumbrante ao anoitecer, com os seus artistas de rua, os seus doces mercados, os bares irrepetivelmente boémios, a sua terna praça italiana... O Museu dos Transportes, a Royal Opera House, a loja da Disney, a sede dos Stomp, The Original Dr. Martens Store… Tudo cabe naquele espaço carismático londrinho como se não pudesse caber em qualquer outro lugar… Também eu me sinto bem lá.
Seguimos o rasto dos teatros até Leicester Square e terminámos o dia com um merecido jantar no “nosso” bairro, Earl’s Court.
O Big Bus esperava-nos para nos levar a uma série de locais que já tínhamos visto e outros que queríamos ver melhor. Baker Street, Regent Street, Picadilly, Trafalgar Square, Downing Street, Big Ben, Westminster, Waterloo Station e Tower Bridge desfilaram à frente dos nossos olhos, ainda mais bonitas do que antes. O destino era a Torre de Londres, onde apanharíamos o ferry de volta a Westminster. Preferimos ver o rio nesse sentido…
Tive pena de não entrar na Torre de Londres. Não pelas jóias da Rainha… Acho que não tenho muita pachorra para brilhantes riquíssimos por mais de cinco minutos. O meu fascínio é pela história medieval londrina. Tenho o feeling de que já lá estive, numa vida anterior ou coisa do género… Sei o que eram os calabouços mesmo sem nunca lá ter entrado e, embora me aterrorize, gostava de ter coragem para os visitar e confirmar (ou não) a imagem que tenho. Sinto que, de alguma forma, seria um regresso… Mas a quantidade de gente que lá se via e o preço dos bilhetes, aliados ao pouco tempo que ia durar o bilhete do Big Bus, fizeram-nos passar à frente dessa oportunidade, jurando que, caso tivéssemos tempo, voltaríamos. Não voltámos…
Aguardámos o barco em Tower Pier e tivemos, mais uma vez direito um espectáculo digno de ser registado: a Tower Brigde a abrir para deixar passar um veleiro. (Estávamos em cima da ponte, no dia anterior, quando o mesmo aconteceu.) Foi-nos dito que, em tempos que já lá vão, eram precisas dezenas de homens para fazer aquele trabalho. Não me surpreende, claro. Surpreende-me, sim, o engenho de fazer aquele monumento já com essa possibilidade. Fotografada a ponte em acção, do barco apinhado, pude toda a zona de Southwark.
Southwark é, provavelmente, o sítio do mundo onde eu me sinto melhor... A primeira vez que visitei aquela parte (medieval) da cidade (um ano antes), parei, aturdida, no meio da praça perto do Shakespeare Globe Theatre. O sentimento de pertença era AVASSALADOR… Inexplicável e avassalador!...
Agora via-a ao longe, na margem do rio pardacento, com a réplica de um galeão de Sir Francis Drake a chamar por mim… Como queria lá voltar! Como quero ainda e sempre! (Escrever isto deixou-me os cabelinho TODOS em pé! Mas porquê…?!!!)
Passámos pela Tate Modern, a Millenium Bridge e a London Bridge até chegarmos, novamente, a Westminster, com o London Eye a olhar-nos de cima. O lugar continuava apinhado de turistas!
Feito “o cruzeiro”, o bilhete do Big Bus tinha pedido a validade. Por isso, satisfazendo um pedido do meu gajo, rumámos a Temple de metro. A ideia era ver a misteriosa igreja templária, chamada St. Mary’s Temple Church, que ficou famosa devido à referência no “Código DaVinci”.
Vimos Temple inteiro. Não ficou viela por explorar. Perguntámos a transeuntes e consultámos TODOS os mapas. Sabíamos que estávamos perto, tão perto que de certeza se ouviriam os sinos dali (caso os tenha)! Vimos outros turistas confiantemente perdidos de mapas na mão...
Nada.
O colossal edifício dos Royal Courts of Justice? Sim, vimos! A fabulosa estátua do dragão, símbolo de Londres, a dar as boas vindas aos transeuntes à entrada de Fleet Street, a rua dos periódicos londrinos? Sim, vimos! A igreja bombardeada na II Guerra que ainda conserva os buracos das bombas… The politician´s watch… O típico e curioso bar chamado The George… Sim, vimos tudo isso! SÓ NÃO VIMOS A TEMPLE CHURCH!!!
A igreja estava inacessível naquele dia e, pelos vistos, em muitos outros dias, já que os seus horários “são tão misteriosos como os responsáveis pela sua edificação”, diz o guia da Lonely Planet!
Nós sabíamos que a igreja estava fechada. Só a queríamos ver por fora. O que nós não sabíamos que era possível isolá-la daquela maneira. É que ela fica dentro de um condomínio privado, ainda pertença de uma ordem templária, e quando está fechada, está mesmo longe dos olhares alheios, já que a sua baixa estrutura nem sequer permite vislumbrar-lhe o telhado!
…Que há ali mistério, lá isso há!!! O Dan Brown de certeza que também andou lá perdido!!!
O fim do dia aconteceu noutro sítio fenomenal: Covent Garden. Deslumbrante ao anoitecer, com os seus artistas de rua, os seus doces mercados, os bares irrepetivelmente boémios, a sua terna praça italiana... O Museu dos Transportes, a Royal Opera House, a loja da Disney, a sede dos Stomp, The Original Dr. Martens Store… Tudo cabe naquele espaço carismático londrinho como se não pudesse caber em qualquer outro lugar… Também eu me sinto bem lá.
Seguimos o rasto dos teatros até Leicester Square e terminámos o dia com um merecido jantar no “nosso” bairro, Earl’s Court.
19 comentários:
continuo cheia de inveja... como eu anseio por ir a londres... =)
Até parece que só eu é que queria tentar ir a Tempel church... :(
Faltou referir que o condomínio privado se chama "Tempel", e qd nos dizem que o templo está fecado não se referem à igreja mas sim ao condominio inteiro!!! Logo demorou algum tempo até assimilar a ideia que era IMPOSSÍVEL vislumbrar uma pedra que fosse da dita igreja...
bjo
...Bem...ler o relato da tua viagem deixa qualquer um com vontade de ir a Londres!!!!! Parece que não deixaste sítio nenhum por descobrir.
Beijocas
PS - Não lhe posso dar o beijinho pessoalmente... Depois de certas decisões...seguimos caminhos diferentes. Mas fica a sentida recordação de um dia muito especial...
Continuei a viagem! :)
Sabes, achei interessante essa ligação que sentes... queres falar mais dela?
beijo.
os teus relatos são, sem dúvida, muito empolgantes... fazem-me sentir "quase" lá, numa viagem imaginária!!! ;)
agora quem o diz sou eu: ufa!
XDDD Ir a Dublin não vai ser de certeza por motivos daqueles! hehe.. Mas era irónico eu escrever uma história passada lá e só depois visitar todos os sítios... a ver se tudo coincidia com as minhas descriçôes dos lugares! Quem sabe eu também não tive uma vida passada lá como tu em Londres!
loool
Continua com a viagem que isto está a começar a ficar viciante! ^^
Olá, Marta
Agradeço-te a pergunta, mas... que te posso dizer?
Não é a primeira vez que acontece. Senti o mesmo num local de escavações arqueológicas aqui em Coimbra.
Mas Londres é diferente. Ainda mais poderoso. A primeira vez que lá fui (no ano passado) senti-me tão bem lá que, pela primeira vez, tive uma sensação irrepetível e reconfortante de que estava a caminhar na direcção certa, que a vida era fácil de viver e o mundo era meu, controlável e acolhedor. Nunca estive tão feliz, tão serena, tão segura, tão bonita. Sentia-me bem lá. Mesmo bem. Como NUNCA antes. Sempre com um sentimento de pertença, de tranquilidade.
Por isso tive de lá voltar. E embora mais ténue, o feeling repetiu-se. O de pertença. O de controlo nem por isso, mas a confiança e a serenidade permaneceram.
Ir a Southwark, para mim, é muito intenso. Talvez porque nunca lá tenha ficado mais do que alguns minutos. Tenho sempre vontade de voltar. É como se estivesse a regressar a casa. Embora não identifique nada objectivamente, sinto que pertenço ali.
Acredito em vidas passadas, em karma, em caminhos e lições. Há coisas que sei, vi e sinto que só assim têm uma explicação.
No que diz respeito a Londres, ainda que a explicação que achei possa ser uma falácia, reconforta-me pensar que há um sítio no Universo onde fui genuinamente feliz. É muito bom saber que há um sítio físico, onde podes voltar, que tem o dom de te reconfortar e de te dar confiança, mesmo que seja vinda não sei de onde nem porquê.
Como já disse antes: Londres faz-me bem. E basta. Não?
:)
Com estes textos, começo a temer que metas os papéis para a naturalização... ;)
Claro que basta! Podemos e devemos estar onde e com quem nos sentimos bem.
Eu tb acredito em vidas passadas, caminhos, etc. Fiz a pergunta por isso. Apesar de ter situações de dejá vu, como toda a gente, nunca senti em nenhum sitio o que descreves, mas conheci uma pessoa, nos últimos meses, com quem sinto algo do género, excluindo obviamente a pertença. (e eu não tenho 15 anos, nem nunca vivi isolada... isso faz-me pensar, pq raio o sinto)
Obrigada pela resposta! :)
Beijo.
........
Boa estadia!
eu cá sou mais Pró-Luso, mais pequenos, mais provincianos. mas menos outras coisas que de bom nada têm...
(escreve-se porque se pensa, porque sente, seja qual for o motivo escreve-se)
....................
;)
é que toda a gente passeia menos eu!!!
(a inveja é uma coisa muito feia!!!)
Valem-me as viagens na maginação!
é so passeio! e trabalho nada?
lindo
assim, vou ao googlemaps, leio o teu relato e já posso dizer que conheço Berlim...
é berlim, não é? vi logo pela ponte...
yayayaya
uma agricultora em viagem
abrazo com nevoeiro
passa no meu blog para fazeres o teste das cidades!!! ;P já sabes a resposta, mas que tal uma confirmação "oficial"?! LOL só "naquela" de cusquice... eheheh
bjs
As sensações que falaste no texto e que depois também disseste à Marta, são idênticas às que tive em Delfos. Mas eu não sei explicar...
As tuas crónicas de viagem são magníficas e agradáveis de ler.
Bfs, beijinhos.
Tenho andado tão ocupada que já "ando a dever" mais um relato... E ainda faltam três dias de viagem! LOL
Prometo que actualizo este cantinho MUITO EM BREVE. (Queiram ou não! LOL)
Queiram ou nao?! Claro que sim!! Estou é à espera dele ainda!! -.-
Va lá... vê lá se matas a minha curiosidade de vez!!
Hola,
tengo un blog donde subo bares, que me envian de varias partes del mundo pero la idea es seguir creciendo. Es por eso que te escribo para que si te animas, me envies algun dato bar, de esos que vale la pena conocer aunque sea por internet.
salud2
Tiranizan
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