segunda-feira, outubro 30, 2006

As promessas da vida...

A vida era tão cheia de promessas naquela altura…
Lembro-me de quando, naquele ano, cheirei o Verão pela primeira vez. Levantava-me cedo e percorria as ruas da cidade com a calma de quem sabe que está à espera de algo maior. Andava pelos passeios, olhava para os prédios, tirava os casacos e sentias – bebia! – o sol a acariciar-me a pele. E o cheiro a Verão novo, é o que mais me lembro.
Fazia a minha rotina com um sorriso, como quem sabe que apenas cumpre calendário e que no dia X não mais olha para trás.
Tudo era sereno. Sereno, porque nada importava – nem o cheiro a Verão! – até ao tal dia X em que tudo ia mudar.
Tenho saudades daquele cheiro, daquele cumprir de calendário sereno e principalmente da certeza do que vinha ser maior do que a vida.
Hoje levantei-me cedo. Percorri as ruas sem pressa. Andei pelos passeios. Olhei para os prédios. Tirei o casaco e deixei o sol acariciar-me a pele. E, apesar do Verão já ser velho este ano, eu senti o cheiro do Verão novo e a antecipação de quem cumpre calendário com a certeza de que o dia X chegará com mais promessas…
Quem dera que, como outrora, assim seja…

10 comentários:

OLHAR VAGABUNDO disse...

espero que essas promessas venham como o teu sol....
beijo vagabundo

stela disse...

senti o cheiro a verão e senti que o sol voltará novamente à tua pele e o dia X com toda a certeza em breve...
bjs

Mina disse...

E não faz tão bem à alma recordar o que nos fez bem? E porque não há-de voltar a ser assim? :)
Beijoca.

Pierrot disse...

As promessas e o verão trazem-me à meória momentos sempre bonitos, ainda que pessoais e por isso não partilhaveis de uma forma pública.
Mas só o facto de me teres provocado algo do genero, já valeu Gk...
Gostei do que li
Bjos daquiEugénio

Anónimo disse...

A memória é tramada! Por vezes sentimos cheiros que aparecidos do nada são recordados em memórias, algumas longínquas, e nos transportam para lá, para aquele lugar, para aquelas pessoas. Tenho regressado a esses locais, de uma forma fortuita, ou não, mas esses locais já não cheiram ao que era, e as gentes já lá não estão. É nesta altura que a nostalgia nos prende e nos obriga a acenar lá para trás, para os cheiros, os sítios e as gentes de lá, que já lá não estão.

:(

beijo

Mónica Lice disse...

Gostei de passar por aqui e de conhecer o teu espaço!

Beijinhos de boa semana!;-)

Anónimo disse...

O verão deixa sempre uma suave brisa na pele, com um arrepio de saudade, daqueles momentos em que o sol nos indica realmente cada passo que á nossa frente nos espera e atrás de nós permanece, deixando pistas, que mais tarde se reflectem como um espelho ao londo das nossas emoções.

O sol é o nosso alimento. Vamos embriagar-nos dele... é tão bom e faz tão bem...

Adoro as tuas palavras. Identifico-me ctg. Parabéns. E desculpa a invasão ao teu blog. Da próximo bato à porta.. ;-)

beijinhos grandes
Sofia M.
sofia-mm6@hotmail.com

Miguel disse...

Estivemos em sintonia hoje, tambem eu estive nostalgico, mas é sempre bom recordar o que nos aquece o coração, reviver esses momentos unicos e que ninguem nos poderá tirar, são nossos e poderemos revisitá-los sempre que quisermos, são a nossa história...

Nuno

Luis Duverge disse...

Há dias e dias. E dias assim ... mas nenhum como o dia X.
Memórias de um futuro incerto o teu como o de todos.
O Sol no entanto voltará a nascer, um pouco menos até ao dia X onde a Primavera começa de novo.
Gostei do teu passeio.

SoNosCredita disse...

adoro o Verão, adoro Sol...

mesmo nos dias frios, de Outono/Inverno... que bem que sabe apanhar um bocadinho de Sol, quentinho!